• Início
  • Viagens
  • Resenhas
  • Cinema
    • Category
    • Category
    • Category
  • Autora
  • Contato
Tecnologia do Blogger.

365 Cores do Universo

facebook google twitter tumblr instagram linkedin


Ei! Tudo bem? 
Espero que sim! 

Dessa vez eu voltei para falar um pouquinho com vocês sobre o preço dos livros. Em 2020 a gente teve bastante debate sobre isso, algumas editoras como a Arqueiro está promovendo novas edições que sejam mais econômicas porque a verdade é que o Brasil não é um país com muitos leitores, e isso pode ter sim como um dos motivos o preço da edição física e até mesmo a digital. 

Assim vim dar 5 dicas de como comprar livros mais baratos! Vamos lá?
Lembrando que existem as versões econômicas mas não são todos os livros que possuem uma versão como essa, então meu foco não será esse. 

1. Esperando 


E essa espera pode ser para observar as mudanças de preço do livro X, como também pode ser uma espera específica de tantos meses. Isso significa que ao contrário de comprar o livro em uma super promoção ou comprar logo em seu lançamento, uma alternativa é esperar por um tempinho seu preço diminuir, e isso realmente vai acontecer porque outros livros serão lançados do mesmo gênero, do mesmo autor e até mesmo essas especificações só que em outras editoras. 

2. Comprando um livro com seu amigo 


Outra forma é compartilhar o livro! Muitas pessoas procuram comprar com um amigo próximo para ou baratear o frete ou até mesmo para dividir o preço do livro, assim o sistema seria como uma "guarda compartilhada", essa é uma excelente forma!

3. Vá em sebos


Minha forma favorita de achar edições maravilhosas de livros antigos é em sebos, mas lá também encontramos livros recém lançados, isso porque os donos de sebos tendem a comprar de livrarias físicas que estão fechando ou até mesmo conseguir uma boa parceria diretamente com a editora. Caso seja muito difícil encontrar um bom sebo físico em sua cidade, é possível encontrar sebos onlines maravilhosos!

4. Converse com a Editora


Pode parecer
fake news, mas se for para divulgação ou projeto escolares, pode sim entrar em contato com o marketing da editora do livro, algumas costumam ceder exemplares (às vezes em edições econômicas) para esses projetos pessoais ou coletivos (como clubes do livro). A tentativa de contato é super valida, eu garanto!

5. Comprando com cupom de desconto


Agora finalmente chegamos ao meu favorito! Quem me conhece de perto sabe que eu nunca faço uma compra sem pesquisar por cupons de desconto, e olha, isso não é vergonha alguma!!! Aqui eu indico totalmente para vocês o
Cupom Válido, já falei em outros momentos sobre o site, mas volto a falar porque eles são realmente de confiança e é muito difícil você não encontrar um cupom no site deles, isso porque possuem parcerias com as mais diversas empresas (tem cupom da Amazon, desconto no Submarino, e até cupons para Vivara), ou seja, dá para usar o Cupom Válido para além de livros! Tem coisa melhor?


Gostaram das dicas? Espero que sim!
Um beijos, um abraço (à distância) e um queijos. 

Lembrem-se de se cuidar, de se manterem em isolamento caso seja possível e usar álcool em gel!




Share
Tweet
Pin
Share
1 comentaram

Ei! Tudo bem? 

Recentemente vim aqui para conversar com vocês sobre um projeto que saiu do papel depois de muito tempo, o Clube Métrica. Um clube totalmente voltado a literatura, temos diversas conversas por lá e uma vez por mês escolhemos um livro para um grande debate. Quer saber mais? Confira essa postagem!

Porém, não estou aqui para falar do clube, mas sim da autora do livro escolhido para nosso debate do mês de agosto (que acontecerá dia 29). Michelle Sacks é a escritora de "Você Nasceu para Isso", livro já resenhado aqui no blog. É uma história dura, real e obrigatória, eu fiquei sem palavras com essa trama genialmente desenvolvida. 

Sinopse: Sam Hurley, professor, e sua esposa Merry, cenógrafa, trocam os confortos de Nova York por um estilo de vida completamente diferente em uma casinha isolada na Suécia. Apesar do quadro idílico que o casal com um bebê recém-nascido em paisagens de contos de fada representa, problemas com raízes muito profundas ameaçam o relacionamento. Sam, que nunca contou à esposa que na verdade foi demitido da universidade, também mente sobre seu dia a dia na nova cidade. Merry, por sua vez, sempre escuta do marido que nasceu para ser dona de casa, mas não sabe o que fazer com o ódio que alimenta por todas as tarefas cotidianas: a jardinagem sem-fim, a arrumação da casa, o preparo de refeições para a família e os cuidados com um bebê que por ora só parece dar trabalho. O instável equilíbrio da família se perde por completo com a visita da melhor amiga de Merry, a glamourosa Frank. Ela conhece Merry muito bem, conhece sua história, e agora, com a proximidade, é capaz de ver quem Sam realmente é. Mas Frank tem os próprios segredos, e, à medida que sua narrativa se junta à história do casal, fica claro que ela sofre pelos próprios pecados e talvez não seja capaz – ou não queira – salvar ninguém.

Michelle Sacks nasceu na África do Sul, porém atualmente mora em Berlim. É mestre em Literatura e Cinema pela Universidade da Cidade do Cabo. Ela chegou a ser indicada ao prêmio da Commonwealth em 2014 e duas vezes ao South African PEN Literary Award. 

Sua primeira publicação foi “Stone Baby”, um livro de doze contos lançado em Dezembro de 2017, que ainda não foi publicado no Brasil. Em 2018, a autora publicou “Você Nasceu para Isso”, sendo seu titulo original “You Were Made for This”, o livro foi publicado aqui no Brasil pela Editora Intrínseca. Em 2019, Michelle Sacks publicou “All the Lost Things”.

Exatamente por causa do clube, tive a oportunidade de conversar com a autora sobre o livro de agosto e falamos um pouco sobre a situação que estamos vivendo. Os assinantes do Métrica terão oportunidade de conferir esse bate papo e ainda terão acesso a materiais exclusivos. 

Por não conseguir resistir, separei duas perguntas para que o pessoal do Cores também pudesse conferir o que autora falou, mas o resto só indo no Clube Métrica e eu estou esperando todos vocês lá!


1. O tema do amor perpassa o livro inteiro. Tanto o amor maternal, o amor romântico e amor entre amigas. Entretanto, os relacionamentos dos personagens são tóxicos e turbulentos e isso faz o leitor questionar a veracidade desse amor. A questão mais delicada é o relacionamento de Merry com seu bebê. Como foi dar voz a algo que é extremamente sensível, porém importante?

Enquanto eu escrevia o livro, fui confrontada repetidamente com uma série de tabus que existem na sociedade - verdades desconfortáveis que simplesmente não queremos pensar, muito menos falar sobre. Eu queria ser capaz de abrir a conversa sobre maternidade: o fato de algumas mulheres simplesmente não quererem ser mães é menos controverso hoje em dia, mas a ideia de que as mulheres se arrependem de seus filhos, ou não conseguem amá-los, ou desejar que eles se vão, é outra coisa. Mas como isso pode não ser o caso? Como podemos imaginar que todas as mães do mundo estão dançando de alegria? Eu descobri um fórum para mães e comecei a me aprofundar no assunto – percebendo que na maioria dos casos, essas mulheres se sentiram presas por forças fora de seu controle. Elas nunca conseguiram decidir por si mesmas o que realmente queriam - elas simplesmente se ajeitaram em uma vida que parecia com as vidas ao seu redor. 

Como uma sociedade, gostamos tanto de conformidade que raramente somos encorajados a ter discussões profundas e difíceis com nós mesmos. Perguntando, o que eu quero? Isso é certo para mim? Ainda é a vida que eu quero? E se houvesse outra maneira de fazer isso? Estes podem ser perguntas tão assustadoras que preferimos não perguntar, mas me senti compelido a aprofundar para isso, não importa o quão desconfortável fosse.

2. Sam, durante o livro, se mostra controlador e possessivo. Por estarem excluídos na Suécia, ele controla a vida de Merry, tirando sua autonomia. Assim como Merry, estamos passando por um período de isolamento social devido a Covid-19. Frank percebe durante o livro o quão fácil é enlouquecer em uma quarentena e deduz ter acontecido o mesmo com as mulheres por ali. Vendo a situação atual, você diria que esse sentimento de enlouquecimento acontece com todos ou especialmente com pessoas como Merry?

Eu ouvi alguém dizer que a Covid-19 destaca o que já estava lá, e eu gosto dessa ideia. Se houver rachaduras no casamento, as coisas vão piorar. Se já era um bom relacionamento, é mais fácil de lidar. Claro, estes são tempos bizarros e nunca estivemos estressados e isolados assim antes - acho que todos temos direito a um pequena loucura.

Mas com toda a seriedade, é claro que mulheres como Merry, que se sentem terrivelmente isoladas e sozinhas vão se sentir ainda mais - e pior, as vítimas de violência doméstica devem estar sofrendo mais do que nunca agora.

Com a Merry, sua situação é um pouco ambígua, porque ela tem um marido controlador, mas ela também é profundamente dependente dele e precisa que ele diga quem ela é e o que ela é. Ela é uma vítima de "abnegação" - estar sem um eu, mais do que outra coisa.


Quer conferir a entrevista completa? Te espero no Clube Métrica!

Share
Tweet
Pin
Share
3 comentaram

Olá, pessoas, tudo bem com vocês?

Vocês sabem, essa vida de leitor não é fácil. Quase sempre estou arrumando minha estante e reorganizando meus livro e eis que tive a ideia de trazer uma postagem especial para vocês falando dos melhores livros que já li da editora Darkside, uma editora especializada na publicação de obras de terror e suspense. Para quem não sabem, eles capricham na edição dos livros, trazendo uma belíssima capa e diagramação, além de dezenas de conteúdos extras como bastidores, entrevistas e outros materiais. Sou completamente obececado pelos livros e sempre que posso adquiro mais um pra minha estante; são esses que irei falar aqui pra vocês hoje. Bora?

  • Drácula - Bran Stocker


Sinopse: Durante uma visita de negócios ao castelo do conde Drácula, na Transilvânia, o advogado inglês Jonathan Harker descobre que seu cliente é um vampiro. Quando consegue escapar da sinistra fortaleza, ele volta à Inglaterra e inicia uma implacável caçada à criatura das trevas 
  • Sexta-Feira 13: Arquivos de Crystal Lake


Sinopse: O autor disseca os segredos por trás do filme de 1980, que deu origem ao assassino com a maior contagem de corpos do cinema Slasher: o imortal Jason Vorhees. O homem por trás da máscara está de volta, mais sangrento do que nunca. O livro traz fotos inéditas e centenas de depoimentos dos atores, membros da equipe e de fãs que também se destacaram no mundo do terror. A cada parágrafo, você vai se sentir andando pelos bastidores das filmagens. 

  • Ed & Lorraine Warren: Demonologistas


Sinopse: Eles enfrentaram os mistérios mais sinistros dos últimos sessenta anos, sempre em busca da verdade. Agora é a sua vez de entrar em contato com o sobrenatural. Você tem coragem? Então leia Ed & Lorraine Warren: Demonologistas, a biografia definitiva dos mais famosos investigadores paranormais do nosso plano astral. Não é de hoje que os fãs do terror conhecem Ed Warren e sua esposa, Lorraine. O casal foi retratado em filmes de grande sucesso, como Invocação do Mal, Annabelle e Horror em Amityville. Mas basta folhear as páginas de Ed & Lorraine Warren: Demonologistas para constatar que, muitas vezes, a vida pode ser bem mais assustadora que o cinema. No livro, Gerald Brittle desvenda alguns dos principais casos reais vividos pelos Warren. Ed e Lorraine permitiram ao autor acesso exclusivo aos seus arquivos sobrenaturais, que incluem relatos extraordinários de poltergeists, casas mal-assombradas e possessões demoníacas.

  • O Exorcismo


Sinopse: A história real que inspirou o clássico O Exorcista. “Livrai-nos de todo o mal, amém.” Um fenômeno quase paranormal atingiu o mundo em 1973. Multidões sofreram de náuseas, desmaios, alucinações e calafrios, numa histeria coletiva sem precedentes. Todos aparentemente possuídos por um filme: o já clássico O Exorcista, dirigido por William Friedkin e adaptado do romance que o roteirista Willian Peter Blatty lançara dois anos antes e que completa 45 anos em 2016. Se a ficção consegue ser tão assustadora, imagine o poder contido na história real? Muitos não sabem, mas a obra-prima de W. Peter Blatty não se trata de uma invenção. Ela foi inspirada num fenômeno ainda mais sombrio, desses que a ciência não consegue explicar: um exorcismo de verdade. A história real aconteceu em 1949, e você pode conhecê-la — se tiver coragem! — no livro Exorcismo, do jornalista Thomas B. Allen, lançamento da DarkSide Books em 2016. Exorcismo narra em detalhes os fatos que aconteceram com Robert Mannheim, um jovem norte-americano de 14 anos que gostava de brincar com sua tábua ouija, presente que ganhou de uma tia que achava ser possível se comunicar com os mortos. Thomas B. Allen contou com uma santa contribuição para a pesquisa do seu trabalho. Ele teve acesso ao diário de um padre jesuíta que auxiliou o exorcista Bowdern. Como resultado, seu livro é considerado o mais completo relato de um exorcismo pela Igreja Católica desde a Idade Média.
  • Serial Killers: Anatomia do Mal

Sinopse: O que faz gente aparentemente normal começar a matar e não parar mais? O que move - e o que pode deter - assassinos em série como Ed Gein, o psicopata americano que inspirou os mais célebres maníacos do cinema, como Norman Bates (Psicose), Leatherface (O Massacre da Serra Elétrica) e Hannibal Lecter (O Silêncio dos Inocentes). Como explicar a compulsão por matar e o prazer de causar dor, sem qualquer arrependimento? De onde vem tanta fúria? As respostas estão no novo lançamento da editora DarkSide Books: Serial Killers - Anatomia do Mal, dossiê definitivo sobre o universo sombrio dos psicopatas mais perversos da história. 

- Postagem de Gabriel Ferrari
Share
Tweet
Pin
Share
No comentaram


"O que se passava, afinal, no mundo dos adultos, na cabeça de pessoas extremamente racionais, em seus corpos carregados de saber? O que os reduzia a animais dentre os menos confiáveis, piores que os répteis?"

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

Depois de duas grandes postagens sobre A Vida Mentirosa dos Adultos eu, finalmente, trago à vocês, queridos leitores, a resenha de uma das melhores obras já escrita por Elena Ferrante. 

A Vida Mentirosa dos Adultos - Elena Ferrante 
Sinopse: As mudanças no rosto de Giovanna anunciam o início da adolescência e não passam despercebidas em casa. Dois anos antes de abandonar a família e o confortável apartamento no centro de Nápoles, Andrea não se dá conta do que sentencia quando sussurra para a esposa que a filha é muito feia. Essa feiura estética, mas que também indica uma possível falha de caráter, recai sobre Giovanna como uma herança indesejável de Vittoria, a irmã há muito renegada por Andrea. Aos doze anos, a menina vê um rosto no espelho e, embora não compreenda a fundo o peso daquela comparação, sente que algo está irremediavelmente à beira de um abismo. O amor e a proteção oferecidos pelo lar são as primeiras estruturas a desmoronar quando Giovanna decide conhecer a mulher que pode encarnar seu futuro. Os encontros com a tia são o ponto de partida para o embate com inúmeras questões existenciais ― é possível pertencer a algum lugar em uma Nápoles de contrastes entre o cinza industrial e sua sociedade rica e instruída? Ou transcender os erros e pecados cada vez mais aparentes de pais outrora perfeitos? Como sobreviver ao despertar do desejo? Ao longo dos anos acompanhamos os percalços da transição da infância protegida de Giovanna a uma adolescência exposta às complexidades daqueles que a cercam, evocando também a possibilidade de levar a vida adulta como nenhuma outra mulher fizera até então. Um romance extraordinário sobre transições, paixões e descobertas.

Foi assim, Giovanna aos seus 12 anos descobriu que o pai, aquele que sempre a amou e a elogiou, disse que sua filha estava se tornando Vittoria. No mesmo momento o mundo perfeito de Giovanna foi destruído, ser comparada a tia que sempre fora descrita como feia, má e cruel, fez com que tudo mudasse. Fez com que a menina precisasse viajar até o outro lado de Nápoles, o lado que ela conhecia como ruim, ela precisava conhecer tia Vittoria, ela precisava saber quem ela estava se tornando. 

Claro que eu poderia falar muito mais sobre a trama, mas é exatamente essa descoberta de Giovanna que dá o gás para o livro inteiro, é se perceber e compreender sua mudança de menina para mulher, por consequência, desmascarar a vida que levava. 

Desta maneira, Ferrante nos conduz a uma história crua sobre realizações e descobertas. Nos leva para um lugar que muitos já conheceram e muitos ainda vão conhecer. Consegue, com maestria, invocar no leitor a empatia pela personagem principal, que passa por diversas transformações ao longo das 432 páginas.

Com sua escrita ansiosa e nervosa, a autora consegue mostrar o melhor cenário possível: sim, novamente temos Nápoles. Acredito que, a importância do local nas obras é tão grande que ele acaba se tornando uma personagem do livro também. E não há melhor personagem que Nápoles. 

A cidade de Nápoles é... Faltam-me palavras para expressar o quão complexo essa personagem é. Historicamente importante para a Unificação da Itália e também local de maior desavenças politicas a sociais. Nápoles é literalmente dividida no lado bom e no lado ruim, o lado rico e o lado pobre, e sim, eles não se misturam. 

Em A Vida Mentirosa dos Adultos, Giovanna não descobre apenas as mentiras contadas sobre sua família, mas as mentiras contadas sobre Nápoles, local de sua vida, mas que não reconhece da mesma forma. 

Uma história sobre crescimento, criação, descobertas, o íntimo de Nápoles e da cultura dialetal napolitana. Uma história sobre o ser italiano, sobre se reconhecer como humano e mulher. Elena Ferrante é sobre consequências socioeconômicas, as reviravoltas são verdadeiras, não grandiosas, mas que levam o leitor a se compreenderem como ser no coletivo. 

Genial e brilhante, a grande autora italiana continua nos revirando e nos revivendo. 

Um abraço enorme (à distância) e um beijo!
Share
Tweet
Pin
Share
No comentaram


Ei! Tudo bem? 
Espero que sim :) 

Finalmente a notícia de tão longe chegou ao blog: é real um sonho pequeno que se tornou gigante com uma grande amiga de faculdade. A partir desse mês surge o Clube Métrica, com o intuito de promover a literatura e criar um clube de assinaturas (que também serve para ser um clube do livro) de maneira bem mais acessível!

Todo dia um clube literário surge por aí, mas normalmente os preços são a cima de R$30,00; o que nos soa absurdo. Por isso, você pode apoiar o projeto pelo Catarse a partir de R$5,00; caso ainda sim não seja acessível, lá no site do clube tentamos publicar o máximo de literaturas para todos. 

Mas vocês devem estar se perguntando como isso tudo funciona e como um projeto de clube de assinatura pode ser tão barato, e eu respondo vocês dizendo: por qual motivo não ser barato? 
Disponibilizamos uma plataforma/fórum que é aberta uma vez ao mês, lá teremos discussões pertinentes ao livro que escolhemos, entretanto, é possível ter acesso por 24hrs a textos didáticos mas também científicos sobre temas relevantes a obra. 

Em agosto escolhemos Você Nasceu para Isso, história já resenhada pelo Cores em 2019. Essa é um trama que vai de frente ao período que estamos vivendo e pretendemos desmembrar e abrir questões importantes em debates ao longo do mês. 

Vocês também podem se perguntar se um clube de assinaturas como esse vem algum mimo ou brinde, e sim, vem. Dependendo do apoio no Catarse, as recompensas ficam maiores, e é interessante dar uma olhada no site para entender melhor como será o funcionamento! 

De resto, convido a todos a acessarem e conhecerem um pouquinho o Clube Métrica, um clube de assinaturas literário que tende a abrir novos olhares ao mundo. 
Share
Tweet
Pin
Share
No comentaram

Ei! Tudo bem? 
Espero que sim :)

Hoje, pela primeira vez em alguns longos anos de blog, eu decidi que falaria sobre quem escreve e não sobre o que escreve. Isso fez sentido? Acho que sim. Estranhamente, porém, eu escolhi a pessoa que menos gostaria de uma publicação ao seu respeito e, sim, estou falando de Elena Ferrante, mas apenas para dizer que não importa quem é Elena Ferrante. 

Dizendo assim, é fácil acreditar que eu não gosto de suas obras, mas ao contrário, sou uma fã fervorosa desde o minuto em que um teste estilo BuzzFeed me disse que o livro que mais me representava era Amor Incômodo. A partir daí falar sobre o que essa autora produz é inevitável. 

Tudo bem não conhecer essa escritora, porém, não faz sentido não querer conhecê-la. Isso porque ela traz uma das melhores partes da literatura italiana do século XXI. Faz isso de maneira diferenciada, não colocando seu rosto na contracapa de suas obras. 

Isso porque Elena Ferrante é um pseudônimo e, claro, existem diversas teorias sobre quem está por detrás desse nome, a maior dedução é Anita Raja - tradutora romana, o que não é algo realmente importante. O importante, porém, é a preservação da imagem daquela que não quer prevalecer ao seu livro.

Concedeu poucas entrevistas e todas foram por e-mail, e seu anonimato não é algo que possa ser comprado, a autora acredita que quando termina um livro, ele deve existir por si só. Ao colocar seu rosto ao lado, isso não teria sequer sentido. 

"Eu não sei se minha escrita tem a energia que você fala que tem. Claro, se essa energia existe, é porque ou não encontra outros canais ou, conscientemente ou não, recusei escoá-la por esse outros canais. Claro, quando escrevo, eu extraio partes de mim mesma, de minha memória, que são agitadas, fragmentadas, que me deixam desconfortável. Uma história, a meu ver, só vale a pena ser escrita se sua alma emerge dali." - Ferrante em entrevista a revista francesa L'Obs em 2018

Sua fala marcante para L'Obs nos faz questionar quantas vezes não notamos a exposição de quem produz a obra, quantas vezes não comparamos a vida de quem escreve ao que foi escrito, quantas vezes não nos deparamos a críticas cruéis que - em muitos momentos - não se direcionam ao livro mas sim ao autor? 

A perseguição constante, a grande pergunta "Quem é Elena Ferrante?" está sempre por noticiários, e isso só nos mostra o quanto essa autora tem razão por querer se distanciar, nos faz pensar também em como a mídia não trabalha o que foi escrito, mas o motivo em si, e nem sempre o motivo é o autor da obra. 

Então é isso que eu vim fazer hoje, convencer vocês a darem uma chance para Elena Ferrante, mas não para vocês fazerem teorias da conspiração sobre quem é Elena Ferrante. Vim dizer para vocês que isso não importa, o que importa é a história que está em suas mãos e eu garanto que você nunca vai ler algo tão intenso e verdadeiro. A escrita é ágil ao mesmo tempo que é frágil, consegue conduzir o leitor e transmitir a realidade dos napolitanos, mas também de cada pessoa que nasce, cresce, adoece, envelhece e por aí. A construção de quem somos é o que recebemos em histórias grandiosas da autora, ao finalizar, é impossível não sentir cada emoção. 
Share
Tweet
Pin
Share
No comentaram
 
"– Porque se não for uma história de amor, então o que é? - Olho para seus olhos brilhantes, para sua expressão de empatia sincera. – É a minha vida – digo. – Isso tem sido a minha vida inteira."

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

É dia de conversarmos sobre mais um livro, dessa vez a escolha é Minha Sombria Vanessa, obra de estréia de Kate Elizabeth Russell. Uma história forte e que não fala sobre amor.

Minha Sombria Vanessa - Kate Elizabeth Russell
Sinopse: Em 2000, Vanessa Wye é uma estudante solitária de ensino médio. Talentosa e com o sonho de ser escritora, Vanessa diz não se importar de ficar sozinha, principalmente quando seu professor de inglês, Jacob Strane, um homem de 42 anos, começa a prestar atenção nela, elogiando seu cabelo, suas roupas e lhe emprestando alguns de seus livros favoritos ― como Lolita, de Nabokov. Antes que Vanessa perceba, os dois embarcam em uma relação e a jovem acredita que o professor a ama e a considera especial. Mais de uma década depois, uma ex-aluna acusa Strane de abuso sexual, e Vanessa começa a questionar se o que viveu foi realmente uma história de amor ou se não teria sido ela também uma vítima de estupro. Mesmo depois de tantos anos, Strane ainda é uma presença constante em sua vida. Como ela seria capaz de rejeitar o que considera seu primeiro amor? Alternando entre presente e passado, o livro justapõe memória e trauma ao entusiasmo de uma adolescente descobrindo o poder do próprio corpo. 

💥Antes de começar eu gostaria de pedir que, caso você tenha percebido pela sinopse que esse livro pode conter gatilhos, não leia. Essa obra de fato contém gatilhos, não só para quem passou por uma relação de abuso físico e/ou psicológico com um professor ou qualquer outro. É a primeira vez em - quase - cinco anos de blog que eu digo para não lerem um livro caso percebam que essa será uma leitura dolorosa. 

Falando em primeiras vezes, é a primeira vez que eu termino uma história pensando em resenha-la mas só consigo começar a escrever as primeiras palavras três semanas depois. Porque Minha Sombria Vanessa foi um livro que mexeu muito comigo desde as primeiras páginas. 

Vanessa é uma personagem que já existe nos livros new adult principalmente, nos mostra uma visão da vida introspectiva, está na fase de transição para a adolescência, não se entende ainda com as mudanças de seu corpo e também não consegue criar novos laços depois da infância. A diferença de Vanessa para uma outra protagonista, é que ela começa a nos contar sua história se deparando com delações de abuso entre seu antigo professor. E é nesse primeiro capítulo que percebemos que Kate Elizabeth Russell não está escrevendo uma história de amor entre professor e aluna como é tão presente em new adult e outros.

Russell conta a história de Vanessa e Jacob Strane, professor de literatura que tem quase três vezes a idade de Vanessa. Assim que se conhecem, Strane cria toda uma relação com sua aluna e imagens de perfeições que a mesma não conseguia se encaixar, ela é mais uma aluna, mais uma menina de 14/15 anos que está passando por diversos questionamentos sobre quem é, mas a única pessoa que parece ter a resposta é Jacob. Vanessa é convencida por ele, e com referências a Lolita de Vladimir Nabokov, a relação dos dois é construída em segredo. 

Porém, é apenas em 2017, com 32 anos, que a personagem percebe a partir das denuncias de abuso que, talvez, Jacob Strane fosse um pedófilo e não um homem apaixonado. Vanessa guardou segredo sobre a relação por sua vida inteira e agora, com a história se intercalando entre presente e passado, ela precisa decidir o que é certo, precisa entender quem ela é e quem um dia foi. 

"Fico sem ar ao pensar em como estou perto de um grave passo em falso. Uma única reação errada poderia arruinar tudo."

A escrita de Russell é o que faz esse livro funcionar tão bem, ela consegue criar uma atmosfera densa e é quase impossível ler a obra de uma só vez, em muitos momentos eu precisei parar para respirar fundo. 

É muito comum a romantização da relação entre professor e aluno, é absurdamente comum, e isso sai das páginas literárias chegando até no quotidiano, então eu admiro ainda mais o trabalho da autora, porque ela não quis contar sobre amor, ela mostrou a verdade, ela questiona o leitor e consegue conscientizar quem lê. 

O livro se desenvolve de maneira angustiante, logo se afeiçoar por Vanessa é tão fácil, porque você quer tirar ela daquela situação, você começa a ver que ela mesma não quer mais aquela situação, mas ela perdura. Aos 32 anos, Vanessa ainda conversa com Strane e, em alguns momentos, se encontram, trocam mensagens e ligações. E isso só é mais uma forma de controle que ele exerce nela. 

Uma história assustadora, mas necessária. Se você puder, leia Minha Sombria Vanessa, entre nesse mundo para questionar e entender as relações que romantizamos sem ao menos perceber. Russell escreveu uma obra tão grandiosa, merece nossa atenção. 

Um abraço enorme (à distância) e um beijo!
Share
Tweet
Pin
Share
No comentaram

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

Depois de muito tempo, decidi voltar ao blog para falar sobre o clube de assinatura da Editora Intrínseca, o famoso Intrínsecos. Dessa vez porque o livro escolhido do mês é de uma das minhas escritoras favoritas, Elena Ferrante. 

Seu retorno desde sua ultima publicação fora bastante aguardado e, por estar na caixa 021, ele está sendo publicado 45 dias antes de seu lançamento mundial! 
Observação: A obra já teve sua publicação na Itália em 2019. 

O livro em questão é A Vida Mentirosa dos Adultos, história que, novamente, se passa em Nápoles e leva o leitor a conhecer a protagonista Giovanna e seu processo de transformação para a vida adulta a partir de uma frase dita pelo seu pai, que sua filha era feia. 

O que me faz ser tão apaixonada pela Elena é que suas obras são vivas e transcendem enredos fixos, ela nos leva até a Itália, nos leva a Nápoles, ao pior e o melhor dos mundos, nos entrega dialetos e comportamentos diversos que temos em um só lugar. Os livros de Ferrante são movimentos e que não devem ser parados, são histórias sobre a sociedade e como nos comportamos. 

Hoje, porém, não é dia de eu falar sobre quem é Elena Ferrante - afinal, quem é?! - e nem dia de resenhar essa obra mirabolante, hoje é dia de apresentar a caixa de Junho para vocês e caso não queiram spoilers, é agora que nos despedimos! 


O que é o Intrínsecos, Cecília? 
Como disse, é o clube de assinatura da Editora Intrínseca, eles se propõem a lançar um livro inédito 45 dias antes do seu lançamento oficial aqui no Brasil. Os livros vêm em uma edição muito especial, capa dura, texturizado, e se completa com as outras obras publicadas pelo clube. 

Além da obra em si, a caixinha sempre vem com um Cartão Postal, um Marcador, a Revista Intrínsecos e um brinde literário, todos se referem ao livro escolhido para o mês, livro que normalmente é surpresa, em apenas algumas edições a editora avisa qual será a história da caixa antes de seu lançamento para que mais pessoas possam comprar!




A caixinha desse mês ganhou meu coração por três coisinhas. 

Primeiro, o livro em si, porque esse tem um acabamento maravilhoso, é muito delicado e você o pega na mão como se estivesse pegando o primeiro exemplar da obra, o que é uma sensação revigorante para quem gosta tanto de Ferrante. 

Depois, o sensacional brinde literário. Uma pequena ecobag inspirada em Nápoles, cidade de A Vida Mentirosa dos Adultos, mas também cidade de outras obras de Elena. Ela tem o tamanho ideal para quem quer carregar o livro favorito por aí, afinal, quem nunca sai de casa sem um livro na bolsa? 

Por último, a minha grande paixão desse clube de assinatura, que é a Revista Intrínsecos. Dessa vez totalmente focado no grande mistério de Elena Ferrante, mas também com muitos artigos sociológicos, que vão desde os nossos comportamentos em sociedade até nossa relação com o nosso crescimento, temas centrais do livro do mês. 







Para garantir a próxima edição ou alguma caixa específica, vocês podem ir até o site oficial do Intrínsecos e lá decidir qual é a melhor opção de pagamento para vocês. Assinar o clube vai de R$49,90 até R$54,90, sem contar os R$10,00 de entrega para qualquer região do Brasil. Lá no site vocês também poderão entender um pouco mais sobre o processo e as edições já publicadas, aqui no blog vocês encontram mais postagens sobre o clube!

Espero que vocês estejam bem e nos vemos em breve com mais Elena Ferrante. Um beijo e um enorme abraço à distância. 









Share
Tweet
Pin
Share
No comentaram


Ei! Tudo bem?
Espero que sim! 

Como havia dito para vocês, na resenha de Os Segredos que Guardamos, eu estava planejando com muito carinho uma postagem que fosse sobre os personagens do livro, mas sem a parte de ficção. É uma obra muito importante, tem uma história verdadeira, e eu não vi sentindo em deixar esses protagonistas reais de lado. Então vamos lá!

Olga Ivinskaya (1912-1995)
Olga foi uma personagem muito importante para a história de Doutor Jivago, como amante do autor, ela é a alma de Lara, a protagonista do livro. Por ter tanta influência, Olga acaba parando em um gulag (campo de trabalho forçado da União Soviética), onde sofreu em cada segundo até finalmente conseguir sair. 

Porém, sua força não acaba aí, Olga mesmo já tendo passado pelas ruínas do governo soviético, luta para que Doutor Jivago seja publicado, a obra revolucionária havia mudado a sua vida e ela precisava que estivesse de forma livre pelo país. 

Infelizmente, ela e sua filha, Irina, vão para um gulag quando o livro é publicado no exterior, e hoje só sabemos sua incrível história, porque Irina decidiu nos contar quando emigrou para a França em 1985.

Boris Pasternak (1890-1960)
Grande poeta russo, Boris nasceu em Moscou (na época Império Russo) e morreu na parte russa da União Soviética. Estudou filosofia na Alemanha e trabalhou, na Primeira Guerra Mundial, em uma Usina, onde teve inspirações para Doutor Jivago. 

Boris não consegue a publicação de seu livro mais famoso na URSS, porque era considerada uma obra anti-soviética. Com esse quê revolucionário, é até estranho que Pasternak nunca chegou a ser mandado para uma gulag, ele apenas se isolou e parou de produzir. Na Rússia, era mais conhecido como poeta do que como romancista, porque Doutor Jivago não chega a ser reconhecido, apesar de ter ganhado o Prêmio Nobel, que Pasternak, infelizmente, precisou negar para se preservar das autoridades russas. 

Doutor Jivago (livro de Boris Pasternak) 
Sinopse: Boris Pasternak reconstitui parte da história moderna da Rússia ao narrar o drama vivido pelo médico e poeta Iúri Jivago, que foi preso pelos bolcheviques e obrigado a colaborar com eles. Criado durante a Primeira Guerra Mundial, incapaz de controlar seu destino diante da revolução e da guerra civil entre o Exército Branco e o Vermelho, Iúri Jivago firmou-se como um dos grandes heróis da literatura russa.

Doutor Jivago é uma das maiores obras que a gente tem e a leitura é muito necessária se você gosta de Romance Histórico e da história da Revolução Russa. Se é esse seu estilo de leitura, vá, porque esse livro teve muitos conflitos para ser publicado, então vamos reconhecê-los e vamos prestigiar os esforços de Olga e Boris. 

Se você não é muito desse gênero, mas quer conhecer a história, assistam ao filme - que é maravilhoso - dirigido por David Lean em 1966. Essa história na sétima arte ganhou cinco Oscar, incluindo Melhor Roteiro Adaptado. E se o filme dos anos 60 também não for para você, é só esperar um pouco, porque Michael Hirst - criador de duas séries que eu amo, Vikings e The Tudors - está para adaptar a história em formato de série, e eu já tenho certeza que vai ser uma grande obra assim como o livro e o filme. 

Giangiacomo Feltrinelli (1926-1972)
Como estudante de Letras: Italiano, eu não sei nem como falar sobre esse editor que eu adoro e é completamente controverso. Feltrinelli fundou uma das maiores editoras italiana, Giangiacomo Feltrinelli Editore, e era um grande militante da extrema esquerda. Lutou na Segunda Guerra contra o fascismo, era grande leitor de Marx e foi ele que conseguiu pegar Doutor Jivago lá na União Soviética para publicar em sua editora na Itália. A publicação de Il Dottor Zivago se tornou best-seller graças a esse revolucionário. 

Doutor Jivago foi publicado pela primeira vez na Itália em 1957, dois anos depois de Pasternak terminar o exemplar, e chegou à União Soviética em 1989, quando o livro é, finalmente, autorizado pelo governo. 

Como estamos falando do que vemos no livro Os Segredos que Guardamos, não vou entrar em mais detalhes da vida de Feltrinelli, mas se você tiver curiosidade, é muito legal toda a sua trajetória e luta para a esquerda, além disso, sua morte é um grande mistério, o que nos dá várias teorias maravilhosas!

Missão da CIA 
Em Os Segredos que Guardamos conhecemos Irina que tem a missão de infiltrar Doutor Jivago na URSS, e sim, foi uma missão real. 

Quando Feltrinelli consegue publicar a obra em italiano, ele ainda cede os direitos para a publicação da história em mais dezoito línguas, a CIA logo aparece com uma outra intenção: colocar Doutor Jivago (em sua língua original) na União Soviética de forma clandestina, já que a publicação fora proibida. Assim, é na Feira Mundial de Bruxelas de 1958, que cópias adulteradas do livro são compartilhadas para que voltem ao seu lugar de origem. Essa missão funciona tanto, que pesquisadores acreditam que isso só ajudou a Pasternak ganhar o Prêmio Nobel que, por consequência, levou uma crise até a União Soviética. 


Essa é a realidade que temos dentro de Os Segredos que Guardamos, tudo isso está de forma indireta no livro e vocês podem conhecer muito mais o lendo. A Intrínseca publicou a obra tanto no Clube Intrínsecos (já falei aqui) quanto na capa original, nesta versão vocês podem comprar na Amazon. 

Obrigada por lerem e chegarem até aqui, um beijo, um queijo e um grande abraço virtual!




Share
Tweet
Pin
Share
1 comentaram

"Eles tinham seus satélites, mas nós tínhamos seus livros. Na época, acreditávamos que livros podiam ser armas — que a literatura podia mudar o rumo da história."

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

Hoje conversaremos um pouquinho sobre um lançamento de 2020 da Editora Intrínseca. O escolhi para resenhar porque é um romance histórico, mas sua base é completamente real, poucos pontos ficcionais foram adicionados e, por isso, Os Segredos que Guardamos foi uma das melhores surpresas que eu já tive. 

Os Segredos que Guardamos - Lara Prescott
Sinopse: Inspirado em uma missão real da CIA durante a Guerra Fria, Os segredos que guardamos mostra, de maneira romanceada, como a Agência de Inteligência americana apostou em Doutor Jivago, uma das obras-primas do século XX, para mostrar aos soviéticos o poder de mudança da literatura. O plano era simples: imprimir no exterior Doutor Jivago em russo e contrabandear exemplares da obra que teve sua publicação proibida na União Soviética por ir contra a ideologia do Estado. Para tanto, a experiente e glamorosa espiã americana Sally Forrester deve treinar a novata Irina, uma simples datilógrafa da Agência, a fim de infiltrar o texto no país natal de seu autor, Boris Pasternak, vencedor do Prêmio Nobel com esta obra, porém obrigado por seu governo a rejeitá-lo. Apesar de todo o potencial revolucionário, Doutor Jivago é também uma brilhante história de amor. A inspiração por trás de Lara, a icônica heroína da trama, é Olga Ivinskaia, musa de Pasternak. Os dois mantiveram um caso por décadas, uma relação intensa que sobreviveu à passagem do tempo, às ameaças de um regime autoritário e até aos anos de Olga em um gulag. Assim, mulheres de ambos os lados da Cortina de Ferro protagonizam essa obra que mostra que, embora a história seja escrita pelos vencedores, é nos bastidores que o destino do mundo é forjado. Amantes, espiãs, datilógrafas. Fortes e corajosas, essas personagens ganham vida nessas páginas e são exemplos de que determinados segredos não devem ser guardados.

Como vocês já estão acostumados, direi novamente que não sei por qual parte começar, porque em minha cabeça essa resenha se abre de diferentes formas e se torna extremamente complexa. Por isso, digo já de antemão que meu plano é separar ficção de fatos históricos, em breve vocês terão acesso a uma postagem só sobre o que estava acontecendo naquele período. Hoje, porém, vamos trocar apenas sobre a ficção nessa obra feminina. 

E digo feminina porque é o que ela é. A história é narrada por mulheres fortes, independentes e que querem conquistar seus meios. O livro é dividido de duas formas, em lado Ocidental, onde temos as datilógrafas, Irina e Sally, e lado Oriental, onde a União Soviética predomina com o autor de Doutor Jivago e sua amante, Olga Ivinskaia. E é assim que essa resenha também vai ser dividida. 


Oriente (1949-1961)
Com a União Soviética como plano de fundo, conhecemos logo no primeiro capítulo, Olga Ivinskaia, uma mulher jovem, apaixonada, mãe de dois filhos e conhecida como a amante de Boris Pasternak, grande escritor do século XX. Ela é a inspiração por detrás de Lara, personagem feminina na obra Doutor Jivago, e é por isso que quando ainda mal a conhecemos, ela é levada para um gulag. 

É na miséria, na dor, no sofrimento de Olga que conhecemos quem ela realmente é, e é impossível não se apaixonar pela sua força e coragem. A mesma se nega a contar qualquer detalhe sobre a obra revolucionária que seu amor, Boris, há escrito. 

Dessa forma temos, o que é para mim, a melhor parte do livro inteiro, a carta de Olga de dentro da gulag. Sua dor sai de suas palavras, transborda pelas páginas de Os Segredos que Guardamos e ainda tão no início dessa história. 

Boris acaba se tornando mais um personagem secundário que tenta, até chegar nas mãos de Feltrinelli, a publicação de Doutor Jivago. Com Olga ao seu lado, ele cai completamente e percebemos que, na verdade, nessa história revolucionária, Boris apenas escreveu, Olga quem protagonizou. 

Ocidente (1956-1961)
Provavelmente o lado mais complexo do livro, porque temos diversas personagens e cada uma com sua particularidade, mas vamos focar nas que realmente são heroínas. 

Seria então impossível não começar por Irina. 
A personagem, que tem raízes soviéticas, consegue um emprego como datilógrafa na Agência de Inteligência americana, o que a traz diversos questionamentos, pois ela fora contratada para um emprego cujo tem zero experiências e não parece ter vocação para adquirir. 
Porém, Irina logo percebe que não está ali para ser como as outras meninas da datilografia, ela tem uma função que é completamente secreta: ser uma espiã. É Irina quem deve pegar Doutor Jivago, é Irina quem deve infiltra-lo dentro da União Soviética, já que o lugar simplesmente é contra a sua publicação por ter sentimentos anti-URSS. 

Irina, porém, não tem nenhuma experiência nesse lado de espionagem e quem deve ensiná-la é Sally Forrester. 
Com certeza, sem sombra de dúvidas alguma, Sally é minha personagem favorita. Ela é complexa, está sempre mudando de personalidade e sua única motivação é saber quem ela é de baixo da figura que está apresentando.
A mesma também protagoniza o melhor romance de dentro da história, romance que leva todos os leitores ao delírio. 

Além de Irina e Sally, que serão duplas maravilhosas, temos as outras protagonistas que eu nunca poderia deixar de lado, as datilógrafas. Elas são mulheres, que estudaram, lutaram por seus direitos, e assistem os altos cargos serem adquiridos por homens que na maior parte do tempo, tem menos qualificações que elas, mas por serem mulheres, acabam se tornando datilógrafas. 
Elas não são o maior foco do livro, porém, seus pensamentos e seus instintos revolucionários fazem com que seus capítulos sejam os mais interessantes e são os que, com certeza, fazem com que qualquer mulher se sinta representada pela luta feminista. 

"Até as palavras na cabeça de alguém poderiam ser uma ofensa passível de prisão naqueles tempos sombrios."

No início da resenha, eu comentei que o que me fez gostar tanto dessa história é que ela era pouco ficcional, o que é verdade. Muitos personagens icônicos aparecem, muitos diálogos são reais e a própria missão de Irina aconteceu, então é impossível não se chocar com a veracidade da obra. 

Porém, dando uma opinião extremamente sincera e que pode magoar alguns fãs dessa leitura, é que eu não acho que o foco do livro seja a realidade, mas sim o romance e as protagonistas femininas, o que pra mim não é mesmo um problema, é a solução. O lado histórico é só um plano de fundo, em alguns momentos rasos, o que poderia ter sido trabalhado melhor é claro, mas a obra é sobre mulheres e para mim Lara Prescott, autora do livro, merece todos os aplausos exatamente por isso. 

É um livro de uma mulher brilhante sobre mulheres brilhantes que revolucionaram a nossa história. 

A escrita de Lara pesa muito nos meus comentários, porque é excepcional, é dramática e consegue dar a voz que as heroínas de seu livro precisam, não tenho mesmo comentários negativos - além do fato de eu ter preferido uma maior elaboração na parte histórica, mas é algo muito pessoal -, porque elogios é o que essa obra precisa!

Como disse, pretendo publicar ainda na próxima semana uma postagem só sobre os personagens desse livro, mas contando quem eles são na realidade, fora do ficcional de Prescott. A postagem terá leves spoilers, porém, acho que seria muito legal se vocês gostarem do livro, ler o que vou escrever, porque é sempre divertido conhecer melhor esses ícones do século XX.  

Obrigada por lerem até aqui! Estou muito feliz que Os Segredos que Guardamos é minha resenha de retorno ao blog, espero que tenham gostado! 

Um grande beijo e vários abraços à distância! 
Share
Tweet
Pin
Share
No comentaram

Essa não é uma crônica, muito menos um pedido de desculpas, essa é a realidade. 
Nua e crua. 

Ei! Tudo bem?
Que saudades eu estava em dizer isso! Meu Deus!

Como vocês estão? É uma pergunta séria e não algo retórico como sempre faço. 
Eu estou bem, tendo dias bons e outros ruins, mas vim mesmo para dizer que sumi, sumimos e está tudo bem, vou continuar sumida, e essa é a infeliz realidade. De qualquer forma, não se desesperem, eu vim para deixar uma luz no fim do túnel para aqueles que me acompanham a uns bons anos (completamos 4 anos! uma faculdade já). 

O que é o blog, Cecília?
Não sei e sinceramente nunca consegui responder isso, nem quando estávamos no nosso auge. Vou continuar sem saber, porque acho que essa era a minha intenção quando criei isso daqui em 2016, simplesmente falar e falar sobre o que der na telha! 

E o que será do blog?
Não sei e sinceramente nunca saberei. 
Vocês devem ter percebido que durante um período eu decidi mexer no layout, em outros fiz umas postagens e agora eu volto para dizer que nunca se sabe quando eu realmente vou aparecer, mas vou. Vou para compartilhar algumas resenhas mais específicas e outras aleatoriedades que sempre gostei de mostrar. 

Mas vim dizer que não posso abandonar o barco dessa forma, então continuarei aqui e em outras redes sociais, sempre pronta para compartilhar e conversar com vocês como sempre fiz! Esse espacinho do Cores faz parte de quem eu sou e espero poder aparecer logo logo com algo para vocês. Por enquanto, fiquem no meu skoob caso queiram ler mais comentários literários ou no instagram do blog, porque sim!, ele vai voltar a funcionar. 

É isso meus amores, espero que todos estejam bem nessa quarentena e vamos seguir fortes!



Share
Tweet
Pin
Share
No comentaram

Eu pintei meu cabelo. 
Eu pintei meu cabelo de roxo.
Sim, eu sempre quis ser a Ravena.

Ouvi dizer que estava melancólica, que - quase - entrei em um estado de petrificação, poderia mudar o ambiente com o meu humor facilmente e que o fim desse sentir estava tão longe quanto o fim da quarentena. E eu não me importei, ou não me importo mais depois de estar há um mês na mesma posição. De fato, a melancolia virou meu maior sentimento e, também, meu maior conforto incrivelmente.

Percebi que algo estava estranho quando eu pintei meu cabelo. E eu pintei meu cabelo de roxo.

Tudo bem, você pode achar isso completamente irrelevante até porque provavelmente é. Mas não pra mim, e não porque estamos tratando do meu cabelo, mas porque estamos tratando de mim. Isso só é extremamente estranho porque meu histórico capilar é de quem tem medo de absolutamente tudo.

É claro que o Mcfly me fez querer ter cinco cores no cabelo quando eu ainda era criança, o problema foi quando essa possibilidade surgiu, eu pirei. A adolescência (período em que eu poderia raspar a cabeça sem meus pais reclamarem) traz pensamento desconfortantes para a maior parte das pessoas, e quando elas estão no ensino médio... só tristeza mesmo! Meu maior medo era pintar meu cabelo de alguma cor (porque diga-se de passagem, eu já fiz mechas loiras sem saber realmente o motivo), uma cor que eu olhasse no espelho e desmaiasse de vergonha, porque esse é o sentimento: a vergonha.

O que também não significa que meu humor estava querendo uma tintura inovadora, ele não queria mesmo, mas sempre acreditei que as aparências mostram nosso eu, quem somos e o que acreditamos. Então agora eu não fico sem meu cabelo a cima do ombro e enrolado, e juro, existe motivos para isso.

O ponto dessa enrolação toda é: eu pintei meu cabelo de roxo na segunda semana da quarentena.

E o que você fez na primeira?
Não é para ser um diário, mas imprimi todos os artigos e materiais possíveis da minha faculdade para estudar durante esse período.

Chutem quantos eu li...
Um. E porque eu - meio que - fui obrigada.

Na terceira semana, (sim, já com cabelo roxo e um pouco arrependida mas completamente leve por ter realizado essa transformação) eu já estava totalmente descrente da vida. A CNN Brasil teve estréia logo no início da pandemia e foi meu maior vício nos primeiros dias, mas depois também foi bem estressante e um pouco traumático. Então eu chorei, chorei umas três vezes e em dias aleatórios, mas chorei e chorei muito, não sei o motivo, sinceramente. Um dia acordei de madrugada chorando e me sentindo sem ar. Ansiedade. Agora eu entendo o motivo.

Desde pequena sofro com problemas de ansiedade e, bizarramente, a minha ansiedade tem um motivo e eu sei exatamente qual é. Sei como ocorre, onde ocorre e por qual motivo ocorre, e isso eu tenho muito o que agradecer a minha psicóloga e ao meu psiquiátrica. E, inevitavelmente, mesmo entendendo muito sobre o meu eu, eu tive diversas crises de ansiedade. Esse é o motivo de eu estar escrevendo isso tudo, não tem a ver com o meu cabelo (que agora é roxo), tem a ver com o que sentimos nesse período.

Eu sinto que estou vivendo, que estou passando por um momento que agrega mais ao meu espiritual do que qualquer outra coisa e, mesmo que soe melancólico como dizem as línguas por aí, eu deixo tudo acontecer. Se isso significa passar o dia todo no sofá vendo filme ou apenas olhando a televisão, qual é o problema? Por que a gente precisa, em um período tão escuro como esse que estamos vivendo, nos cobrarmos a estarmos fazendo algo? A terminar um livro? A fazer exercício? A não comer aquele brigadeiro que sonhamos na noite passada? Qual o problema? E eu percebi que o que me fazia melhor, era responder que não havia problema, e realmente não há.

A situação está aí, agora vivemos com nós mesmos em um espaço que pode ser pequenininho ou pode ser enorme, o fato é que estamos sim (e devemos ficar em casa, por favor) em quarentena e nos cobrarmos quando isso tudo está acontecendo é cruel com nós mesmos.

Não se cobrem, sintam, existam, façam coisas, não façam coisas, estejam bem com sigo mesmos a cima de qualquer outra situação. (e pintem o cabelo de roxo se for possível:)

Estamos todos nessa, e vai acabar.
Share
Tweet
Pin
Share
No comentaram
Older Posts

About me

About Me


Ainda perdida e ainda tentando achar luz em textos alheios e palavras autorais. Amante de café, literatura, fotografia, cinema, viagens e amor.

Conteúdo

Resenha Série Cinema Viagem

recent posts

Blog Archive

  • ▼  2021 (1)
    • ▼  janeiro (1)
      • 5 formas de comprar livros com melhores preços!
  • ►  2020 (12)
    • ►  agosto (3)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (1)
    • ►  março (1)
  • ►  2019 (84)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (4)
    • ►  setembro (6)
    • ►  agosto (9)
    • ►  julho (6)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (3)
    • ►  abril (8)
    • ►  março (18)
    • ►  fevereiro (15)
    • ►  janeiro (11)
  • ►  2018 (111)
    • ►  dezembro (14)
    • ►  novembro (9)
    • ►  outubro (11)
    • ►  setembro (11)
    • ►  agosto (12)
    • ►  julho (10)
    • ►  junho (6)
    • ►  maio (8)
    • ►  abril (9)
    • ►  março (5)
    • ►  fevereiro (8)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2017 (43)
    • ►  dezembro (7)
    • ►  novembro (3)
    • ►  outubro (6)
    • ►  setembro (4)
    • ►  agosto (4)
    • ►  julho (4)
    • ►  junho (4)
    • ►  maio (4)
    • ►  abril (2)
    • ►  março (3)
    • ►  fevereiro (1)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2016 (6)
    • ►  dezembro (1)
    • ►  novembro (1)
    • ►  outubro (1)
    • ►  julho (2)
    • ►  abril (1)
FOLLOW ME @INSTAGRAM

Created with by BeautyTemplates