Uma Proposta e Nada Mais | Resenha

by - abril 05, 2018

Foto: Cecília Justen

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

Mesmo que nesse mês a minha intenção seja focar nas postagens de viagem do Beto Carrero (se você ainda não viu, clique aqui), eu não quero abandonar o mundo literário. Por isso, escolhi resenhar Uma Proposta e Nada Mais, um Romance de Época apaixonante que fora publicado pela Editora Arqueiro em Março.

Uma Proposta e Nada Mais - Mary Balogh

Sinopse: Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela. Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa. Hugo a princípio não quer cortejar Gwen, pois a julga uma típica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorável. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carícia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazê-la feliz para sempre.


Foto: Cecília Justen

Páginas: 271 | Autor(a): Mary Balogh | Editora: Editora Arqueiro | Gênero: Romance de Época 
Série: Clube dos Sobreviventes #1

Gwendoline ou lady Muir é viúva, mas vive feliz com sua situação. Depois da morte de seu marido, não consegue pensar na possibilidade de estar com outra pessoa, não depois de todo o sofrimento que passara. Quando sua conhecida também recebera a notícia da morte do marido, Gwen decide passar uns dias na casa da amiga para ajuda-la no que fosse preciso, lady Muir sentira empatia por ela. Entretanto, as coisas não foram ficando fáceis e um dia as duas acabaram brigando. Não aguentando a situação na casa, Gwen decide passear na praia e é lá que ela se acidenta. 

Tentando subir em algumas pedras, a viúva acaba caindo e torcendo seu pé. Felizmente é nessa hora que Hugo Emes ou lorde Trentham se depara com a situação de Gwen. Mesmo não sendo fã da aristocracia, Hugo ajuda lady Muir e a leva até a casa de seu amigo, aonde ocorria o reencontro de alguns amigos sobreviventes da guerra. 

O contato entre Gwen e Hugo é bastante conturbado e ambos acham que nada pode surgir ali, mas quando param para perceber o que está acontecendo, eles já estão se beijando e deixando o tempo os levar. E é no meio desse caos que Gwendoline se recupera e volta para casa, mas é essa distância que faz as emoções se aflorarem. 

Com interesses, Hugo decide correr atrás de lady Muir, mas será que pode surgir algo ali ou foi tudo apenas uma atração de temporada?

"- A senhora não é, de forma alguma, o tipo de mulher que busco para ser minha esposa - disse ele. - E faço parte de um universo muito diferente do marido que espera encontrar. Mesmo assim, sinto um poderoso desejo de beijá-la."

Meu primeiro contato com Mary Balogh e não sei se poderia ter sido melhor, mas fiquei muito grata pelo resultado final da obra que oscilou tanto. Não é uma novidade para nenhum leitor do blog que eu sou apaixonada em Romance de Época, pode ser um livro, um filme, uma série (ou até mesmo uma novela, mas isso é segredo nosso), então pulei todas as minhas leituras programadas para devorar a história de Hugo e Gwen. Não me arrependi.

Apesar... 

Esse é o típico romance clichê do Romance de Época. Temos dois personagens que não se dão bem no início, mas o desejo... Ah! O desejo. É ele que muda a cabeça dos pombinhos em questão. Hugo e Gwen não se detestam, mas também não se amam. Isso tudo porque eles pertencem a classes sociais diferentes, ele (apesar de ter recebido um título por suas vitórias na guerra) é rico, mas quer se ver bem longe da aristocracia, e ela... Bem, ela é a aristocrata, ou seja, rica e (supostamente) mesquinha. Como lorde Trentham já não gosta muito da elite, ao conhecer Gwen ele já arma todo seu escudo e automaticamente imagina horrores da viúva começando a trata-la de uma forma... Não muito... Cavalheira? É, se tem uma coisa que Hugo não é, essa coisa é um cavalheiro, mas Gwen é uma dama, e não aceita o modo grotesco do homem, por isso, os tapas e beijos. 

"Era bela, elegante, bem-vestida, segura de si e encantadora. Tudo o que uma dama deveria ser. E ela o atraía, o que o incomodava."

Mas como nem tudo são flores, esse livro que inicialmente me conquistou, acabou perdendo meu foco e a leitura que duraria dois dias acabou se enrolando por semanas. Ok, eu viajei no meio tempo, mas preciso constar que enrolei sim. Isso tudo por causa da tal oscilação que comentei ali em cima.

Enquanto lia o livro, não senti aquela fluidez de sempre, ele parecia se perder e se reconstruir o tempo todo. Finalizando o livro eu percebi que: Essa é uma história que deveria ser dividida em partes, em 3, para ser mais precisa.

Parte 1: Hugo e Gwen se conhecem.
Essa, para mim, sem sombra de dúvidas, é a melhor parte. É quando os dois se conhecem e passam a "viver juntos" por causa da torção no pé. É quando vemos intriga, romance e muita sedução. Os dois lidam com o pior e o melhor dos dois e é aí que a paixão surge, mesmo eles não sabendo disso. Todo o início passa de uma forma rápida e Mary Balogh nos conduz de forma suave para a história. 

Parte 2: Gwen vai embora e Hugo corre atrás.
Mas os dias juntos acabam e Gwen precisa voltar para casa. Com o coração na mão e negando o amor, os dois se afastam e cada um passa a seguir seu rumo. Entretanto, Hugo reencontra a irmã e decide ajuda-la a frequentar bailes da elite, para isso, ele precisaria de uma esposa que pudesse ajuda-lo. Quem melhor do que lady Muir? Assim então, Emes vai atrás de Gwen para pedi-la em casamento e para pedir que ela ajude sua irmã. 

Não vou contar muito sobre essa parte, pois seria um tremendo spoiler, entretanto, preciso constar que essa parte foi bem decepcionante. Foi nela que eu percebi a quebra na história e foi quando o livro começou a perder o rumo para mim. Hugo pareceu mais perdido que outra coisa, e essa perdição começou a me irritar um pouco. Gwen começou a agir como uma princesinha e não aceitava tanto as coisas. O que era para ser um amor Romeu e Julieta acabou se transformando em uma confusão. 

Parte 3: As coisas voltam a funcionar!
Como não quero contar o final da história, não pretendo dizer o que acontece, mas tenham certeza: Tudo melhora! É quase um milagre, mas a partir de um momento, a história parece se encaixar novamente e tudo flui naturalmente. O amor dos dois, a diferença de classes (que para ambos era o abismo que os separava) e tudo o que antes era considerado um problema some, desaparece como pó. Não vou dizer que isso foi legal, pois preferia uma história muito mais fluida, mas confesso que foi um alivio saber que a obra não se perdeu completamente e que o final me tirou vários sorrisos e suspiros.

Foto: Cecília Justen

Sei que estou sendo bem crítica, mas melhor começar pelos problemas e terminar pelas soluções, não é mesmo?! Apesar dos pesares e de tudo o que aconteceu, a obra tem sua parte especial.

Como escrevi, esse fora meu primeiro contato com Mary e, mesmo não sabendo se poderia ser melhor, fiquei imensamente feliz com a escrita dela. Sei que não teve a fluidez que eu procurava, mas amei a forma que ela escreveu sobre os personagens e levou a obra enquanto estava tudo certo. Gostei muito da ideia de uma série falando sobre os sobreviventes de guerra e da forma que ela lidou com os traumas dos ex-soldados. Achei genial, na verdade. Toda a parte psicológica é tratada de forma brilhante, com todos os detalhes para nos deixar aterrorizados, mas não o suficiente para perder a parte doce de um Romance de Época.

Falando em sobreviventes, a série continua com a história de mais alguns amigos de Hugo e, não vejo a hora de embarcar em mais histórias com tanto peso emotivo que dá outra cara ao gênero.

"Ou se enfrentava o desafio ou se fugia dele. Ou se era um herói ou um covarde. Ou se era um sábio ou um tolo. Um homem cauteloso ou imprudente. Haveria resposta para alguma coisa nessa vida?"

Acho que seria errado sair dessa resenha sem falar um pouco sobre os personagens, apesar de não querer me aprofundar neles, mas sim em como a escritora os levou. Hugo e Gwen são pessoas completamente diferentes, e é isso que os faz tão certo. Mary os levou para um caminho errado, em minha opinião, mas soube os reconstruir de forma muito bonita. Os personagens se perderam, mas o amor deles não.

As coisas foram acontecendo e, apesar do desejo ser bem evidente e inevitável, Mary não tornou essa história algo erótico, na verdade, diferentemente de alguns Romances de Época, ela escreveu de forma leve a parte mais superficial de tudo, mas sem perder a importância na história. 

Outro fato muito interessante foi o amadurecimento do... Hugo! Isso mesmo, não foi o da mocinha. Apesar de ser uma obra narrada em terceira pessoa, temos o lado de cada personagem e, para mim, o que mais se destacou, foi essa pessoa séria, que não ri, não sorri, não se aceita, é traumatizado pela guerra... É, eu estou falando do crush da história. Ele me irritou sim, principalmente com essa história de: "não gosto da aristocracia... eles são chatos... mesquinhos... ricos... blá blá blá." Todavia, quando ele passa dessa fase, quando começa a se entregar para o amor e entende como as coisas podem ser mais fáceis, a mudança dele é linda, ele se aceita, ele passa a se amar e, a amar Gwen. Hugo precisava da mocinha para se entender com ele mesmo, para se entender com seu passado e, para mim, foi a parte em que Mary mais arrasou. A mudança de Hugo vale por cada ponto negativo da história.

"Mas e a solidão? Por quanto tempo ficaria à espreita, esperando o momento certo para o ataque? Sua vida era mesmo tão vazia quanto parecia naquele momento?"

Todos nós temos problemas, todos nós temos as nossas diferenças, e é assim que movemos o mundo, com a nossa parte igual, que é ser diferente. Aprendemos a lidar com isso todos os dias, assim como nos desentendemos. E é com todo esse conflito, que o casal de Uma Proposta e Nada Mais se conhece, se questiona, se entende e se apaixonada. O amor desses dois cresce como a flor de Drummond que nasceu na rua.

Uma obra leve, simples, que encanta. Não é de total perfeição, mas agrada qualquer fã de Romance de Época. Se você está pronto para mais uma aventura de paixão, de conflito, de traumas, de desejo, de carinho, de medo e muito (muito!) mais, Uma Proposta e Nada Mais foi feito para você.

"As pessoas compreendem a linguagem do coração, mesmo que a cabeça nem sempre consiga."

Nota: 3/5 ♥
*Livro cedido em parceria com a Editora Arqueiro*

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Um beijo e paz no coraçãozinho de vocês! ✩


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13 comentaram

  1. Oii Cecilia. Faz um tempo que não pego para ler romances de época que me deu saudade. Eu nunca tove contato com a escrita da autora e estou encantada com o livro que mesmo tendo problemas conseguiu manter o bom tom.
    Amei a resenha.
    Beijos.

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    1. Ei, Jessica!

      Eles são tão fofos que bate saudade mesmo.
      Muito obrigada :)

      Beijos!

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  2. Olá, eu estou louca para ler esse Romance de Época , só vejo resenhas boas sobre ele.
    Mas eu fiquei com medo desse muito medo que você falou kkkk.
    Ainda não vi sua viagem, vou lá ver, bjus.

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    1. Ei!

      Menina, fica com medo não haha Isso não estraga a obra.
      Ah, vai lá ver :)

      Beijos!

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  3. Com todos os "mas" hahahah eu curti! Quer ler amiga :)
    Sabe como sou uma romântica incurável né?!

    Ps: gamei nesse colar, estou aceitando presentes na bienal viu... hahaha

    osenhordoslivrosblog.wordpress.com

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    1. Ei, Vivi!

      Ah, fico feliz, de verdade. Sei sim haha
      Ele é tão lindinho, a gente se vê na bienal (eu também estou) então :D

      Beijos!

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    2. hahahaha vou lembrar disso!!!

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  4. Oi, Cecilia! Pela Deusa, que resenha incrível! Eu tinha visto o lançamento do livro, mas ele ainda não tinha chamado tanto a minha atenção. Mas isso mudou com a sua resenha, que despertou imensamente o meu interessa para conhecer essa história. Também achei incrível e diferente a autora trabalhar com os sobreviventes da guerra, imagino que isso dê um bom background para se trabalhar. Adorei a sua sensiridade sobre os pontos positivos e negativos do livro.

    Beijos,
    http://abducaoliteraria.com.br

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    1. Ei, Gisele!

      Obrigada!
      Fico tão (tão!) feliz em ler isso que meu sorriso rasga a minha cara haha
      Não é legal?!

      Beijos!

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  5. Olá, estou animadíssima para ler esse livro <3 Adorei sua resenha e fico feliz que tenha gostado. Mesmo sendo clichê, amo um romance em que os protagonistas se bicam no início, portanto já sei que irei me divertir com essa leitura hahaha É ótimo quando a autora consegue inserir outros questões sem se focar apenas no romance em si, com personagens bem trabalhados que amadurecem na trama. Gosto da escrita da Mary Balogh, super recomendo a leitura de Os Bedwyns, estou amando a série <3

    Bjokas lindona!
    http://cronicasdeeloise.blogspot.com.br/

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    1. Ei, Eloise!

      Ah, que bom que você gostou!
      Também acho, você vai adorar então.
      Ainda não li, mas já quero :)

      Beijos!

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  6. Oii :) tipo, desde quando vi a capa desse livro pela primeira vez eu já fiquei doida pra ler e sua resenha só me fez ter mais vontade ainda haha eu ainda sou nova nos romances de época então é sempre bom conhecer novos livros! Ps: Amei as fotos <3
    Beijos :*
    https://fuxicosliterario.wordpress.com/

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    1. Ei, Larissa!

      Fico muito alegre em ler isso!
      Ah, você vai amar o gênero :)
      Obrigada!

      Beijos!

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