Como se Casar com um Marquês | Resenha

by - outubro 16, 2017

Foto: Cecília Justen

Ei! Tudo bem?

Depois de ler Como Agarrar uma Herdeira, livro um de Agentes da Coroa, passei há contar os dias para finalmente ter um exemplar de Como se Casar com um Marquês. Conhecer a história de Elizabeth e James era o que eu mais queria, afinal, prometia muito, inclusive, prometia ser o melhor livro de Agentes da Coroa.

Quando terminei de ler a obra, não me arrependi por nenhum segundo e já posso dizer: Todas as promessas foram cumpridas e, muito bem!

Sinopse: Elizabeth Hotchkiss precisa se casar com um homem rico, e bem rápido. Com três irmãos mais novos para sustentar, ela sabe que não lhe resta outra alternativa. Então, quando encontra o livro Como se casar com um marquês na biblioteca de lady Danbury, para quem trabalha como dama de companhia, ela não pensa duas vezes: coloca o exemplar na bolsa e decide encontrar um homem qualquer para praticar as técnicas ensinadas no pequeno manual. É quando surge James Siddons, marquês de Riverdale e sobrinho de lady Danbury, que o convocou para salvá-la de um chantagista. Para realizar a investigação, ele finge ser outra pessoa. E o primeiro nome na sua lista de suspeitos é justamente... Elizabeth Hotchkiss. Intrigado pela atraente jovem com o curioso livrinho de regras, James galantemente se oferece para ajudá-la a conseguir um marido, deixando-a praticar as técnicas com ele. Afinal, quanto mais tempo passar na companhia de Elizabeth, mais perto estará de descobrir se ela é culpada. Mas quando o treinamento se torna perfeito demais, James decide que só há uma regra que vale a pena seguir: que Elizabeth se case com seu marquês.

Foto: Cecília Justen

Páginas: 320 | Autor(a): Julia Quinn | Editora: Editora Arqueiro | Gênero: Romance de Época

Leia a resenha do primeiro livro de Agentes da Coroa.

Elizabeth Hotchkiss é dama de companhia de nada mais nada menos que lady Dunbury, que apesar da idade ter chegado, não deixa seu espírito agressivo acabar. E se não bastasse isso - que na verdade não é um problema para Elizabeth já que lady Dunbury é quase uma mãe para a mulher - Elizabeth ainda está tentando lidar com o sustento de seus três irmãos após a morte dos pais. E é por isso, por toda sua péssima condição financeira, que a mesma decide se casar com o cara mais rico que conseguir encontrar. Felizmente, em mais um dia na biblioteca de lady Dunbury, Lizzie encontra um livro que tem tudo para mudar sua vida. Como se Casar com um Marquês é o título. 

Enquanto Elizabeth está preocupada em conseguir um marido seguindo decretos de um livro de autoajuda, lady Dunbury está sendo chantageada em anônimo, então sua reação imediata é chamar o Marquês de Riverdale, que além de ser seu sobrinho, estava recentemente no Departamento de Guerra. Logo, o mesmo chega até a casa de sua tia e começa a se passar por seu administrador, afinal, o que ele mais precisa naquele momento é um disfarce. 

Elizabeth, por outro lado, está tentando disfarçar seu maior segredo: O livro. Então, se esquivando de todos, ela acaba se encontrando com James, o novo administrador da casa de lady Dunbury. Nasce ali, uma pequena confusão. Elizabeth, que está tentando esconder o livro, o que desperta a curiosidade de James, faz com que ele passasse a achar que a mesma é a chantagista de sua tia. Por isso, James tem um plano: Se aproximar de Elizabeth e desvendar seus segredos.

"– Como ousa pensar que eu estaria chantageando essa doce e velha dama?
– Doce? – repetiu o Sr. Siddons.
– Velha? – bradou lady Danbury."

Com essa aproximação, a amizade que cresce entre os dois é visível e ninguém consegue esconder. Nessas daí, James vê que Elizabeth nunca chantagearia sua tia, mesmo precisando de dinheiro, e Elizabeth acaba tendo seu segredo descoberto. James ficara apavorado, curioso e ao mesmo tempo encantado com o jeito de Lizzie e tudo o que ela faria por seus irmãos. E é assim que ele decide ajuda-la a conseguir um marido, afinal, segundo o mesmo, Como se Casar com um Marquês é um manual sem sentido e cheio de erros. 

Da amizade, com todos os conselhos e todas as intimidades, os dois vão se conhecer cada vez mais, surgindo então, o amor. O único problema é que James é - supostamente - um administrador e Elizabeth precisa urgentemente de dinheiro. James, o único que poderia reverter essa situação, está preso a promessa que fez a própria tia de ajuda-la a desvendar o chantagista e a última coisa que ele quer é que sua amada corra riscos assim como ele.

"– Criei um monstro.
– Você acha?
O rosto dela se iluminou ainda mais, o que James não imaginara ser possível. Era como se o próprio sol estivesse se derramando de seus olhos."

Chegou a hora de finalmente falar sobre o melhor livro de Agentes da Coroa. Isso mesmo, você leu certo, acabei de decretar que Como se Casar com um Marquês ganha fácil de Como Agarrar uma Herdeira. Os dois receberam a mesma nota, mas o livro dois merecia o mundo todo só para ele. 

Como eu havia dito na resenha do livro um, eu tinha tido um pequeno crush em Blake, mas toda vez que James aparecia (mesmo que tenha sido em poucos momentos), eu já ficava mais animada, então o livro dois ia ser com certeza o melhor pra mim. E realmente foi, principalmente por causa dos personagens. 

Temos Elizabeth, que vence Caroline, apesar de ambas serem extremamente incríveis. Mas diferentemente da personagem do livro um, eu não fiquei com raiva em nenhum momento de Elizabeth, eu via as ações dela como ações que eu realizaria se estivesse ali. Ela é forte, destemida, muito (muito) orgulhosa, tem uma paixão enorme pelos irmãos, faz tudo por eles e isso é mais do motivo para ela ganhar admiração de alguém. E é por isso que James acaba se apaixonando por ela, por ela simplesmente ser ela e não mais uma pessoa moldada pela aristocracia. 

James, o crush da minha vida literária, é o cara mais incrível que ele poderia ser. Eu não sei o que ele tem, mas ele tem alguma coisa sim, afinal, mesmo com poucas partes em Como Agarrar uma Herdeira, eu já havia gostado muito dele. Infelizmente, ele é irreal, é o personagem que não vai existir, entretanto, diferentemente das outras vezes em que li obras com esse tipo de personagem, James não é o típico mocinho, ele tem, na verdade, seus momentos de puro amor, de pura sedução e de pura raiva. 

Porém, não vão achando que somente os personagens principais que levaram toda a obra não. Narrado em terceira pessoa, assim como o livro um, temos uma aproximação maior com os personagens secundários e é por isso que não poderia esquecer de falar sobre eles. 

Temos os irmãos de Elizabeth; Lucas de 8 anos, Jane de 9 anos e Susan de 14 anos. Essas crianças são tão fantásticas que se o livro fosse delas, a obra continuaria sendo maravilhosa. Lucas, apesar da pouca idade, é o menino que já se vê como o homem da casa, inclusive, ele junta dinheiro para poder dar um apoio a família, mesmo que esse dinheiro não dê para comprar nabo. Inclusive, Jane planta nabo para poder vender e conseguir alimentação para a casa. Ah! Ela também acha o James um amor só e com certeza seria apaixonada por ele se não fosse pela idade. Por fim, temos Susan, que tem 14 anos, mas às vezes parece mais velha que Elizabeth quando a mesma precisa de uma mãe em casa. É lindo ler sobre a relação deles, é como se você entrasse no mundinho deles, na casa da família Hotchkiss. 

E se não bastasse eles, nós ainda ganhamos lady Dunbury e Malcolm, o gatinho mais peculiar de todos. Com esses dois personagens eu ri até não conseguir parar mais. De verdade, mesmo lady Dunbury sendo um pouco excêntrica e Malcolm sendo um gatinho meio estranho e mal-humorado, os dois são personagens singulares que dão um toque especial a trama. Inclusive, Agatha (lady Dunbury) promete surpreender os leitores com suas ações.

"– A senhora vai fazer o quê?
Elizabeth parou diante de lady Danbury boquiaberta.
– Eu já lhe disse, vou tirar um cochilo.
– Mas a senhora nunca faz isso.
Lady Danbury ergueu a sobrancelha.
– Tirei um apenas dois dias atrás.
– Mas... Mas...
– Fecha a boca, Elizabeth. Você está começando a parecer um peixe."

Chegando ao final da história, temos a volta de Blake e Caroline, o que não foi uma surpresa, mas foi muito bom rever esse casal. No final da obra, a confusão se instaura. Elizabeth descobre que James é um Marquês (o que também não é uma surpresa) e os dois acabam discutindo demais. Para melhorar a situação, ainda temos Blake com seu sorrisinho de quem não quer nada e Caroline com sua boca grande para colocar lenha na fogueira. 

Falando em final, gostei muito do de Como se Casar com um Marquês que ao contrário do livro um, a ação não existe. Nós não temos uma presença de armas e sangue para todos os lados. O desfecho da história é feito depois da briga do casal, não depois de uma luta. Não entendam que o final de Como Agarrar uma Herdeira seja ruim, eu gostei exatamente por ser diferente e, gostei do final do livro dois, pois é diferente da obra anterior. Isso mostra que Julia Quinn sabe escrever sobre o que ela quiser como ela quiser. 

Agora que comentei sobre Julia Quinn, posso elegê-la novamente como a melhor escritora de Romance de Época? Ela continua arrasando nesse livro, ela trás a elegância da aristocracia, o lado sexy do personagem masculino, a parte excêntrica dos personagens secundários e a parte singular que faz a personagem principal ser quem ela realmente é. Gosto muito de como Julia trabalha toda a questão da época, como se nós estivéssemos vivendo junto aos personagens, mas diferentemente de livros mais atuais, nós (leitores) não estávamos vivos em 1815, por exemplo. Também admiro muito como ela monta seus personagens, coisa que eu sempre falo, mas sempre irei repetir. Nenhum personagem é vago, todos eles são importantes para a trama e todos vão fazer algo incrível, ou nem tanto. 

"Elizabeth ficou em silêncio por algum tempo, tentando não ruborizar enquanto o rosto do Sr. Siddons pairava em sua mente. O que havia de tão atraente naquele homem? Algo na boca, talvez."

Poderia pegar todos os comentários positivos que coloquei na minha resenha de Como Agarrar uma Herdeira, mas apesar de ambos serem livros ótimos, Como se Casar com um Marquês merece comentários que sejam particulares, afinal, a obra é assim, uma coisa exclusiva da autora. 

Por isso vou colocar o livro dois como elegante, romântico, sereno, mas ao mesmo tempo agitado e, principalmente, amoroso, mas não apenas no sentido do casal, mas em toda a lição de amor aos familiares, aos não familiares que possuímos um carinho enorme, a tudo que a obra envolve. Julia é incrível no que faz e mostra isso mais uma vez com essa história que é extremamente linda de ser lida.

"O amor é um presente precioso, e vocês fariam bem se não o jogassem fora por causa de um orgulho tolo."

Nota: 5/5 ♥ 

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Um beijo e paz no coraçãozinho de vocês! ✩




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14 comentaram

  1. Olá, tudo bom? É comum o segundo livro de uma série ser o pior, mas pelo jeito aqui foi ao contrário, né? Que bom que ele não te decepcionou. Gostei bastante da resenha e o livro parece muito bom mesmo.

    Beijos
    Amor Literário

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    1. Ei, Aline!

      Foi sim, esse livro é muito melhor que o primeiro, o que é engraçado, já que como você disse, o segundo costuma ser o pior. Fico feliz em ler isso :)

      Beijos!

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  2. Romances de época são os melhores, amo esse tipo de leitura!
    Haha, seria interessante ler um final desses. Posso contar nos dedos finais originais, sem sangue e todo aquele auê de tiro, porrada e bomba.
    Seria meu sonho trazer crushs literários à vida? Socorro, isso não prestar, mas seria lindo,ha,ha!
    Nem li ainda (pretendo), e lady Dunbury já me encantou!

    analarasouzacosta.blogspot.com // @analara.jpg

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    1. Ei, Lara!

      Romances de época são ótimos! Sim, sim, é incrível o final para quem quer ler outro estilo. Crushs literários são tudo que eu preciso no momento haha Obrigada pela visita :)

      Beijos!

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  3. Oii Aline. Você com toda certeza do mundo pode eleger Júlia Quinn como a melhor das romancistas de época. Sou apaixonada pelas obras de época dela. Cada uma melhor que a outra. Concordo contigo que esse livro é melhor que o primeiro, mas discordo em relação as protagonistas. Gosto bastante de Caroline e a considero uma das minhas favoritas de Quinn. A Elizabeth me fez passar raiva. Mas como o amor e a raiva são lados de uma mesma moeda quem sou eu para reclamar dele ne?
    Ótima resenha Ceci. Como sempre.

    Fantástica Ficção

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    1. Ei, Jessica!

      Adoro encontrar fãs de Julia Quinn por aqui! Sério mesmo? Amei a Lizzie e fiquei com tanta raiva da Caroline haha Amei saber sua opinião em relação à elas. Exatamente! Muito obrigada :)

      Beijos!

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  4. Admito que li um pouco por cima pq ainda não li o livro 1 e gosto de pegar as resenhas na ordem que vou lendo rsrsrs
    Mas não tenho dúvida que vou gostar dos livros, é um gênero que curto demais!!

    osenhordoslivrosblog.wordpress.com

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    1. Ei!

      Leia o livro um então, você vai amar, apesar de não ser o melhor da série, é incrível :)

      Beijos!

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  5. Olá!

    Você e sua mania de me fazer querer todos os livros que resenha, agora preciso colocar esse também na lista! Ahahaha Justo eu que estava deixando Julia Quinn para depois, se eu já estava encantada com Como agarrar uma herdeira, imagine agora já que esse é melhor ainda! "Temos Elizabeth, que vence Caroline" Claro que nessa parte eu me ofendi hahaha Mas falando sério agora: eu realmente estou sendo convertida para os livros da Julia por sua causa. Mais um anotado. Você arrasa!

    Um beijo, Carol
    blogcomv.org

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    1. Ei, Carol!

      Não fala assim que eu saio me achando toda haha Menina, não deixe Julia Quinn para depois não, fico até feliz em saber que estou te convertendo para o lado "felicidade da força" :P Não se sinta ofendida, mas Lizzie ganha haha Muito obrigada!

      Beijos!

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  6. Olá, a sua resenha foi tão animada que eu já estou querendo muito ler esse livro, e pela sua resenha o James está mais apaixonante nesse livro

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    1. Ei, Lara!

      Que bom que você se animou para ler! O James é mais que apaixonante, você vai amar :)

      Beijos!

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  7. Sempre na série temos um livro que gostamos mais do outro.
    Infelizmente não são livros que me chamam atenção. Já tentei ler
    JQ duas vezes, mas não rola. Não achei nada sensacional, então eu prefiro
    dar chances pra outros livros e outros autores.

    A resenha ficou ótima, assim como as fotos.

    Beijos
    Literatura Estrangeira

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    1. Ei, Anne!

      Te entendo completamente, eu não suportava a Julia, não sei nem o motivo de eu ter passado a gostar haha Sobre ser sensacional ou não, concordo com você, não acho que JQ seja sensacional no geral, mas ainda acho que de todos os romances de época que já li, ela vira uma rainha do gênero. Muito obrigada :)

      Beijos!

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