A Mulher na Janela | Resenha

by - maio 03, 2018

Foto: Cecília Justen

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

Hoje é o famoso dia do: Demorou, mas chegou. Estava com A Mulher na Janela preso na minha estante por muito tempo e, depois de uma semana intensa de provas, consegui tirá-lo para uma leitura maravilhosa que foi me matando aos poucos.

Esse é um thriller diabólico, mas totalmente delicioso. É viciante desde o início e você vai entrar nessa leitura totalmente despreparada para o que vai vir e quando acabar, o mundo vai ter colidido com essa leitura de tirar o fôlego.

A Mulher na Janela - A.J. Finn

Sinopse: Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle?


Foto: Cecília Justen

Páginas: 352 | Autor(a): A.J. Finn | Editora: Editora Arqueiro | Gênero: Suspense

Anna possui Agorafobia, que é basicamente medo de espaços abertos e isso acaba se ligando a ataques de pânico, por isso ela não saí de casa há meses. Ela também está separada do marido e sua filha, Olivia, acabou com o pai. Passa todos os seus dias sozinha, às vezes tem companhia de sua fisioterapeuta ou de seu terapeuta, sendo que em alguns momentos encontra seu inquilino, David. Por isso, Anna guarda seu dia bebendo muito (muito!) vinho, assistindo filmes antigos dignos de Hitchcock, jogando xadrez na internet, respondendo pessoas que sofrem do mesmo problema que ela e... Espionando os vizinhos. O que mais uma pessoa que não sai de casa faria?

Sua vida, mesmo pacata, até que era emocionante tendo em vista os casos extraconjugais que alguns vizinhos tinham. Mas os Russells... Eles não... Os Russells acabaram de se mudar, mas já passaram uma impressão estranha para Anna e todos os dias eles parecem cada vez mais atrativos. E se não bastasse toda a espionagem, Anna acaba conhecendo Ethan, o filho do casal, e Jane, a mãe. Entretanto, tudo parece fora do lugar e quando Anna acaba vendo algo aterrorizante pela janela, sua primeira ação é ligar para a polícia, mas como eles iriam acreditar nela? A maluca que fica espionando os outros? A maluca que mistura os remédios com a bebida? A maluca que se separou do marido? A maluca que não sai de casa há dias? E como ela irá acreditar nela mesma, quando tudo parece apenas alucinações?

"Bisbilhotar é como fotografar a natureza: a gente não interfere no que está vendo."

Não me segurem, porque eu já caí. Que livro, minha gente! Que livro!

Como demorei muito tempo para iniciar a leitura, acabei lendo vários comentários positivos sobre a obra, mas fico tão feliz por não ter tido spoilers ao longo do período, pois a surpresa no final é de acabar com tudo. Por isso, pretendo ser o mais discreta possível, mesmo que isso deixe a resenha meio fraca. Então, antes de tudo, quero muito que você dê uma chance a esse livro se você ama um thriller psicológico, porque mesmo que o início pareça lento, eu te garanto que irá valer a pena no final.

O suspense é um dos meus gêneros favoritos, só perde para os Romances Históricos, mas depois dessa leitura, talvez minha opinião mude e eu tente mais livros, principalmente de A.J. Finn. O cara é um escândalo de escritor.

Ele sabe conduzir muito bem a história. O início é lento na questão de ação, mas é excelente na parte de apresentação. É mais de 200 páginas sem nenhuma descoberta realmente relevante (pelo menos a gente acha isso), e um livro todo narrado por Anna, então nós entramos em sua cabeça e na sua loucura, nós acreditamos no que ela acredita mesmo que precisássemos lutar por isso e questionar muito. Essa primeira parte nós entendemos como a Anna é e um pouco do motivo dela possuir Agorafobia. A gente surta com ela bebendo igual uma maluca e tomando remédios sem nenhum filtro, e isso tudo porque já estamos pensando no futuro e em como a personagem vai terminar.

Por isso posso dizer que não achei o inicio lento, na verdade, ele me prendeu totalmente! Fui pega pela escrita do autor e ele me conduziu até a parte principal da história e foi tão surpreendente que eu nem notei que já estávamos ali.

Não preciso nem dizer como fiquei quando descobri o "mistério da janela", não é?! Mas garanto, o pior vem depois. Contudo, vou deixar vocês na curiosidade mesmo.

"Uma doida aos olhos dos vizinhos. Uma piada aos olhos da polícia. Um caso especial aos olhos dos médicos. Um caso perdido aos olhos do terapeuta. Uma encarcerada. Longe de ser uma heroína de cinema. Longe de ser uma detetive. Encarcerada em casa. Afastada da vida."

Um ponto muito interessante e genial que eu preciso comentar eu meio que já falei. Precisamos conversar sobre a Anna.

Antes de ficar em casa, ela era psicóloga infantil e amava seu trabalho, então é realmente sufocante ficar dentro de sua residência, mas é lá que ela se sente segura depois de tudo o que passou. Vendo os vizinhos, ela encontra certa paz interior, é como saber que a vida continua e ela pode assistir um pouquinho do que está acontecendo do lado de fora. A chegada dos Russells abala tudo, eles são a família perfeita, a família que ela não tem mais, o fascino por eles é muito maior do que por qualquer outra pessoa.

Anna é uma maluca, não podemos negar isso, mas tem motivos para ela ter tantos problemas psicológicos e por ela possuir tantas "neuras". Entretanto, esse é o tipo de coisa que a gente descobre apenas no final do livro (fiquem tranquilos que não é spoiler), quando a gente descobre a solução de todo o mistério, mas não só dos vizinhos, mas sim de Anna.

A narração é toda dela e Finn sabe como escrever isso, sem contar todo o desenvolvimento brilhante da Agorafobia na vida de Anna que ele nos apresenta. É tão real que é como se a gente fosse a protagonista, como se a gente estivesse dentro da cabeça dela e sentíssemos as mesmas coisas que ela. A personagem tem uma mania fofinha de falar "advinha quem é?" e eu já estava quase pegando isso quando terminei a leitura. É estranho, é errado, mas é fácil você sentir e pensar como a Anna. Ela é a personagem que a gente sente empatia, que a gente quer ajudar e quer que a vida dê certo.

"Minha cabeça é um pântano profundo e salobro, fatos e fantasias trocando abraços, confundindo-se uns com os outros."

Não vão achando que o livro seja apenas isso e mais um pouco, até porque ele ganhou vários pontos comigo por tratar tão bem do cinema. A Anna é apaixonada no mundo cinematográfico, principalmente nos clássicos (sim, o preto e branco) de thriller. E eu que saio de casa sempre estou vendo filmes, imagina ela que não consegue pisar para fora de sua porta? Mas o ponto nisso tudo são referências que ela faz enquanto as cenas do livro vão se passando, as falas dos filmes que estão presentes na obra e é como se você estivesse assistindo junto à personagem. Se você é um fã de cinema, se você é fã dos clássicos e, principalmente, de Hitchcock, esse livro é mais do que apenas um suspense, é uma homenagem a esse mundo tão vibrante.

"Parafraseando Einstein: "A definição de insanidade, Fox, é repetir a mesma coisa o tempo todo e esperar resultados diferentes." Então, pare de pensar e comece a agir."

Falar sobre o final sem dar spoiler é muito complicado, mas desde o dia em que comecei esse blog me prometi não escrever demais porque pode acabar com a emoção que eu tive e eu não gostaria que isso acontecesse com vocês, então vou tentar falar bem de leve.

No geral, o final é bem chocante, eu não esperava por isso, porque quando nós achamos que temos a resposta para tudo, no capítulo seguinte nós descobrimos que não, na verdade, a gente não tem nada. Eu acredito que esse seja o motivo das pessoas gostarem tanto do final, não pelas revelações, mas sim pelos "vai e vens" que ele tem. A cada momento é uma surpresa e, talvez, ela não seja real.

Mas para mim, o pior (de uma maneira positiva) do final foi tudo o que a Anna já passou, é desesperador vê-la em mais uma situação complicada de ser revertida, pois imaginem vocês, mesmo sem terem lido o livro é possível seguir essa linha de pensamento, testemunhando algo inacreditável, mas só você viu, apenas você. Não existem provas concretas e você é uma pessoa que está tomando vários remédios para melhor seu lado psicológico que está acabado, mas esses remédios podem trazer alucinações. Você também bebe, bebe mais do que deveria. Quem iria acreditar em você? Como você faria para que acreditassem em você? E pior, o que você viu, é real ou fruto da sua imaginação?

Anna precisa confiar nela mesma, mas as coisas vão ficando difíceis até para ela.

"Tenho a sensação de que a loucura veio para me libertar."

Essa é a estreia de A.J. Finn no mundo literário e, que estreia. Quando crescer quero ser como ele! Minhas expectativas para o futuro estão altas, mas por enquanto vou me satisfazer com o filme que será lançado. Sim, teremos adaptação de A Mulher na Janela com Amy Adams fazendo Anna (podem me segurar agora, pois estou caindo), sendo dirigido por Joe Wright de O Destino de Uma Nação (filme maravilhoso que concorreu ao Oscar desse ano), com roteiro de Tracy Letts de Lady Bird (também no Oscar de 2018) e produção de Scott Rudin (Onde os Fracos Não Têm Vez) e Eli Bush (O Grande Hotel Budapeste).

"Sinto o lado de fora tentando entrar... O mundo externo inflando na rua, flexionando os músculos, arranhando a madeira da porta. Posso ouvir sua respiração, o vapor que ele sopra pelas narinas, o ranger dos dentes. Um monstro prestes a me atropelar, a me rasgar e duas, a me devorar."

Sendo muito sincera, não achei que fosse conseguir realizar essa resenha, pois foi um livro cheio de emoções e ao mesmo tempo vago, muitos conflitos para pouca Cecília em um só momento. Terminei a obra e fiquei realmente chocada com o que eu li, com o quão psicológico esse livro é e como eu não imaginei que seria. Por isso e por mais milhares de motivos eu indico a leitura.

É surreal, é emocionante, é de dar frio na barriga, é para te deixar ansioso e pedir por mais a cada capítulo. É para você ficar confuso e para querer gritar. É para surpreender e não conseguir virar Sherlock Holmes, pois é tudo tão planejado e maravilhosamente bem feito que até para ele seria difícil. Se você quer se aventurar no lado mais problemático e conflitoso de um ser humano, A Mulher da Janela é mais do que a obra perfeita, é a história diabolicamente perfeita.

"- Você não acha que está sendo um pouquinho paranoica?
Antes que ele possa dizer mais alguma coisa, disparo:
- Não é paranoia se está realmente acontecendo."

Nota: 5/5 ♥ 
*Livro cedido em parceria com a Editora Arqueiro* 

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Um beijo e paz no coraçãozinho de vocês! ✩


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12 comentaram

  1. Oiee!!!

    Terminei esse livro de madrugada!!! Simplesmente não consegui parar de ler e que leitura sensacional!!!
    Adorei sua resenha, realmente é bem difícil falar sobre, eu mesma queria falar muito aqui, mas tem que segurar kkkkkkkkkkk.
    Enfim, eu adoro o gênero e esse livro foi um dos melhores, a história inteira é de arrasar, me prendeu do início ao fim e coitada da Ana. Muita coisa.
    Resenha perfeita!!!

    bjs

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    1. Ei, Fê!

      Achei alguém que concorda comigo!
      Não tenho nem o que falar sobre a Anna, tadinha rsrs
      Muito obrigada :)

      Beijos!

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  2. Oi Ceci.
    Sempre achei a premissa dessa obra muito parecida com a de A Garota No Trem. Sabe quando você leu uum livro e encontra outro que parece um dejavou? É bem assim que eu me sinto em relação a esse.
    Contudo e apesar disto, sua resenha me deixou bastante impulsionada à ler a obra. O suspense e o drama parecem ter um quê à mais. Amei o post.
    Beijos.

    Blog: Fantástica Ficção

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    1. Ei, Jessica!

      Nunca li, então não sei o que falar, mas vi algumas pessoas questionando isso.
      Muito obrigada :)

      Beijos!

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  3. Uau, que estreia mesmooooo
    Fiquei de cara e já sei que vou cair da cadeira tb!! AMo suspense e se vc promete tudo isso eu já virei fã!

    osenhordoslivrosblog.wordpress.com

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    1. Você vai amar, não se segure, caia na leitura!

      Beijos!

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  4. Nossa! Gostei da sua empolgação na resenha desse livro, eu assistir um filme bem parecido com essa história, mas o protagonista principal era homem. Eu gosto de suspenses assim, já adicionei na minha infinita lista, bjocas e bom domingo.Parabéns pela linda resenha.

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    1. Suspenses nesse estilo são fáceis de achar, mas cada um tem seu ponto principal que acaba com a gente.
      Muito obrigada :)

      Beijos!

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  5. Oi, tudo bem ?

    Gente...todos estão falando desse livro ! Amor os pontos de vis diferente e poder conhecer um pouco mais da obra pelos leitores, então conhecer o seu ponto de vista foi muito gratificante e empolgante....amei ! O livro parece sim ter um enredo hipnotizante e com certeza uma boa dica de leitura. Sua resenha está linda e ajuda muito na hora de decidir iniciar a leitura.

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    1. Ei!

      Estão sim, e todos estão amando!
      Fico feliz que você tenha gostado, espero que a leitura seja emocionante.
      Muito obrigada :)

      Beijos!

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  6. Duas coisas: Foto maravilhosa e resenha lacradora. Tudo bem, você já me convenceu, vou correr e ler esse livro. Eu já havia me interessado pela premissa dessa história, depois de saber tua opinião fiquei ainda mais animada, parece ser aquele thriller eletrizante que você não consegue parar, e eu AMOOOO muito isso. <3 Também amei saber as referência do cinema! Quero ler pra ontem!

    Amei demais!
    Bjokas da Elo!
    http://cronicasdeeloise.blogspot.com.br/

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    1. Ah que felicidade ler isso!
      Ele é maravilhoso, você vai AMAR.
      Muito (muito!) obrigada :)

      Beijos!

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