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365 Cores do Universo

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Foto: Momentum Saga

Olá! Tudo bem?

Ainda estamos em outubro e aproveitando a recente leitura que fiz, resolvi trazer mais uma resenha de arrepiar para comemorarmos o Halloween. O livro Medicina dos Horrores da historiada americana Lindsay Fitzharris nos foi enviado por nossa querida editora parceira Intrínseca e agora vim contar tudo que achei a respeito dessa obra. 



Autor(a): Lindsay Fitzharris
Editora: Intrínseca
Gênero: Não Ficcção
Número de Páginas: 320
Sinopse: Em Medicina dos horrores, a historiadora Lindsey Fitzharris narra como era o chocante mundo da cirurgia do século XIX, que estava às vésperas de uma profunda transformação. A autora evoca os primeiros anfiteatros de operações — lugares abafados onde os procedimentos eram feitos diante de plateias lotadas — e cirurgiões pioneiros, cujo ofício era saudado não pela precisão, mas pela velocidade e pela força bruta, uma vez que não havia anestesia. Não à toa, os mais célebres cirurgiões da época eram capazes de amputar uma perna em menos de trinta segundos. Trabalhando sem luvas e sem qualquer cuidado com a higiene básica, esses profissionais, alheios à existência de micro-organismos, ficavam perplexos com as infecções pós-operatórias, o que mantinha as taxas de mortalidade implacavelmente elevadas. É nesse cenário, em que se considerava mais provável um homem sobreviver à guerra do que ao hospital, que emerge a figura de Joseph Lister, um jovem médico que desvendaria esse enigma mortal e mudaria o curso da história. Concentrando-se no tumultuado período entre 1850 e 1875, a autora nos apresenta Lister e seus contemporâneos e nos conduz por imundas escolas de medicina, os sórdidos hospitais onde eles aprimoravam sua arte, as “casas da morte” onde estudavam anatomia e os cemitérios, que eles volta e meia invadiam para roubar cadáveres.

Hoje em dia pensamos que procedimentos cirúrgicos são super tranquilos e fáceis de serem realizados, as taxas de morte estão cada vez mais baixas e temos um verdadeiro arsenal de produtos, medicamentos e outros recursos que nos impedem de contrairmos uma infecção ou que ajudam no processo de cicatrização, não é mesmo?  Mas sempre foi assim? A pesquisadora, historiada e escritora Lindsey Fitzharris se propôs a mergulhar a fundo na história da medicina cirúrgica, desde seus primórdios até as técnicas mais modernas que conhecemos hoje em dia em que a história da medicina se cruza diretamente com a de um jovem médico e cientista chamado Joseph Lister que dedicou toda a sua vida a pesquisar, implementar e evoluir os procedimentos cirúrgicos até chegarem nos estágios em que conhecemos hoje. 

Não se enganem: Todo o prestígio em ser um cirurgião é recente. Lá em 1850, o quadro era bem diferente e os cirurgiões eram comparados como açougueiros, muitas vezes trabalhavam por horas seguidas e eram muito mal remunerados - quando ainda recebiam algum salário por isso. O cenário cirúrgico 150 anos atrás era catastrófico em que realizar uma operação era praticamente a última opção a ser adotada para a resolução de uma doença e, quando realizada, dava errado e o paciente morria. Os hospitais também eram caóticos: Na época não existia esterilização dos instrumentos, troca de roupas de cama dentre os pacientes e qualquer outro método de higiene; a situação não podia ser pior: Se você fosse ao hospital, as chances de você contrair alguma bactéria e acabar morrendo eram maiores do que você se tratar em casa. Como disse, os cirurgiões eram trabalhadores braçais e sanguinários: Sem qualquer roupa de proteção, máscaras e instrumentos esterilizados, passavam horas realizando procedimentos brutais, amputando membros em anfiteatros lotados, abertos para a comunidade médica e científica acompanharem, em meio a sangue e dejetos. Por não existir anestesia na época, os pacientes eram amarrados nas macas improvisadas e desmaiavam por conta da dor proveniente dos procedimentos e da perda de sangue, que escorria livremente e sujava todo o recinto sem o menor cuidado. Médicos circulavam livremente pela "área cirúrgica" e muitos contraíam doenças e era muito comum que os cirurgiões morressem após algum tempo depois. 

Me perdoem pela descrição dos detalhes, eu sei que embrulha o estômago ler esse tipo de coisa, até porque para nós, hoje é impensável que cirurgias fossem realizadas de tal maneira já que hoje é tudo realizado de maneira tão limpa e consciente, mas esse é o tipo de relato que irão encontrar em Medicina dos Horrores; uma coisa irei dizer a vocês: Lindsay não deixa nada de fora e conta nos mínimos detalhes como eram realizadas as cirurgias em plena era vitoriana, no entanto, ainda que você seja uma pessoa sensível e que não tenha um estômago muito forte, é uma leitura riquíssima e que vai agregar muitos conhecimentos sobre a área médica. Sua escrita precisa beira à perfeição e você se sente como se estivesse lendo uma obra de ficção. A história é envolvente e muito "gostosa" de se ler (péssimo uso de palavras), mas ainda sim, recomendo evitar a leitura na hora das refeições porque em alguns momentos chega a ser repulsiva a leitura.




Em um cenário em que os médicos acreditavam que o pus era um processo de cicatrização natural do corpo e que os hospitais fediam e pessoas padeciam por conta da sépsis e a gangrena, por exemplo, surge um jovem médico chamado Joseph Lister que começa a se incomodar com os níveis altíssimos de mortes causadas por infecções generalizadas e inicia então um trabalho de pesquisa para encontrar uma forma para amenizar os efeitos negativos das cirurgias. Medicina dos Horrores se transforma numa espécie de "mini biografia" em que iremos conhecer os primeiros anos da vida de Joseph e a maneira com que o jovem entra no mundo da medicina e começa a trabalhar nas enfermarias dos hospitais. Joseph sempre foi considerado um médico "a frente" do seu tempo, pois o mesmo tratava seus pacientes de maneira humana, conhecendo melhor cada um deles e não se referindo a eles apenas pelas doenças que os levaram aos hospitais, atitude muito comum por outros médicos e cirurgiões que consideram seus pacientes como cobaias. 

Incomodado pelas condições precárias, Joseph que também era cientista, começa a observar na cidade e a buscar maneiras de melhorar a situação nos hospitais, principalmente o mau cheiro causado pelos corpos dos pacientes que não resistiam. Em meio as pesquisadas realizadas, o médico notou que o esgoto da cidade era tratado com ácido carbólico que ajudava na redução da emissão do mau odor. A partir de então o médico e cientista mergulhou a fundo em pesquisas até esbarrar em estudos realizados por ninguém menos que Louis Pasteur e então Joseph passa a adotar inúmeros procedimentos nas alas hospitalares: Os instrumentos cirúrgicos passaram a ser desinfestados utilizando o ácido carbólico e ele exigia que as roupas de cama dos leitos e os uniformes dos médicos fossem trocadas com frequência, evitando o acúmulo de substâncias como sangue, pus e dejetos. As janelas dos hospitais passaram a ser abertas e agora circulava ar entre os cômodos. Em poucos meses o cheiro podre e pungente do hospital em que trabalhava havia sumido e as taxas de morte por infecção caíram drasticamente. Em meio a todo o avanço, a grande barreira foi convencer os demais médicos e cirurgiões a adotarem essas medidas pois eles não acreditavam em germes e infecções. Em congressos realizados nos EUA e Londres, Joseph foi acusado de charlatanismo e que suas técnicas não eram eficientes. Lentamente, a eficácia dos tratamentos foram espalhadas pelos hospitais que perceberam que as taxas de morte estavam diminuindo e também a cicatrização estava mais rápida. Josephe Lister foi uma figura tão emblemática para o mundo da medicina que seu nome estampa a marca de um dos anticépticos bucais mais conhecidos do mundo, o Listerine. Os inúmeros estudos publicados por Lister serviram como guia para a modernização de procedimentos, além da adoção de suas técnicas de higienização e também a implementação de outras.

Como citei acima, Medicina dos Horrores é um livro que vai te deixar com aquele peso no estômago pois é muito difícil ler sobre como as cirurgias eram realizadas ali em meados de 1800, mas o trabalho de Lindsey é simplesmente impecável em trazer inúmeros conhecimentos até para  quem não é da área da saúde, assim como eu. Fiquei bem impressionado com os relatos do livro e é notável a força de vontade que Joseph teve para levar suas ideias para frente. Ele enfrentou muitos obstáculos e por várias vezes foi desacreditado, mas levando em consideração, graças as suas técnicas, inúmeras vidas foram salvas apenas ao adotar técnicas básicas de higienização.



Nota: 4,0 / 5,0 
* Livro cedido em parceria com a editora Intrísenca *



Com esse texto, finalizamos o nosso mês de outubro e nossos especiais de Halloween. Espero muito que tenham gostado da resenha de hoje e não se esqueça de deixar seu comentário e contar pra mim o que achou.

Nos vemos aqui no próximo sábado ou lá no Startes. 





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Olá, tudo bem? 

Vocês acharam que não teria especial de Halloween aqui no Cores, não é?

Brincadeiras à parte, estamos em outubro e achei que seria super legal trazer alguns textos temáticos aqui pra vocês pra entrarmos no clima. Vocês sabem que eu AMO terror e sempre trago alguma coisa do King aqui pra vocês. Pensei muito no que poderia fazer esse ano para comemorar o mês de terror e aproveitando a recente leitura do livro: Edgar Allan Poe: Medo Clássico, Volume 1, publicada pela editora Darkside, pensei em trazer uma mini resenha do livro além de compartilhar com vocês  uma lista com  os 5 melhores contos do autor para você que ama sentir aquele medo na hora de dormir. Espero que gostem. 

Ah, antes de começarmos, gostaria de convidar vocês a conhecerem um outro projeto que comecei junto com meu amigo: Startes, um site em que nos propomos a falar sobre música, livro, filmes, séries, jogos e o que mais quisermos. O site foi criado para justamente ser o ponto inicial para a discussão de temas artísticos em seu mais amplo aspecto e, caso vocês se interessem, iremos ficar muito felizes com a presença de vocês lá. Fazemos resenhas literárias, críticas de filmes e séries, além de outros especiais e textos dos mais diversos assuntos. Durante o mês de outubro, por exemplo, estamos trazendo alguns especiais de Halloween, então quem puder dar aquela forcinha não só acessando o site, mas divulgando para os amigos, seremos muito, muito gratos. Só clicar ali no link que vai ser redirecionado. Espero de coração que gostem. ♥ 


Foto: Canal Duda Menezes | Book Addict





Autor: Edgar Allan Poe
Editora: Darskide
Gênero: Contos, Terror
Número de Páginas: 384
Sinopse: Meia-noite. As asas de um corvo se misturam à escuridão. A velha casa em ruínas observa com janelas que pareciam olhos. Você jura ouvir a voz de alguém que já partiu para o outro lado, bem na hora em que um gato preto cruza seu caminho.Tudo o que hoje conhecemos como terror começou a ganhar forma na obra de Edgar Allan Poe. Genial e maldito, Poe é considerado o mestre dos mestres da literatura fantástica. Stephen King, Clive Barker ou H.P. Lovecraft são apenas alguns de seus discípulos mais sombrios. Porém, com certeza não são os únicos. Desde o século XIX, o criador de “O Corvo” vem influenciando gerações de escritores consagrados, dos mais diversos gêneros, como Henry James, Franz Kafka, Arthur Conan Doyle, Júlio Verne, Vladimir Nabokov, Oscar Wilde e Jorge Luis Borges.Mais de duzentos anos após seu nascimento, Poe continua atual. Sua obra se mantém em catálogo por todos os continentes, nos mais diversos idiomas, e é tema comum em teses de mestrado. Do mundo acadêmico para a cultura pop, de tempos em tempos as histórias fantásticas do autor ganham novas adaptações no cinema, na TV, na literatura.

Para quem curte o gênero, é praticamente impossível nunca ter ouvido falar de Edgar Allen Poe. Um dos maiores autores que já pisaram na Terra se mantém sendo uma referência e inspiração para grandes nomes contemporâneos da literatura, como Lovecraft e nosso tão amado Stephen King. Eu sempre tive muita curiosidade de ler algo do Poe, até porque sua contribuição para a literatura não tem barreiras e muitas de suas obras também já foram adaptadas para o cinema, televisão ou teatro. Quando um autor é tido como um dos grandes clássicos e possui um acervo muito grande, para quem está iniciando nas leituras pode ser um pouco confuso em encontrar o ponto de início: Muitas vezes por falta de informação você começa por uma ordem errada e se torna muito complicado se situar no universo criado pelo autor. Assim que a Darkside lançou esse volume, eu fiquei totalmente maravilhado. Motivo 1: O carro-chefe da editora é o terror. Logo, ter Allan Poe em seu catálogo é de suma importância. Motivo 2: Em medo Clássico, a editora compilou a trouxe seus melhores e mais conhecidos contos nessa edição impecável ao estilo Darkside. Infelizmente, eu não gosto muito de ler contos, prefiro histórias mais densas e completas e livro logo ficou encalhado na estante. Com a aproximação do Halloween, eu me incubi dessa missão especial: Medo Clássico deveria ser uma leitura obrigatória para o mês de terror. 

Mesmo não sendo um amante de contos, eu rapidamente me identifiquei com o estilo de escrita do Poe: Ainda que fosse muito formal e rebuscado, ele escreve de uma maneira muito certeira e conquista o leitor logo de cara e também deixo aqui meus parabéns pelo excelente trabalho por Marcia Heloisa na tradução do livro Seus contos misturam o sombrio e o macabro com a realidade humana, a maneira com que ele fala sobre morte é assustadoramente real e agora entendo o motivo de Poe ser tão famoso e aclamado até os dias de hoje. Apesar de serem textos rápidos e que não possuem muito aprofundamento, o autor consegue criar o ambiente propício, além de descrever e desenvolver muito bem o contexto de suas histórias em poucas páginas; Você realmente se interessa em saber amais sobre as narrativas, que mesclam elementos de terror e suspense. A edição que a Darkside trouxe 16 de seus melhores contos divididos de acordo com os temas abordados. Particularmente gostei de quase todos (obviamente escolhi 5 pra falar pra vocês hoje), e somente um ou outro que não curti muito, mas acredito que tenha tirado um bom proveito do livro. A partir de agora, irei olhar livros de contos de maneira diferentes. É possível sim escrever histórias curtas que sejam tão densas e interessantes quanto livros de 200, 300 páginas. Medo Clássico conta também com alguns extras, como uma breve biografia de Poe e fotos de sua casa, como também a versão original de um de seus poemas mais famosos, O Corvo. A continuação do livro já está nas lojas e mal posso esperar para ter em mãos o Volume 2.  

Vamos falar dos contos?

O livro foi divido em 5 categorias distintas: Espectro da Morte, Narradores Homicidas, Detetive Dupin, Mulheres Etéreas, Ímpeto Aventureiro, além de uma sessão especial dedicada para O Corvo, que seu poema mais famoso e conhecido. De cada uma dessas categorias, eu escolhi um conto para destacar aqui pra vocês.

Conto 1: O Baile da Morte Vermelha


Eu escolhi falar sobre O Baile da Morte Vermelha por ter sido um dos contos que mais me marcaram enquanto fazia a leitura do livro. Não vou me estender muito na descrição da história, uma vez que a mesma apresenta uma grande reviravolta no final. mas aqui iremos conhecer a história de um príncipe que tranca em seu castelo as pessoas mais ricas do vilarejo em que mora para salvá-los de uma terrível doença mortal. Seguros dentre as paredes dos castelos onde a comida e recursos abundantes e enquanto os pobres definham por conta da doença, o príncipe resolve dar um luxuoso baile de máscaras, no entanto, ele não conta com a presença de um inimigo silencioso e mortal.

Conto 2: O Gato Preto 


Esse conto foi um pouco difícil de entender, confesso que não havia decifrado logo de cara a mensagem passada pelo autor, até porque não conheço muitos detalhes de sua vida pessoal. Em pesquisas pela internet, encontrei vários sites que se dedicam a divulgar as obras de Poe que elegem O Gato Preto como uma das obras mais autobiográficas escritas pelo autor que narra de maneira metafórica seus vícios e seu estilo de vida noturna. É um conto muito interessante e que traz o mesmo tom sombrio enquanto Poe desccreve sua própria vida e arrependimentos e traz também um final arrepiante e surpreendente.

Conto 3: Os assassinatos na rua Morgue

O capítulo do livro intitulado como "Detetive Duplin" é formado por três contos que trazem o detetive C. Auguste Dupin como protagonista das histórias. Juntamente como Os Assassinatos na Rua Morgue, O Mistério de Marie Rogêt e A Carta Roubada, os contos deixam de lado os elementos de terror e Poe passa a explorar uma vertente mais investigativa em que muitos consideram o Detetive Duplin como o "pai" de grandes detetives da literatura como Sherlok Holmes e Hercule Poirot. Os três contos são frenéticos  e eletrizantes em que Poe traz elementos reais como assassinatos que de fato aconteceram para a confecção das suas histórias. Foi a minha sessão favorita do livro inteiro e para os fãs de suspense policial, os três contos são simplesmente imperdíveis.


Conto 4: Berenice

Extremamente violento e sanguinário, Berenice foi um dos contos do autor que mais me chocou durante a leitura do livro. Apostando em uma escrita explícita em que nenhum detalhe foi poupado, Poe conta a história de Egeu, um homem que se casa com Berenice, sua prima. A personagem começa a definhar por conta de uma doença misteriosa e sofrer de terríveis efeitos colaterais, sendo seus dentes as únicas parte do corpo da jovem que se mantiveram saudáveis. Egeu, então, desenvolve uma obsessão por eles e após a morte de Berenice, Egeu não consegue mais controlar seu comportamento obsessivo. Um conto bem perturbador e que desde sua publicação em 1835, vem levantando discussões e questionamentos.


Conto 5: O Escaravelho do Diabo

Em um de seus contos mais famosos e conhecidos, O Escaravelho do Diabo novamente traz novamente um lado mais investigativo em uma história de suspense super curta e fácil para ler. O jovem rico Willian Legrand encontra um escaravelho misterioso que começa a exercer influência em sua mente, perturbando sua sanidade mental. O jovem então mergulha em mistérios e segredos para identificar a origem do escaravelho e como encontrar uma forma de se livrar da ameaça. Dos contos da lista, é o mais curto e fácil de ser lido e ele traz elementos do terror clássico que o autor se tornou conhecido. O conto apresenta um desfecho inesperado e surpreendente e certamente foi um dos melhores que eu li.

Bom, gente, esse foi o texto especial de hoje, espero que vocês tenham gostado da resenha do livro e dos contos que escolhi pra trazer aqui pra vocês, eu certamente fiquei muito feliz de ter feito a leitura de Medo Clássico e de enfim ter conhecido um pouquinho desse grande escritor.

Nos vemos no próximo sábado ou lá no Startes.

Até lá!


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Olá, tudo bem com vocês?

Pra quem acompanha meus textos aqui para o site faz um tempinho, sabem que o livro da autora Becky Albertalli, "Com Amor, Simon", se transformou num dos meus queridos da vida toda; O livro foi tão importante e marcante pra mim que inclusive entrou na minha lista de melhores leituras do ano de 2018. Eu demorei, mas comprei a "continuação indireta" da história de Simon, chamado Leah Fora de Sintonia, que traz a melhor amiga do carismático personagem como protagonista e agora temos a chance de conhecer melhor suas inseguranças e angústias.


Autor(a): Becky Albertalli
Editora: Intrínseca
Gênero: YA, Comédia, Drama
Número de Páginas: 320
Sinopse: Leah odeia demonstrações públicas de afeto. Odeia clichês adolescentes. Odeia quem odeia Harry Potter. Odeia o novo namorado da mãe. Odeia pessoas fofas e felizes. Ela odeia muitas coisas e não tem o menor problema em expor suas opiniões. Mas, ultimamente, ela tem se sentido estranha, como se algo em sua vida estivesse fora de sintonia. No último ano do colégio, em poucas semanas vai ter que se despedir dos amigos, da mãe, da banda em que toca bateria, de tudo que conhece. E, para completar, seus amigos não fazem ideia de que ela pode estar apaixonada por alguém que até então odiava, uma garota que não sai de sua cabeça. Nesta sequência do sucesso Com amor, Simon, vamos mergulhar na vida e nas dúvidas da melhor amiga de Simon Spier. Em um livro só dela, mas com participações mais do que especiais dos personagens do primeiro livro, vamos acompanhar Leah em sua luta para se encontrar e saber com quem dividir suas verdades e seus sentimentos mais profundos.


Eu considero Becky uma das melhores autoras da nossa geração. A mesma possui uma particularidade muito grande em sua escrita e eu acho simplesmente sensacional a maneira com que a autora se propõe a discutir assuntos que sejam ainda tão delicados de uma maneira totalmente natural e coesa com a história criada. Leah é uma adolescente que sofre com a separação dos pais e o mais novo namorado da mãe. Ela não se dá muito bem com as pessoas na escola que frequentemente fazem críticas ao seu peso, mesmo ela não se incomodando com esse detalhe. Ela precisa lidar com muitas coisas, incluindo a sua bissexualidade, que ainda é um segredo para todos, inclusive Simon, seu melhor amigo. Com a proximidade do baile de formatura e o término do ensino médio, todos estão muito animados com as mudanças em suas vidas: Estão escolhendo faculdades e fazendo planos para a vida adulta e Leah simplesmente sente que está sendo deixada de lado. Tudo piora quando começa a descobrir que o sentimento de rejeição que sentia por uma menina se transforma em atração e, posteriormente, amor. Sofrendo por se apaixonar por uma menina hétero que, ainda por cima, é namorada de um de seus amigos, Leah passa por esse turbilhão de emoções enquanto precisa lidar por todas essas questões e ainda decidir o que é melhor para seu futuro.

- Está de dieta?  - pergunta Taylor.
- Hein?
Sério, quem faz uma pergunta dessas? Antes de mais nada, acabei de comer vinte toneladas de M&M's. Depois, que tal ficar de boca calada um pouquinho? As pessoas não conseguem assimilar o conceito de uma garota gorda que não faz dieta. É difícil acreditar que eu possa realmente gostar do meu corpo?

No início do texto, eu classifiquei o livro como uma continuação indireta de Com Amor, Simon. Por que eu disse isso? Apesar da narrativa em Leah Fora de Sintonia trazer os mesmos personagens e dar sequência aos eventos após o término do primeiro livro, você não precisa necessariamente ter lido para entender o contexto da história, uma vez que o foco da narrativa é Leah. Ainda que o livro faça algumas referências a história anterior, Becky teve o cuidado de fazer algumas explicações ao longo da narrativa para que as pessoas que não leram seu livro anterior não se sentissem perdidas com o que estava acontecendo. Leah Fora de Sintonia traz a mesma escrita irônica e engraçada da autora e é simplesmente uma delícia de ser lido. Você se distrai e mergulha nos dramas de cada um dos personagens e é fácil perder a hora enquanto lê, contudo, o livro foi bem inferior em alguns quesitos que iremos discutir a seguir. 



Ainda que a história seja escrita de maneira muito agradável, eu simplesmente odiei a Leah. Eu não me lembro da personagem ser tão chata em Com Amor, Simon - inclusive estou pensando em reler o livro só pra ver se a autora modificou tanto a personagem assim, ou ela sempre foi desse jeito, mas não prestava muita atenção nesses detalhes porque estava focado em saber da história do Simon. A personagem tem seus problemas e entendemos isso, mas a menina reclama literalmente de tudo que acontece ao seu redor. Nada nunca tá bom, ela nunca tá satisfeita, ela nunca fica feliz, não importa o quanto as pessoas ao seu redor se preocupem com ela. Chega um ponto que a leitura fica realmente difícil porque Leah se coloca no papel de vítima 100% do tempo e não faz nada pra mudar esse cenário. Diferentemente de Simon que logo consegui desenvolver uma forte relação de simpatia, Leah é apática e nada carismática e eu queria dar uns sacodes nela pra ver se ela acordava pra vida. Sério, não dava. Ao mesmo tempo em que o livro traz ótimos questionamentos, como essa obsessão pelo corpo perfeito e Leah simplesmente não se importar com isso, a personagem em outros questões era totalmente insuportável.

Outra coisa que me incomodou demais foi o desenvolvimento da relação dela com a tal menina. Não irei contar muito sobre isso por motivos de spoilers, no entanto, o livro é muito repetitivo e a autora toma um tempo demasiadamente longo pra não chegar em lugar nenhum: São capítulos e capítulos que ficam naquele "lenga lenga" e você simplesmente não aguenta mais ler sobre a mesma coisa. Os diálogos entre as duas também foram bem esquisitos e Leah sempre repetia a mesma coisa. Tava cansado já. Novamente, torno a frisar que acho Becky uma das autoras mais representativas da atualidade. Ela busca sempre incluir protagonistas diferentes e temáticas muito delicadas que precisam ser discutida, mas em Leah Fora de Sintonia, não curti muito a maneira com que os temas como separação, bissexualidade e foram retratados. Achei tudo um tanto quanto esquisito e em algumas situações até forçadas. Já o racismo, um outro tema explorado na história, achei super pertinente e bem escrito. Foi um ponto de destaque positivo na obra e vale ser mencionado.

A única coisa pior do que experimentar vestidos é ouvir um monte de garotas magrelas experimentando vestidos no provador do lado. Ouvi-las procurando defeitas em si mesmas. É como se nem adiantasse eu gostar do meu corpo, porque sempre tem alguém para me lembrar de que eu não deveria gostar.

Se por um lado o gancho principal da história do livro estava chato, o mesmo não devo dizer sobre o desdobramento das narrativas dos personagens secundários. Simon continua sendo o melhor personagem já escrito pela autora e confesso que fiquei mais curioso em saber mais sobre o que aconteceria com ele e "Blue" do que a história da Leah em si. Os personagens coadjuvantes continuam exercendo um papel fundamental e de suma importância para o desenvolvimento da narrativa e particularmente, gosto muito da maneira com que Becky mistura a vida dos seus personagens nessas situações diversas em que cada um é construído de maneira interessante e coesa. Eles possuem seus momentos de destaque na obra e apesar dos problemas que encontrei com a história da Leah, tenham certeza de que o livro continua sendo muito divertido e algumas cenas são simplesmente hilárias e memoráveis, como o convite de Simon para o baile de formatura.

Leah Fora de Sintonia traz uma ótima mensagem de aceitação e empoderamento e, em minha opinião, se a autora não tivesse criado de maneira tão "artificial" o relacionamento entre as duas, o livro teria um resultado muito superior. Mesmo não sendo lá sua melhor obra (eu amo e vou defender Simon até o final), é uma leitura leve e rápida de ser feita, trazendo temas modernos em uma narrativa moderna e jovial. Recomendo que você faça a leitura de Com Amor, Simon e depois leia Leah, pois é uma ótima oportunidade de complementar as narrativas criadas no primeiro livro e ainda matar as saudades de personagens tão importantes e representativos.



Nota: 3,5 / 5,0 



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Olá, tudo bem?

Você sabe quem foi Josef Mengele? Conhecido como o Anjo da Morte, o médico nazista trabalhava em Auschwitz, a maior rede de campos de concentração localizados na Polônia durante a Segunda Guerra Mundial. Estima-se que 1.3 milhão de judeus foram mortos nas câmaras de gás ou não resistiram às diversas torturas e ao regime de trabalho escravo em que eram obrigados a trabalharem. Muitos também morreram por fome ou por não possuírem as mínimas condições básicas para a vida. Josef Mengele desempenhou um triste papel na vida dessas pessoas: O médico realizava uma espécie de triagem em que decidia o destino dos homens, mulheres e crianças:, As câmaras de gás, os trabalhos escravos no campo ou se seriam cobaias para os experimentos macabros que ele realizava em seu laboratório. No final da Segunda Guerra após a Alemanha ser derrotada, o médico consegue escapar das acusações e consegue refúgio na Argentina, local que viveu por muitos anos, até sua morte em solo brasileiro em 1979. O jornalista francês Olivier Guez refez os passos do Anjo da Morte e conta com uma riqueza impressionante de detalhes a história de um dos personagens mais emblemáticos e cruéis de um período tão obscuro da nossa história. O livro "O desaparecimento de Josefe Mengele" é o mais novo lançamento da editora Intrínseca e conta exatamente sobre os anos em que o médico se exilou na Argentina para fugir das consequências de seus terríveis atos. 



Autor(a): Olivier Guez
Editora: Intrínseca
Gênero: Romance-Verdade
Número de Páginas: 223
Sinopse: Josef Mengele, o médico nazista que ficou conhecido como Anjo da Morte no campo de concentração de Auschwitz, escolhia o destino de suas vítimas: as câmaras de gás, os trabalhos forçados ou seu laboratório, alimentado diariamente com anões, gigantes, deformados e gêmeos para pesquisas e experimentos macabros. Ele consegue escapar dos tribunais no fim da Segunda Guerra Mundial, mudando-se para a América do Sul em 1949, quando chega à Argentina. Escondido sob vários pseudônimos, Mengele acredita poder levar uma vida nova em Buenos Aires. A Argentina de Perón é benevolente, o mundo inteiro quer esquecer os crimes cometidos pelos nazistas. Mas a perseguição recomeça e o médico precisa fugir para o Paraguai e depois para o Brasil. Sua mudança de esconderijo para esconderijo não cessou até a sua morte misteriosa em uma praia brasileira no ano de 1979. Como um médico da mais temida organização nazista pôde passar despercebido por trinta anos? O desaparecimento de Josef Mengele é um mergulho em um mundo corrompido pelo fanatismo, a política, o dinheiro e a ambição, habitado por velhos nazistas, agentes do Mossad, espiões e ditadores. Olivier Guez traça a odisseia da fuga de Josef Mengele pela América do Sul, em um romance-verdade sobre sua vida clandestina depois da guerra.


Primeiramente, devo iniciar essa resenha dando meus parabéns ao autor. Ele não só mergulhou na história de Josefe em busca da verdade sobre o conturbado desaparecimento do médico e sua fuga para América do sul, mas o jornalista refaz todos seus passos, a começar pela Alemanha, vindo até a América do Sul e visitando países como a Argentina, o Peru e o Brasil em busca de evidências do período em que viveu em tais países para a reconstrução de sua história. Todo seu trabalho de pesquisa o possibilitou a escrita de um livro denominado como "romance-verdade" ao invés de trazer uma biografia em si. O livro não aborda aspectos pessoais do médico, ainda que por diversas vezes, através da dramatização da história, Josefe relembra do seu passado. Foi uma experiência totalmente diferente de tudo que eu havia lido até então (incluindo romances históricos), pois você se sente como se estivesse lendo uma matéria de jornal ou reportagem especial sobre a temática, mesmo que houvessem personagens e dramatizações das cenas. O sentimento que tive foi de que estava assitindo a um documentário e chega a ser impressionante o nível de conhecimento que Olivier obteve durante suas pesquisas para a elaboração do livro. O autor francês também parece ter vivido dentro da cabeça de Mengele em que apresenta para o leitor uma espécie de ponto de vista sobre o que ele pensava dos ideais hitleristas e de como o isolamento na América do Sul afetou sua vida. O relato é verídico e muito coeso, repleto de curiosidades e outras informações das quais não possuía o conhecimento - como, por exemplo, a simpatia pelo regime nazista de Perón, presidente argentino na época em que Mengele esteve no país. 


A obra não funciona como uma biografia, como citei acima e apesar de se aprofundar melhor na vida do médico, O Desaparecimento de Josef Mengele relata a caçada internacional em busca do paradeiro do médico. Desde que escapou dos tribunais alemães e com medo de se tornar um prisioneiro político, Mengele foge para a América até que as coisas em seu país de origem "voltem ao normal", como ele mesmo sugere. Nesse ponto do livro, a narrativa se propõe a ilustrar até então um lado totalmente diferente do médico: Em seus relatos e cartas enviados para sua esposa, Mengele demonstra toda a solidão que sente por estar em solo estrangeiro e se mostra acuado, com medo do que pode vir a acontecer em seu futuro. Em momento algum o livro tenta amenizar as atrocidades cometidas em seu laboratório e não ocorre a mudança de imagem de um homem sádico e cruel. Ainda que ele estivesse com medo, Josef acreditava cegamente que era necessário fazer todas aquelas coisas em prol de algo maior. 




A caçada ao Anjo da Morte chegou ao fim em fevereiro de 1979 quando seu corpo foi encontrado em uma praia no litoral paulista. As autópsias revelaram que Josef Mengele morreu devido a um mal súbito, encerrando assim uma série de fugas por inúmeros países, sempre facilitado por conhecidos e outras pessoas que apoiavam o nazismo que possibilitaram essas movimentações clandestinas sob inúmeras identidades. Todos esses fatos são contados em inúmeros detalhes em uma narrativa muito envolvente e fluída; é um livro relativamente curto e que você consegue finalizá-lo em algumas horas, ainda que o conteúdo da obra em si seja muito pesada. Para vocês terem uma ideia, a narrativa verídica construída por Olivier Guez é tão rica em termos de pesquisa, que seu livro recebeu o prêmio do Prix Renaudot em 2017, um dos maiores prêmios nacionais. A verdade sobre o desaparecimento de Josef Mengele foi sempre cercada de muito mistério e perguntas que levaram anos até finalmente serem respondidas. Uma grande recompensa era oferecida para quem dispusesse de qualquer informação sobre seu paradeiro e/ou encontrasse seu corpo. Graças ao exímio trabalho de pesquisa realizado pelo jornalista francês, foram apresentadas algumas respostas para questões que se mantiveram no ar durante décadas. 


Nota: 4,0 / 5,0 
*Livro cedido em parceria com a editora Intrínseca* 


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Ainda perdida e ainda tentando achar luz em textos alheios e palavras autorais. Amante de café, literatura, fotografia, cinema, viagens e amor.

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