A Casa do Lago | Resenha

by - julho 20, 2017

Foto: Cecília Justen

Ei! Tudo bem?
Hoje, depois de surtar muito com A Casa do Lago, tenho mais coragem para resenhar esse livro que me surpreendeu em todos os momentos.

Um dos lançamentos mais aguardados - pra mim - da Editora Arqueiro em Junho foi A Casa do Lago. Isso tudo porque a ideia do livro é ser um "suspense" e um romance policial. O livro por ter uma pegada de detetive e por nos fazer pensar em soluções para os casos, fez com que eu me sentisse dentro de uma obra de Agatha Christie ou até mesmo Arthur C. Doyle, porém, com uma escrita leve e extremamente descritiva. Escrita que fica perfeita por causa de Kate Morton, autora do livro.

Então depois de me apaixonar completamente, cá estou eu resenhando uma história que eu com certeza lerei novamente e que sem dúvidas aparecerá mais vezes aqui no blog. 

Sinopse: A casa da família Edevane está pronta para a aguardada festa do solstício de 1933. Alice, uma jovem e promissora escritora, tem ainda mais motivos para comemorar: ela não só criou um desfecho surpreendente para seu primeiro livro como está secretamente apaixonada. Porém, à meia-noite, enquanto os fogos de artifício iluminam o céu, os Edevanes sofrem uma perda devastadora que os leva a deixar a mansão para sempre. Setenta anos depois, após um caso problemático, a detetive Sadie Sparrow é obrigada a tirar uma licença e se retira para o chalé do avô na Cornualha. Certo dia, ela se depara com uma casa abandonada rodeada por um bosque e descobre a história de um bebê que desapareceu sem deixar rastros. A investigação fará com que seu caminho se encontre com o de uma famosa escritora policial. Já uma senhora, Alice Edevane trama a vida de forma tão perfeita quanto seus livros, até que a detetive surge para fazer perguntas sobre o seu passado, procurando desencavar uma complexa rede de segredos de que Alice sempre tentou fugir.

Foto: Cecília Justen

Páginas: 464 | Autor(a): Kate Morton | Editora: Editora Arqueiro | Gênero: Romance

Loeanneth, casa da família Edevane, fica na Cornualha, condado no sudoeste de uma península da Inglaterra, mesmo lugar em que Sadie decide tirar suas férias forçadas depois de sérios problemas em seu último caso como detetive. Chegando lá, Sadie acaba saindo da trilha e encontra uma casa completamente abandonada que está cada vez mais tomada pela natureza que cresce constantemente em volta da mansão. Curiosa do jeito que é, a detetive decidiu investigar mais sobre o local e acaba descobrindo coisas que a deixam extremamente intrigada. 

Setenta anos antes, em 1933, na 'Casa do Lago', a família Edevane estava se preparando para a festa do solstício, porém, o que ninguém esperava é que o filho mais novo do casal, Theo de 11 meses, iria desaparecer, causando um desespero enorme e fazendo com que a família inteira se mude para Londres abandonando a casa. 

Em 2003, Sadie descobre que o caso nunca fora resolvido e as únicas informações que ela consegue são de uma biblioteca, porém boa parte dos documentos foram queimados na Segunda Guerra Mundial; de seu avô que abandonou Londres para morar na Cornualha; de uma senhora que está indo visitar seu avô; e do policial que mesmo sendo um adolescente na época, ainda se lembra de algumas informações que são importantes para a resolução do caso. Entretanto, Sadie ainda tem uma esperança. Essa esperança se chama Alice Edevane, filha do meio da família da 'Casa do Lago'. Agora, com 86 anos, A.C. Edevane, como é mais conhecida, é uma escritora mundialmente famosa e se recusa a responder as cartas de Sadie por se sentir culpada pelo sumiço do único irmão. 

"Até o dia de sua morte, Alice nunca conseguiria dizer com certeza se o cômodo ficou frio naquele momento devido a uma brisa repentina da charneca ou se era seu termostato interno, um banho de realidade, o passado a atingindo como uma onda que se recolhera havia muito tempo e esperava a maré virar. Porque, é claro, ela sabia exatamente do que tratava a carta - e não tinha nada a ver com os mistérios puramente inventados com que ela preenchia seus livros."

Acho que eu não tenho palavras para descrever o livro. Normalmente não consigo expressar minhas emoções, mas dessa vez, digo que só fiquei muito empolgada e muito curiosa, só que em relação ao livro, não sei o que dizer. 

A história me deixou extremamente interessada e eu me senti como Watson. E eu amo me sentir assim, afinal, para quem não sabe, as histórias de Sherlock Holmes estão em meus livros favoritos de questões de detetives e mistérios.

Enquanto eu lia o livro eu soltei vários "Não é possível!", "Aí Meu Deus!", "Sério?", "Oi?", "Como assim?" e por aí vai. Eu não acreditava em muitas coisas que iam acontecendo durante a história. Mas não se engane, o fato de eu achar tudo muito inacreditável não quer dizer que as coisas não faziam sentido. Na verdade, era exatamente essa a questão. Tudo fazia sentido até demais. 

Uma das coisas que eu mais gostei foi a forma que a obra foi escrita. Enquanto a gente lê a história, que é narrada em terceira pessoa, com o ponto de vista da Sadie, a gente vai descobrindo algumas coisas ao mesmo tempo que ela e, consequentemente, vai criando teorias junto a detetive. O próximo capítulo é a história no passado contando o acontecimento que a gente acabara de entender. Ou seja, além da gente ter descoberto e entendido finalmente uma parte de todas as ocorrências, a gente ainda tem a oportunidade de ler mais sobre o evento, mesmo que a Sadie não saiba exatamente o que aconteceu, você vai saber, e isso é o que torna o livro tão empolgante!

Foto: Cecília Justen

Morton soube montar muito bem o tempo da história. Antes de pegar o livro para ler, eu dei umas folheadas pelas páginas para saber como que o livro era montado. Fonte, tamanho da letra, cor do papel, essas coisas que eu acho super interessante e que vão sim interferir na hora da leitura. E folheando essas páginas, percebi que cada capítulo se passa em uma época. Ou nós vamos ler sobre a história da família Edvane ou vamos ler sobre as descobertas com ou sem sucesso de Sadie. Então confesso que antes mesmo de ler a obra eu já fiquei com um pouco de receio, afinal, apesar de amar/idolatrar livros com a temática de detetive, eu fiquei com um pé atrás por ter uma troca de tempo muito constante e nem todos os autores conseguem deixar claro essas mudanças e os aspectos de épocas tão diferentes. Todavia, Kate conseguiu fazer isso tudo com êxito total! Enquanto em um momento vivemos a Primeira Guerra Mundial, em outros vivemos plenamente o início do século XXI. Isso foi a parte mais incrível pra mim, o fato da autora conseguir trocar de épocas tão diferentes e de uma maneira que deixa tudo claro na sua cabeça, não é como se lêssemos dois livros diferentes, um sobre uma detetive e outro sobre um caso em 1933. Na verdade, nós lemos um livro que muda de tempo sem atrapalhar a linha da história.

Kate além de ter uma escrita cativante, que vai te prender do início ao fim, ela também sabe caminhar muito bem seus personagens. Cada pessoa tem seu motivo, cada um tem sua característica e nenhum deles são personagens lineares e sem graça, na verdade, todos - todos - são personagens que a gente compreende, que dá para sentir as emoções. Convenhamos que isso seja incrível e, poucos escritores sabem fazer isso.

"- Li alguns livros dela. Não é ruim. Peguei-me tentando ler nas entrelinhas, ver se havia alguma coisa lá que ajudasse no caso. Eu a vi na TV há algum tempo. Ela era como eu me lembrava.
- O que você quer dizer?
- Alta e poderosa, enigmática, segura de si. Tinha 16 anos quando o irmão desapareceu, apenas um ano mais nova do que eu, mas de uma espécie diferente. Fria como um pepino quando a entrevistamos."

Agora um minuto para que eu escreva um pouco sobre aquele final. O que eu mais queria era que a minha mãe tivesse lido A Casa do Lago antes de mim. Afinal, ela era a única em casa quando eu terminei a obra e eu queria berrar, sair comentando e falar uns spoilers para todo mundo. O final foi original, surpreendente e fez com que Kate Morton entrasse para a minha lista de: Autores que merecem a minha atenção pelo resto da minha vida. Foi sensacional!

No momento minha maior vontade é que a autora venha para o Brasil. 

Foto: Cecília Justen

Eu, como uma aspirante a detetive do Paraguai, tentei decifrar o caso de diversas maneiras diferentes. Fiz umas quinhentas teorias e quanto mais eu lia, mais teoria aparecia. A maior questão é que você acha que está super ligada na história, que você já sabe o final, mas aí vem outro capítulo e vem uma informação extremamente importante que vai fazer com que tudo o que você imaginou tenha sido completamente sem sentido. Quando o livro acabou, confesso que só acertei 3% de todas as verdades reveladas na história. 

Se eu tenho uma dica para dar para vocês, pessoas que querem ler e que amam - assim como eu - solucionar os casos de detetives antes de a própria história te contar, já começam tirando a ideia de que com certeza vão descobrir tudo. Kate Morton é totalmente imprevisível e é com essa imprevisibilidade que ela vai ganhar seu coração de leitor. Mas ainda sim, se eu tenho uma dica de verdade, essa dica é olhar os mínimos detalhes, é tentar entender a história pelas entrelinhas, pelas frases que você vai achar que é sem importância. Eu te garanto que boa parte das respostas está ali. 

"Sadie não se importava com pressentimentos - não havia necessidade de um sexto sentido quando os outros cinco eram usados corretamente."

Como vocês puderam perceber, eu super me atrai pelo livro, acabei me dedicando muito mais na história do que eu faço normalmente. Isso tudo aconteceu porque além da escrita de Kate ter me deixado atenta principalmente para tirar umas dicas, o livro me conquistou do início ao fim. Fiquei muito envolvida com a obra e quero de verdade ler novamente assim que tiver mais um tempinho. 

Vou tirar uma parte da crítica do Reader's Digest para terminar essa resenha. E vou fazer isso exatamente porque o comentário me representa demais. "Este livro nos faz lembrar por que amamos ler." 

"A vida era assim, portas de possibilidade constantemente se abrindo e fechando enquanto a pessoa seguia seu caminho às cegas."

Nota: 5/5 ♥ 

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Um beijo e paz no coraçãozinho de vocês! ✩

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18 comentaram

  1. Olá, fiquei curiosa pra ter o livro e ler essa estória. Gostei muito da capa e com certeza irei colocar na minha lista de compras esse livro

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    1. Ei! Tudo bem?

      O livro vai te deixar muito curiosa mesmo. Espero que você goste da leitura :)

      Beijos!

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  2. Uau! Dá pra sentir sua empolgação! É ótima realizar uma leitura assim instigante!
    Eu considero Agatha a melhor escritora policial e se vc se sentiu lendo as obras dela eu não preciso saber mais nada desse livro para querer ler! hahaha
    Prometo reparar bem nos detalhes, mas normalmente eu erro as teorias hahaha

    osenhordoslivrosblog.wordpress.com

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    1. Fiquei muito empolgada, adoro quando consigo passar isso nas minhas resenhas. A Agatha é incrível e eu fico muito feliz em saber que você confia na minha opinião haha Repare mesmo, alguma coisa você vai acertar :) Obrigada pela visita!

      Beijos!

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  3. Oiee

    Cecília, que livro é esse? Eu como boa fã de um suspense fiquei surtando aqui enquanto lia a resenha. Muito minha cara!!
    Adoro quando qualquer um pode ser o culpado e como sempre eu também me sinto o próprio Watson ou o Poirot (que amo!!) rs.
    Amei, sua empolgação me contagiou e agora ele pulou para o começo da minha fila de próximas leituras.

    bjs

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    1. Oi, Fê!

      Se você acha que é a sua cara, você precisa ler agora! O livro é tão maravilhoso que agora eu estou apaixonada na Kate Morton haha Poirot ♥ Fico muito feliz em saber que a minha empolgação te contagiou! Obrigada pela visita :)

      Beijos!

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  4. Olá!

    Adorei sua resenha, deu para nós que estamos lendo sentir seu entusiasmo e sinceridade! Eu realmente gosto de livros assim, que nos deixam sem palavras mas que mesmo assim temos aquela necessidade de sair indicando para todo mundo porque são livros ótimos. E o fato de você querer reler indica que foi uma boa experiência MESMO! Acho que a premissa é super instigante e a parte estética não deixa a desejar, né? Que capa! Ameeei! Parabéns pelo post :D

    Um beijo, Carol
    Blog com V.

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    1. Oi, Carol!

      Fico muito feliz em saber que a minha sinceridade junto com uma empolgação bem louca te deixo contagiada haha O livro é todo maravilhoso e eu estou saindo por aí falando sobre ele para todo mundo que eu encontro! A estética do livro é super estética de livro de suspense, sabe? Achei linda! Obrigada pela visita :)

      Beijos!

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  5. Toda essa sua empolgação me fez querer ler desesperadamente esse livro. Amo quando um livro pega a pessoa assim e balança todo o mundo literario dela. Sua resenha foi ótima, consegui sentir tudo o que vc sentiu. Parabéns.

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    1. Oi, Laila!

      Obrigada pela visita :) Fico muito feliz em saber que a minha empolgação fez com que você queira ler o livro! Muito obrigada!

      Beijos!

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  6. Estou encantada com a resenha e muito curiosa em relação ao livo! Já adicionei na minha lista de leitura ♥

    Café, Vodka e Literatura

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    1. Fico muito feliz em saber disso :) Obrigada pela visita!

      Beijos!

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  7. Só deus sabe o quanto quero esse livro, e depois dessa sua resenha cheguei até ficar sem ar... Preciso pra ontem

    http://livrosrabiscando.blogspot.com.br

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    1. Menina, já vai garantindo o seu então haha Esse livro, apesar de longo, é aquele que você começa e só para quando termina. Fico muito feliz que minha resenha tenha te empolgado! Obrigada pela visita :)

      Beijos!

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  8. Eitaaaa, bom saber que gostou taaaaaaanto assim do livro porque ele vai ser
    minha próxima leitura. Rs...
    Tomara que eu me surpreenda bastante também. Eu gosto muito de ler livros
    na terceira pessoa.

    E essa capa é a coisa mais linda!!! E o bloco!! Eu tenho e nossa,
    dá até dó de usar de tão LINDO!!! Rs...

    Suas fotos ficaram LINDAS!!

    Beijos
    Literatura Estrangeira

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    1. Eu amei o livro, vibrei em todos os momentos com ele. Tomara que você goste e já vai se preparando para as milhares de informações que ele vai te jogar e de alguma maneira você vai ter que pegar. Livros em terceira pessoa, pra mim, são os melhores. O bloco é tão lindo, né?! Não usei o meu e acho que nem vou haha Muito obrigada!

      Beijos!

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  9. Olá, tudo bom? :)
    SÓ DIGO: UAU! Depois dessa resenha PRECISO ler logo esse livro! Primeiro por ser um thriller, já me conquista rs Segundo, o lance de detetive, haha eu não acerto muito nos palpites, mas fiquei curiosa pra saber mais! Muito bem escrita sua resenha, parabéns!
    Beijos, Yasmim.

    Blog: https://literarte.blog.br/

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    1. Oi, Yasmim!

      Fico muito contente em saber que você gostou da resenha em um nível de querer ler o livro! A questão de detetive é a que eu acho mais legal, mesmo que a gente não consiga decifrar nada, só a emoção que dá já vale. Muito obrigada :)

      Beijos!

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