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365 Cores do Universo

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Ei! Tudo bem?
Espero que sim! 

Como havia dito para vocês, na resenha de Os Segredos que Guardamos, eu estava planejando com muito carinho uma postagem que fosse sobre os personagens do livro, mas sem a parte de ficção. É uma obra muito importante, tem uma história verdadeira, e eu não vi sentindo em deixar esses protagonistas reais de lado. Então vamos lá!

Olga Ivinskaya (1912-1995)
Olga foi uma personagem muito importante para a história de Doutor Jivago, como amante do autor, ela é a alma de Lara, a protagonista do livro. Por ter tanta influência, Olga acaba parando em um gulag (campo de trabalho forçado da União Soviética), onde sofreu em cada segundo até finalmente conseguir sair. 

Porém, sua força não acaba aí, Olga mesmo já tendo passado pelas ruínas do governo soviético, luta para que Doutor Jivago seja publicado, a obra revolucionária havia mudado a sua vida e ela precisava que estivesse de forma livre pelo país. 

Infelizmente, ela e sua filha, Irina, vão para um gulag quando o livro é publicado no exterior, e hoje só sabemos sua incrível história, porque Irina decidiu nos contar quando emigrou para a França em 1985.

Boris Pasternak (1890-1960)
Grande poeta russo, Boris nasceu em Moscou (na época Império Russo) e morreu na parte russa da União Soviética. Estudou filosofia na Alemanha e trabalhou, na Primeira Guerra Mundial, em uma Usina, onde teve inspirações para Doutor Jivago. 

Boris não consegue a publicação de seu livro mais famoso na URSS, porque era considerada uma obra anti-soviética. Com esse quê revolucionário, é até estranho que Pasternak nunca chegou a ser mandado para uma gulag, ele apenas se isolou e parou de produzir. Na Rússia, era mais conhecido como poeta do que como romancista, porque Doutor Jivago não chega a ser reconhecido, apesar de ter ganhado o Prêmio Nobel, que Pasternak, infelizmente, precisou negar para se preservar das autoridades russas. 

Doutor Jivago (livro de Boris Pasternak) 
Sinopse: Boris Pasternak reconstitui parte da história moderna da Rússia ao narrar o drama vivido pelo médico e poeta Iúri Jivago, que foi preso pelos bolcheviques e obrigado a colaborar com eles. Criado durante a Primeira Guerra Mundial, incapaz de controlar seu destino diante da revolução e da guerra civil entre o Exército Branco e o Vermelho, Iúri Jivago firmou-se como um dos grandes heróis da literatura russa.

Doutor Jivago é uma das maiores obras que a gente tem e a leitura é muito necessária se você gosta de Romance Histórico e da história da Revolução Russa. Se é esse seu estilo de leitura, vá, porque esse livro teve muitos conflitos para ser publicado, então vamos reconhecê-los e vamos prestigiar os esforços de Olga e Boris. 

Se você não é muito desse gênero, mas quer conhecer a história, assistam ao filme - que é maravilhoso - dirigido por David Lean em 1966. Essa história na sétima arte ganhou cinco Oscar, incluindo Melhor Roteiro Adaptado. E se o filme dos anos 60 também não for para você, é só esperar um pouco, porque Michael Hirst - criador de duas séries que eu amo, Vikings e The Tudors - está para adaptar a história em formato de série, e eu já tenho certeza que vai ser uma grande obra assim como o livro e o filme. 

Giangiacomo Feltrinelli (1926-1972)
Como estudante de Letras: Italiano, eu não sei nem como falar sobre esse editor que eu adoro e é completamente controverso. Feltrinelli fundou uma das maiores editoras italiana, Giangiacomo Feltrinelli Editore, e era um grande militante da extrema esquerda. Lutou na Segunda Guerra contra o fascismo, era grande leitor de Marx e foi ele que conseguiu pegar Doutor Jivago lá na União Soviética para publicar em sua editora na Itália. A publicação de Il Dottor Zivago se tornou best-seller graças a esse revolucionário. 

Doutor Jivago foi publicado pela primeira vez na Itália em 1957, dois anos depois de Pasternak terminar o exemplar, e chegou à União Soviética em 1989, quando o livro é, finalmente, autorizado pelo governo. 

Como estamos falando do que vemos no livro Os Segredos que Guardamos, não vou entrar em mais detalhes da vida de Feltrinelli, mas se você tiver curiosidade, é muito legal toda a sua trajetória e luta para a esquerda, além disso, sua morte é um grande mistério, o que nos dá várias teorias maravilhosas!

Missão da CIA 
Em Os Segredos que Guardamos conhecemos Irina que tem a missão de infiltrar Doutor Jivago na URSS, e sim, foi uma missão real. 

Quando Feltrinelli consegue publicar a obra em italiano, ele ainda cede os direitos para a publicação da história em mais dezoito línguas, a CIA logo aparece com uma outra intenção: colocar Doutor Jivago (em sua língua original) na União Soviética de forma clandestina, já que a publicação fora proibida. Assim, é na Feira Mundial de Bruxelas de 1958, que cópias adulteradas do livro são compartilhadas para que voltem ao seu lugar de origem. Essa missão funciona tanto, que pesquisadores acreditam que isso só ajudou a Pasternak ganhar o Prêmio Nobel que, por consequência, levou uma crise até a União Soviética. 


Essa é a realidade que temos dentro de Os Segredos que Guardamos, tudo isso está de forma indireta no livro e vocês podem conhecer muito mais o lendo. A Intrínseca publicou a obra tanto no Clube Intrínsecos (já falei aqui) quanto na capa original, nesta versão vocês podem comprar na Amazon. 

Obrigada por lerem e chegarem até aqui, um beijo, um queijo e um grande abraço virtual!




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"Eles tinham seus satélites, mas nós tínhamos seus livros. Na época, acreditávamos que livros podiam ser armas — que a literatura podia mudar o rumo da história."

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

Hoje conversaremos um pouquinho sobre um lançamento de 2020 da Editora Intrínseca. O escolhi para resenhar porque é um romance histórico, mas sua base é completamente real, poucos pontos ficcionais foram adicionados e, por isso, Os Segredos que Guardamos foi uma das melhores surpresas que eu já tive. 

Os Segredos que Guardamos - Lara Prescott
Sinopse: Inspirado em uma missão real da CIA durante a Guerra Fria, Os segredos que guardamos mostra, de maneira romanceada, como a Agência de Inteligência americana apostou em Doutor Jivago, uma das obras-primas do século XX, para mostrar aos soviéticos o poder de mudança da literatura. O plano era simples: imprimir no exterior Doutor Jivago em russo e contrabandear exemplares da obra que teve sua publicação proibida na União Soviética por ir contra a ideologia do Estado. Para tanto, a experiente e glamorosa espiã americana Sally Forrester deve treinar a novata Irina, uma simples datilógrafa da Agência, a fim de infiltrar o texto no país natal de seu autor, Boris Pasternak, vencedor do Prêmio Nobel com esta obra, porém obrigado por seu governo a rejeitá-lo. Apesar de todo o potencial revolucionário, Doutor Jivago é também uma brilhante história de amor. A inspiração por trás de Lara, a icônica heroína da trama, é Olga Ivinskaia, musa de Pasternak. Os dois mantiveram um caso por décadas, uma relação intensa que sobreviveu à passagem do tempo, às ameaças de um regime autoritário e até aos anos de Olga em um gulag. Assim, mulheres de ambos os lados da Cortina de Ferro protagonizam essa obra que mostra que, embora a história seja escrita pelos vencedores, é nos bastidores que o destino do mundo é forjado. Amantes, espiãs, datilógrafas. Fortes e corajosas, essas personagens ganham vida nessas páginas e são exemplos de que determinados segredos não devem ser guardados.

Como vocês já estão acostumados, direi novamente que não sei por qual parte começar, porque em minha cabeça essa resenha se abre de diferentes formas e se torna extremamente complexa. Por isso, digo já de antemão que meu plano é separar ficção de fatos históricos, em breve vocês terão acesso a uma postagem só sobre o que estava acontecendo naquele período. Hoje, porém, vamos trocar apenas sobre a ficção nessa obra feminina. 

E digo feminina porque é o que ela é. A história é narrada por mulheres fortes, independentes e que querem conquistar seus meios. O livro é dividido de duas formas, em lado Ocidental, onde temos as datilógrafas, Irina e Sally, e lado Oriental, onde a União Soviética predomina com o autor de Doutor Jivago e sua amante, Olga Ivinskaia. E é assim que essa resenha também vai ser dividida. 


Oriente (1949-1961)
Com a União Soviética como plano de fundo, conhecemos logo no primeiro capítulo, Olga Ivinskaia, uma mulher jovem, apaixonada, mãe de dois filhos e conhecida como a amante de Boris Pasternak, grande escritor do século XX. Ela é a inspiração por detrás de Lara, personagem feminina na obra Doutor Jivago, e é por isso que quando ainda mal a conhecemos, ela é levada para um gulag. 

É na miséria, na dor, no sofrimento de Olga que conhecemos quem ela realmente é, e é impossível não se apaixonar pela sua força e coragem. A mesma se nega a contar qualquer detalhe sobre a obra revolucionária que seu amor, Boris, há escrito. 

Dessa forma temos, o que é para mim, a melhor parte do livro inteiro, a carta de Olga de dentro da gulag. Sua dor sai de suas palavras, transborda pelas páginas de Os Segredos que Guardamos e ainda tão no início dessa história. 

Boris acaba se tornando mais um personagem secundário que tenta, até chegar nas mãos de Feltrinelli, a publicação de Doutor Jivago. Com Olga ao seu lado, ele cai completamente e percebemos que, na verdade, nessa história revolucionária, Boris apenas escreveu, Olga quem protagonizou. 

Ocidente (1956-1961)
Provavelmente o lado mais complexo do livro, porque temos diversas personagens e cada uma com sua particularidade, mas vamos focar nas que realmente são heroínas. 

Seria então impossível não começar por Irina. 
A personagem, que tem raízes soviéticas, consegue um emprego como datilógrafa na Agência de Inteligência americana, o que a traz diversos questionamentos, pois ela fora contratada para um emprego cujo tem zero experiências e não parece ter vocação para adquirir. 
Porém, Irina logo percebe que não está ali para ser como as outras meninas da datilografia, ela tem uma função que é completamente secreta: ser uma espiã. É Irina quem deve pegar Doutor Jivago, é Irina quem deve infiltra-lo dentro da União Soviética, já que o lugar simplesmente é contra a sua publicação por ter sentimentos anti-URSS. 

Irina, porém, não tem nenhuma experiência nesse lado de espionagem e quem deve ensiná-la é Sally Forrester. 
Com certeza, sem sombra de dúvidas alguma, Sally é minha personagem favorita. Ela é complexa, está sempre mudando de personalidade e sua única motivação é saber quem ela é de baixo da figura que está apresentando.
A mesma também protagoniza o melhor romance de dentro da história, romance que leva todos os leitores ao delírio. 

Além de Irina e Sally, que serão duplas maravilhosas, temos as outras protagonistas que eu nunca poderia deixar de lado, as datilógrafas. Elas são mulheres, que estudaram, lutaram por seus direitos, e assistem os altos cargos serem adquiridos por homens que na maior parte do tempo, tem menos qualificações que elas, mas por serem mulheres, acabam se tornando datilógrafas. 
Elas não são o maior foco do livro, porém, seus pensamentos e seus instintos revolucionários fazem com que seus capítulos sejam os mais interessantes e são os que, com certeza, fazem com que qualquer mulher se sinta representada pela luta feminista. 

"Até as palavras na cabeça de alguém poderiam ser uma ofensa passível de prisão naqueles tempos sombrios."

No início da resenha, eu comentei que o que me fez gostar tanto dessa história é que ela era pouco ficcional, o que é verdade. Muitos personagens icônicos aparecem, muitos diálogos são reais e a própria missão de Irina aconteceu, então é impossível não se chocar com a veracidade da obra. 

Porém, dando uma opinião extremamente sincera e que pode magoar alguns fãs dessa leitura, é que eu não acho que o foco do livro seja a realidade, mas sim o romance e as protagonistas femininas, o que pra mim não é mesmo um problema, é a solução. O lado histórico é só um plano de fundo, em alguns momentos rasos, o que poderia ter sido trabalhado melhor é claro, mas a obra é sobre mulheres e para mim Lara Prescott, autora do livro, merece todos os aplausos exatamente por isso. 

É um livro de uma mulher brilhante sobre mulheres brilhantes que revolucionaram a nossa história. 

A escrita de Lara pesa muito nos meus comentários, porque é excepcional, é dramática e consegue dar a voz que as heroínas de seu livro precisam, não tenho mesmo comentários negativos - além do fato de eu ter preferido uma maior elaboração na parte histórica, mas é algo muito pessoal -, porque elogios é o que essa obra precisa!

Como disse, pretendo publicar ainda na próxima semana uma postagem só sobre os personagens desse livro, mas contando quem eles são na realidade, fora do ficcional de Prescott. A postagem terá leves spoilers, porém, acho que seria muito legal se vocês gostarem do livro, ler o que vou escrever, porque é sempre divertido conhecer melhor esses ícones do século XX.  

Obrigada por lerem até aqui! Estou muito feliz que Os Segredos que Guardamos é minha resenha de retorno ao blog, espero que tenham gostado! 

Um grande beijo e vários abraços à distância! 
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Essa não é uma crônica, muito menos um pedido de desculpas, essa é a realidade. 
Nua e crua. 

Ei! Tudo bem?
Que saudades eu estava em dizer isso! Meu Deus!

Como vocês estão? É uma pergunta séria e não algo retórico como sempre faço. 
Eu estou bem, tendo dias bons e outros ruins, mas vim mesmo para dizer que sumi, sumimos e está tudo bem, vou continuar sumida, e essa é a infeliz realidade. De qualquer forma, não se desesperem, eu vim para deixar uma luz no fim do túnel para aqueles que me acompanham a uns bons anos (completamos 4 anos! uma faculdade já). 

O que é o blog, Cecília?
Não sei e sinceramente nunca consegui responder isso, nem quando estávamos no nosso auge. Vou continuar sem saber, porque acho que essa era a minha intenção quando criei isso daqui em 2016, simplesmente falar e falar sobre o que der na telha! 

E o que será do blog?
Não sei e sinceramente nunca saberei. 
Vocês devem ter percebido que durante um período eu decidi mexer no layout, em outros fiz umas postagens e agora eu volto para dizer que nunca se sabe quando eu realmente vou aparecer, mas vou. Vou para compartilhar algumas resenhas mais específicas e outras aleatoriedades que sempre gostei de mostrar. 

Mas vim dizer que não posso abandonar o barco dessa forma, então continuarei aqui e em outras redes sociais, sempre pronta para compartilhar e conversar com vocês como sempre fiz! Esse espacinho do Cores faz parte de quem eu sou e espero poder aparecer logo logo com algo para vocês. Por enquanto, fiquem no meu skoob caso queiram ler mais comentários literários ou no instagram do blog, porque sim!, ele vai voltar a funcionar. 

É isso meus amores, espero que todos estejam bem nessa quarentena e vamos seguir fortes!



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Ainda perdida e ainda tentando achar luz em textos alheios e palavras autorais. Amante de café, literatura, fotografia, cinema, viagens e amor.

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