A Verdade Sobre Nós | Resenha

by - fevereiro 12, 2017

Foto: Quase Dezoito | Juliana Montenegro

Olá! Tudo bem?
Ontem antes de dormir, pensei em qual seria a minha próxima leitura, então entrei em um pequeno mundo complexo, aonde eu teria que decidir qual dos milhares de livros de minha lista leria. No final das contas, não li nenhum deles. Abri no Submarino na parte de livros e acabei encontrando essa preciosidade que eu me senti na obrigação de compartilhar.

A Verdade Sobre Nós

Sinopse: Madelyn Hawkins está cansada. Cansada de ser sempre perfeita. Cansada de tirar A em tudo. Cansada de seguir à risca os planos que os pais fizeram para ela. Madelyn Hawkins está cansada de ser algo que não é, algo que não quer ser. E então ela conhece Bennet Cartwright. Inteligente, sensível, engraçado. A seu lado, ela se sente livre e independente. Uma história que poderia muito bem ter um final feliz, não fosse por um detalhe: Maddie tem apenas 16 anos, e Bennet, além de ter 25 anos, é seu professor. Pressionada pelos pais a participar de um programa para jovens talentos, Maddie pula dois anos do Ensino Médio e vai direto para a faculdade, onde conhece e se apaixona pelo professor de biologia. O sentimento é recíproco, e para dar uma chance àquele novo relacionamento que lhe faz tão bem, ela decide não contar para Bennet sua idade. Não demora muito para que as coisas comecem a dar errado, e as consequências da farsa de Maddie ganham contornos devastadores quando a verdade vem à tona. 

Páginas: 208 | Autor(a): Amanda Grace | Editora: Intrínseca | Gênero: Jovem Adulto 

A verdade é que eu não faço a menor ideia de como estou aqui. Faz uma ou duas horas que eu terminei de ler esse livro e ainda estou em choque profundo.

Não é novidade a história, ela até chega a ser clichê se você pensar somente pela sinopse. Uma menina, a aluna, que se apaixona pelo homem, o professor. Isso obviamente indica que tudo vai dar errado. E dá. 

A história de Amanda Grace me lembra bastante Cartas de Amor aos Mortos, afinal, os dois livros são contados por meio de cartas feitas pela personagem principal. Mas diferentemente do livro de Ava Dellaira, eu consegui sentir todos os sentimentos de Madelyn e isso acabou comigo quando a história chegou ao fim. 

Quando peguei o livro para ler, não estava levando muita fé. Afinal, é uma história que parece completamente óbvia, porém, Amanda soube inovar completamente. 

O livro é contado de trás para frente, a "desgraça" toda já aconteceu. Madelyn e Bennet não estão mais juntos e isso só te deixa com mais angústia e com mais vontade de saber como tudo ficou daquele jeito.

"Querido Bennett, é possível que você não leia isto, mas talvez eles leiam, o que pode ajudá-lo. Esta carta não pode fazer nada por nós, porque não existe nós... não mais."

Madelyn usa toda a primeira parte para se desculpar e dizer em como ela se arrepende do que aconteceu. Mas ela também deixa claro que não se lamenta do que fez, mas sim se arrepende pelo o que aconteceu com ele. Porém, o que aconteceu com ele? E é essa pergunta que faz você querer terminar o livro mais rápido possível. Você quer descobrir quem são "eles", o motivo dessas cartas serem tão importantes e tentar saber como a história acabou em uma bela catástrofe.

O que importa inicialmente é que eles foram separados, e Madelyn faz de tudo para tentar mudar. Ela quer contar a história do ponto de vista dela, a história de uma perspectiva diferente. Afinal, as pessoas só focavam na diferença da idade e, por ela ser a mais nova, a culpa era -supostamente- dele. Infelizmente, Bennet também vê tudo da mesma maneira quando descobre que na verdade, a menina não tem dezoito, mas sim dezesseis. Ele era tão "certinho", que esperou o semestre acabar para os dois finalmente ficarem juntos, assim, ele não seria mais o professor de Madelyn.

"Na verdade, só dois importavam. A diferença entre dezesseis e dezoito. A diferença entre o amor que pode durar uma vida e o amor que nunca pode acontecer."

Sempre acreditei em amores com pessoas mais velhas, mesmo nunca tendo vivenciado um. Porém, o fato de Madelyn ter quase a minha idade, fez com que eu pensasse se eu iria me apaixonar por uma pessoa de vinte e cinco. Julguei, julguei mesmo e, não tenho medo de falar isso. Todavia, li a história pelo ponto de vista da garotinha que sempre foi a "boa menina" dos pais, a que sempre foi obrigada a ter as melhores notas e que vivia até mesmo uma competição com o próprio irmão. Conheci a garota que não fazia a menor ideia do que queria fazer em seu futuro, e só tinha certeza que o que os seus pais planejavam estava bem longe de ser sua felicidade. Vi uma menina que se apaixonou, simplesmente sem querer, sem nenhum aviso, que foi atrás do que queria pela primeira vez na vida e, acabou crescendo. Logo, meu julgamento foi embora e no lugar veio uma compreensão.

Madelyn é toda errada. Ela escondeu sua idade para o cara que amava e simplesmente deixou tudo a perder. Mas isso deixou a história com um toque especial, deixou minha leitura com vários questionamentos. Será que se ela tivesse falado a verdade, nada disso teria acontecido?


"Lembre-se disso. Enquanto eu o esperava à sombra da montanha Peak, ainda não sonhava que nos tornaríamos o que fomos. Eu só gostava de como me sentia perto de você, gostava de, ao menos por um momento em minha existência, não precisar fingir ser uma pessoa que não era."

Depois de tantos acontecimentos, um pequeno amor por Bennet, um grande amor por Madelyn. Descobri tudo o que houve e fiquei chocada. Fiquei chocada, por ter me apaixonado tanto pela história, por ter ficado tão curiosa, que quando chegou a hora de finalmente aparecer o "felizes para sempre", só soube olhar para a última página e surtar com um final tão tocante.

"Será que eles não entendem isso? Que você nunca me fez mal, como insistem em supor? Eu era melhor por sua causa. Era alguém que importava, alguém que podia ter opinião. Eram meus pais que faziam eu me sentir uma criança. Não você.
Você, nunca."

O livro me surpreendeu tanto, que nem eu consigo entender o real motivo para tal. A autora mostrou os conflitos internos da protagonista, mostrou esse romance todo errado e,  me deixou com o coração na mão. Quando cheguei na parte em que finalmente saberia o motivo de tudo aquilo estar daquele jeito, não quis ler. Eu estava com medo, mas também estava eufórica. Foi um sentimento que eu nunca conseguiria descrever.

Madelyn me deixou orgulhosa, no final das contas. Amanda me fez querer ler mais obras de sua autoria. Bennet me fez querer dar uns abraços e falar que tudo ficaria bem.

Não superei a história e, não acho que vou superar, principalmente por Madelyn ser tão eu em boa parte do livro, o que deixou tudo mais aconchegante. Gostaria de uma continuação, um novo livro aonde tudo o que eu quisesse acontecesse. Infelizmente, a vida não é exatamente como a gente quer e, boa parte do tempo, aquilo que almejamos não vai acontecer, mas felizmente, talvez algo melhor possa aparecer e, é assim que aceitamos toda a situação da história, é assim que Amanda termina seu livro. Fazendo-nos pensar sobre as coisas que acontecem e, que elas não são tão ruins quanto parecem ser.

"É difícil decidir o que ser quando você só se destaca naquilo que não quer ser. Essa era minha vida. Em preto e branco. E eu desejava cor."

P.s.: Muito mais do que um romance adulto. 
Nota: 4/5 ♥

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4 comentaram

  1. Adorei seu blog viu, andei passeando por algumas outras postagens mas resolvi parar nesta aqui para comentar! ^^
    To seguindo você! Se quiser visitar meu blog, vou deixar o endereço aqui abaixo para você!

    ► Memórias de uma Guerreira ◄

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    Respostas
    1. Muito obrigada, Flavi!
      Vou dar uma olhada no seu blog <3

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  2. Ah, obs: VOCÊ ESCREVE SUPER BEM!

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