Mais Forte que o Sol | Resenha

by - julho 19, 2018

Foto: Cecília Justen

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

Hoje é dia de trazer mais uma resenha para vocês, resenha do segundo livro da duologia Irmãs Lyndon da Rainha do Romance de Época, Julia Quinn. 

Particularmente, o primeiro livro foi meio sem sal, principalmente quando a gente lembra quem escreveu. Entretanto, tudo o que eu disse sobre Mais Lindo que a Lua não pode ser considerado para Mais Forte que o Sol, que é sim um verdadeiro romance que arranca nosso coração. 

Sinopse: Quando Charles Wycombe, o irresistível conde de Billington, cai de uma árvore – literalmente aos pés de Ellie Lyndon –, nenhum dos dois suspeita que esse encontro atrapalhado possa acabar em casamento. Mas o conde precisa se casar antes de completar 30 anos, do contrário perderá sua fortuna. Ellie, por sua vez, tem que arranjar um marido ou a noiva intrometida e detestável de seu pai escolherá qualquer um para ela. Por isso o moço alto, bonito e galanteador que surge aparentemente do nada em sua vida parece ter caído do céu. Charles e Ellie se entregam, então, a um casamento de conveniência, ela determinada a manter a independência e ele a continuar, na prática, como um homem solteiro. No entanto, a química entre os dois é avassaladora e, enquanto um beijo leva a outro, a dupla improvável descobre que seu casamento não foi tão inconveniente assim, afinal... 

Foto: Cecília Justen

Páginas: 288 | Autor(a): Julia Quinn | Editora: Editora Arqueiro | Gênero: Romance de Época 
Série: Irmãs Lyndon #2

Leia a resenha do primeiro livro clicando aqui.

Eleanor Lyndon estava apenas passeando quando um homem - literalmente - caiu aos seus pés. Fato muito irônico já que Ellie é a moça mais indesejada da região, e não por sua falta de beleza (ela é linda, na verdade), mas sim por seu filtro que não existe na hora de falar o que pensa. 

Charles Wycombe percebeu que a senhorita Lyndon não era uma pessoa fácil no momento em que caiu de uma árvore bêbado e terminou aos pés da dama. Ela, com um pé atrás, ajudou o homem mesmo sem saber que estava lidando com um conde. Ele, bêbado, aceitou a ajuda da mulher mesmo lidando com toda a teimosia, ironia e deboche da mesma. 

Em pouco tempo Eleanor se mostrou uma mulher inteligente, incansável e completamente engraçada. Era tudo o que Charles queria para aquele momento, ela seria a mulher ideal, ou melhor... A condessa de Billington ideal. Sem pensar duas vezes, o pedido de casamento acontece ali, com Charles machucado e Eleanor reclamando. 

Não era um conto de fadas, Ellie nem esperava por isso, mas desejava sim um pedido romântico ou qualquer afeto pelo homem que a pediria em casamento, a única coisa que ela sentia por Charles era... Desejo? Provavelmente, afinal, apesar da casca dura da senhorita Lyndon, era impossível não se sentir atraída pelo conde, mesmo que bêbado. 

Entretanto, como a pessoa sensata que era, Ellie volta para casa recusando a proposta e Charles volta para casa com medo de seu futuro. Ter uma esposa seria uma forma de não perder a sua fortuna, dali a 15 dias o conde faria aniversário e se não tivesse casado não herdaria nenhum centavo de seu pai, o que o levaria a ruínas, já que não possui condições de manter sua casa, sua tia e as primas. 

Ellie, ao chegar à casa do reverendo (seu pai), se encontra com sua madrasta, que continua procurando pretendentes para a jovem, sendo eles bêbados ou com algum histórico de agressão. Além das infinitas listas, a senhorita Lyndon é constantemente oprimida na casa, como uma bela Cinderela. Sua irmã está em viagem com o marido e seu pai não fica muito tempo em casa, então ela não tem ninguém a quem recorrer nesse momento. Mesmo se lembrando de Charles e sua proposta indecente, Eleanor decide sair de casa, e ela faria isso resgatando todo o dinheiro que ela investiu em um banco. Ao chegar lá, ela só não esperava que seu pai fosse o único a tirar aquelas economias, que nem eram tantas. Desesperada e sem ter onde ficar, Ellie finalmente toma a decisão que mudaria tudo: Ela se casaria com Charles.

Eles só não sabiam que esse casamento estaria longe de ser de conveniência. 

"- Muito bem - falou ele. - Acho que estamos firmando um acordo bastante justo. Eu me caso com a senhorita e a senhorita recebe seu dinheiro. A senhorita se casa comigo e eu recebo o meu."

Infelizmente, demorei muito tempo para conseguir sentar e escrever essa resenha, então desculpa qualquer falha. Li a obra há um mês e acabei enrolada para escrever. Vou tentar dar o melhor, prometo. Fato que não será complicado, tendo em mente o quanto essa história me tocou. 

Eu li bem rapidinho porque queria engolir essa história e esse casal. Não estava muito no clima para ler algum livro, estava naquela ressaca literária pesada, mas quando - finalmente - peguei Mais Forte que o Sol para ler, eu não consegui parar mais. Com uma leitura fluída e cheia de encantos, Julia Quinn nos surpreende mais um pouco.

Terminei extasiada e acho que qualquer coisa que eu fale aqui não passará tudo o que deveria ser passado. 

"Fora muita gentileza do marido lembrar-se de fazer aquilo, e Ellie decidiu pensar nessa gentileza toda vez que sentisse vontade de estrangular Charles - e esperava que a frequência desse impulso diminuísse"

Nas minhas últimas resenhas eu não falei muito sobre os personagens, mas dessa vez isso seria impossível, principalmente com o Charles como crush da história. Que homem, minha gente... Que homem! Só de pensar nele eu já fico toda derretida. 

Ao contrário das histórias clássicas de Romance de Época, nessa obra nós não temos um mocinho bêbado e libertino. É claro, ele já teve seus relacionamentos, mas ele não é conhecido por isso. Ao contrário também do que você possa pensar, toda a sua luta por querer uma esposa tem muito haver com a tia e as primas que ele precisa sustentar, ele não está se importando tanto com ele mesmo. E isso a gente só entende quando a Ellie se muda para a sua residência.

Ele é - com certeza - um imperfeito cavaleiro, porque apesar de ter todo o seu lado mocinho bonitinho, ele ainda tem seu lado quente que vai deixar a história muito mais sensual, mas naquele estilo Julia Quinn que a gente ama. Charles consegue passar o famoso Efeito Quinn e deixa qualquer leitor completamente apaixonado. Eu estou completamente encantada por ele. 

E Ellie também. 
Todo o jeito carinhoso, divertido e bem debochado de Charles consegue completar Eleanor. Eles são perfeitos juntos, porque a ironia dela completa a ironia dele. Nenhum dos dois pensa duas vezes antes de mandar uma resposta inconveniente, o que deixa tudo mais engraçado. 

Em alguns momentos vamos ter alguns personagens atrapalhando os mocinhos, principalmente no final que é quando temos uma pequena ação, que em minha opinião poderia não existir, já que não faria diferença alguma na história. Mas durante a história também temos empecilhos que poderão afastar o casal, porque todos os acontecimentos dão a entender que são culpa da Ellie. São partes bem divertidas, mas que nos mostram a verdadeira personalidade de Eleanor e em alguns momentos isso pode irritar o leitor, ela pode reclamar bastante quando quer e quando não quer. 

Entretanto, precisamos falar sobre: Eleanor Lyndon.
Pensem em uma personagem forte e o contrário de tudo o que nós lemos em Romance de Época. Como bem sabemos, as heroínas de Julia Quinn são, em sua grande maioria, a frente de seu tempo, o que é muito legal, pois mesclamos o passado com os conceitos de feminismo do presente. Porém, a diferença de Ellie está nas atitudes, porque ela não tem traços marcantes, ela tem atitudes marcantes. Não sei se é possível compreender o que eu disse, mas a ideia de Ellie é ser aquela pessoa que não pensa duas vezes antes de agir, ela é quem nós gostaríamos de ser, ela seria a sua melhor amiga facilmente.

Foto: Cecília Justen

Acho que seria inevitável a comparação das duas obras, principalmente porque estamos falando sobre uma duologia. Mesmo que eu não goste de fazer isso eu acabei fazendo. Comparei tudinho e cheguei a conclusão que o segundo é - mil anos luz - melhor que o primeiro. Isso porque os personagens são bem mais legais e a vontade de fazer amizade com eles é bem maior do que os personagens do primeiro. Temos também Charles em Mais Forte que o Sol, que ganha facilmente de Robert de Mais Lindo que a Lua, principalmente porque o segundo passa uma imagem bem machista para o mocinho e isso acaba com tudo. 

Outro ponto muito importante que deixa as histórias tão diferentes pra mim são os planos de fundo. Na primeira temos o típico amor à primeira vista, que eu nunca acreditei e não mudei de opinião depois de ler o livro, mesmo que Quinn tenha falado que faria isso. Já no segundo livro, nós temos o casamento por conveniência como o fundo da obra e essa foi sim a tacada genial da autora, pois foi feita de forma brilhante e deixa qualquer pessoa apaixonada pela construção de afeto dos personagens.

"- A senhorita é uma moça de língua afiada
- Sim, eu sei - disse ela com um sorriso irônico. - Por isso sou uma solteirona."

Falando em romance entre os personagens e a construção, eu não podia deixar de fora exatamente essa relação entre eles que vai crescendo aos poucos. No início foi um esbarrão, depois temos um momento moldado pelo interesse, vai surgindo a amizade, que passa pelo desejo e por fim terminamos no amor entre eles. Este último demorou a ser visto por Charles, que até então acreditava apenas na atração que sentia por Ellie. A nossa mocinha, por sua vez, se apaixonou pelo conde e no lugar de se retrair, lutou pelo amor dele e fez de tudo para que entendesse que aquele casamento era bem mais real do que eles imaginavam.

Só perdoo o Charles porque alguns personagens secundários atrapalharam o casamento deles em vários momentos, então é até compreensível. Assim como os motivos para que tais personagens tenham feito o que fizeram. 

"O amor romântico era algo estranho. Ela nunca sentira nada assim antes e, ainda que deixasse seu estomago revirado, queria se agarrar àquilo e nunca mais largar."

Por fim, quero dizer que me despedi desse livro com o coração na mão, porque esses personagens, esse casamento e Charles (meu chuchu) fizeram com que tudo fosse mais especial. Julia Quinn continua com o Efeito Quinn e nos traz uma obra repleta de amor, carinho, paixão e muita diversão no meio de toda sensualidade, se consagrando mais uma vez como a Rainha dos Romances de Época. 

"Naquele exato momento, Ellie concluiu que o amava. Tanto quanto se pode concluir essas coisas, é claro. Perceber aquilo foi um choque, e, em algum lugar de sua mente confusa, ocorreu-lhe que aquele sentimento vinha se formando desde que ele a pedira em casamento. Havia algo de muito especial em relação a Charles."

Nota: 5/5 ♥
*Livro cedido em parceria com a Editora*

Compre Mais Forte que o Sol | Amazon | Saraiva
Leia um trecho de Mais Forte que o Sol | PDF


Um beijo e paz no coraçãozinho de vocês! ✩


You May Also Like

4 comentaram

  1. Oii Cecília.
    Eu odeio quando leio livros na ressaca literária porque sempre ganho ranço de alguma coisa na obra, e acredito que sua ressaca pode ter influenciado, ao menos um pouco, na sua opinião final do livro.
    Contudo, também posso dizer que dos livros da JQ, esses são os que menos me atraem. Acho a premissa frágil. Pela sua resenha, tem coisas que eu não iria gostar. Não sei se lerei essa duologia um dia.
    Beijos.

    Blog: fanficcao.wordpress.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ei, Jessica!
      Provavelmente, eu também detesto quando isso acontece, mas eu precisava muito ler esse livro haha
      Compreendo completamente :)

      Beijos!

      Excluir
  2. Acho que temos um bom exemplo de segundo que supera o primeiro! Isso é raro né.
    Fiquei encantada com a resenha e morrendo de vontade de ler essa obra que tu descreve como tão incrível!! Afinal, romance nunca é demais!

    osenhordoslivrosblog.wordpress.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito raro, Vivi! Mas fico feliz por essa "quebra de padrões".
      Ahh, fico feliz em saber disso, você vai adorar! Exatamente :)

      Excluir