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365 Cores do Universo

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Foto: Livreando 

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :) 

Vim aqui hoje para resenhar um livro que eu fiz a leitura há um tempão. A ideia de escrever essa postagem surgiu no meio do meu caos diário em que eu percebi que não tinha terminado nenhuma leitura e precisava urgentemente falar sobre algo no blog, por isso trouxe Senhorita Aurora, uma literatura nacional que vai encantar o coração do leitor. 

Senhorita Aurora - Babi A. Sette

Sinopse: Nicole é uma jovem bailarina e está prestes a realizar seu sonho: estrear no papel principal em uma peça na Companhia de Ballet de Londres. Tudo estaria perfeito se não fosse por um dos seus diretores, o temido Daniel Hunter, um maestro prodígio de temperamento difícil, que desperta em Nicole sentimentos contraditórios. Quando uma tempestade de neve isola os dois em uma mansão centenária, Nicole e Daniel serão obrigados a encarar não apenas os segredos que atormentam o maestro, mas também uma paixão proibida — e avassaladora — que nasce entre eles. Entre a tão sonhada carreira na dança, um amor intenso como ela nunca sentiu e a própria segurança, Nicole se verá diante de escolhas que parecem impossíveis. E caberá a ela resgatar Daniel de seu próprio passado.


Páginas: 485 | Autor(a): Babi A. Sette | Editora: Editora Verus | Gênero: New Adult


Nicole foi criada por uma mãe lutadora, então quando subiu ao palco para uma audição que a levaria até a Companhia de Ballet de Londres ela fez de tudo para que conseguisse passar para poder realizar seu sonho e mostrar para a sua mãe que seu esforço valeu a pena. Ela só não sabia ainda que todo o processo a levaria a Londres e depois a protagonização de um dos espetáculos mais famosos no mundo do ballet: A Bela Adormecida. 

Viver em um novo país, falar outra língua e interpretar Aurora pareciam tarefas difíceis, mas nada se comparava com Daniel Hunter, o maestro do espetáculo. Isolado e extremamente arrogante, Nicole precisa enfrentar barreiras para que consiga entende-lo e fazer o melhor no palco, assim decide que ir atrás de Daniel em sua casa seria uma boa ideia, ela só não sabia que uma nevasca iria a deixar presa com o homem que a amedronta, mas desperta fortes emoções em seu coração. 

"Como um rio flui certamente para o mar, querida, é assim que funciona: algumas coisas estão destinadas a acontecer."

Meu interesse pelo livro veio pelo meu amor ao ballet. A dança sempre esteve presente em minha vida, desde os cinco anos e, infelizmente, só parei por problemas físicos que a mesma me deu depois de incansáveis treinos sem preparo, o erro foi meu - diga-se de passagem. Então estava muito empolgada para realizar a leitura. 

Inicialmente, mesmo me sentindo imersa em uma história mais fraca, fiquei muito feliz com a apresentação dos personagens e a forma que a autora lidou com a dança, que era o meu maior foco na leitura, logo, mesmo que eu vá apresentar muitos pontos negativos, consegui ser cativada pelo romance dos protagonistas e torcer para que o amor impossível se tornasse real.

"Achava que nunca iria me apaixonar, porque o ballet sempre foi o meu único e verdadeiro amor."

Nicole, inicialmente, foi uma personagem mega divertida e que empolga o leitor a saber sobre sua vida e dificuldades. Entretanto, com a leitura e a partir do momento em que ela se encontra com Daniel ambos parecem sem sentido ali. Ela passa a ficar mimada e não entende o espaço do próximo, ele é extremamente grosseiro e em alguns momentos isso me incomodou. Não posso dizer que não gosto dos protagonistas, porque seria mentira. A relação deles foi linda quando finalmente deu certo, mas a base toda me pareceu infantil dos dois lados. 

Porém, o que me ganhou de verdade foi como eles se conectam com a dança e a música. Acredito que elas são amantes, então é muito legal ver os personagens criando uma relação não por palavras, mas pela arte corporal. Não sei se todos os leitores se sentem extasiados nesse aspecto, contudo, acho que todo mundo que ler vai se sentir mais apaixonado pela obra quando os momentos de dança, com Nicole, se encontrar com a música, com Daniel. 

"Através dos braços, pernas, respiração, suor e cada célula do meu corpo, senti o êxtase que ficava após uma fusão completa da minha alma com a dança."

Esse foi meu primeiro contato com a autora e eu esperava bem mais. Isso porque literatura brasileira é muito difícil ficar entre os mais famosos e conseguir algum destaque, nesse caso tanto a autora quanto o livro ganham posições no topo. Então como eu estava com expectativas altas, me decepcionei em um ponto: os diálogos. 

A narração é simples, mas clara e bem definida, a autora não enrola e não foca muito nos detalhes, mas sim nos personagens. Não sou contra isso, meu problema eram algumas falas entre conversas que pareceram mal feitas e que teriam tons engraçados, no final ficou meio tosco. 

Minha decepção foi essa, mas a autora em si merece mais uma chance, pois li a obra em uma madrugada mesmo que a história tenha mais de 400 páginas. Isso deixa claro que sua escrita é envolvente e me pegou de jeito.

"Que tipo de sofrimento fazia alguém se fechar em uma carapaça de grosseria para não mostrá-lo aos outros? Por que o senhor Hunter escondia isso, talvez até dele mesmo."

Apesar de termos um final meio perdido e que acabou me afastando na obra, por mais incrível que pareça ele foi a melhor parte para mim. Foi chocante, teve emoção e uma solução final para o casal e para a protagonista que me deixaram crer que aquilo era uma história real e não apenas uma ficção. A dança pode te dar tudo, mas pode tirar tudo também, e é com isso que a gente lida no final e eu prometo que é uma das melhores partes sem sombra de dúvida. 

E é assim que eu deixo vocês com mais uma resenha. Sei que essa foi curta e um pouco vazia, mas como a leitura foi realiza há um tempo, não me senti adequada em falar sobre meus sentimentos que agora estão lá atrás. Porém, indico a obra mesmo que tenha a criticado em alguns momentos. Eu me senti acariciada e aconchegada, apesar do espírito de Sessão da Tarde que a história possuiu. É ideal para quem quer sair de uma ressaca literária ou simplesmente ler para relaxar e soltar alguns sorrisos durante a leitura sem ao menos perceber.

"- Minha Aurora - ele segurou o meu rosto entre as mãos e concluiu: -, luz do meu coração."

Nota: 3/5 ♥ 

Compre Senhorita Aurora | Amazon | Saraiva 

Um beijo e paz no coraçãozinho de vocês! ✩

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Ei! Tudo bem?
Mais uma resenha dessa série que é pura loucura. 

Como disse na resenha de After, eu estava doida para ler a continuação e foi isso que fiz. Ler a segunda obra da série After escrito pela Anna Todd (história que era uma fanfic com os membros da One Direction) era uma coisa que eu realmente ansiava, mas me decepcionei um pouco, eu queria mais e não tive isso, mas não é que Depois da Verdade gruda na nossa mente e não sai mais?!

Essa é uma história de idas e vindas e de muitos conflitos, isso tudo pode causar vários sentimentos em nossos corações. Chegando à segunda história percebi que a série toda será essa confusão, então se preparem para entrar em um mundo completamente diferente de tudo o que você já leu em um New Adult com uma pitada de Romance Erótico. 

After: Depois da Verdade - Anna Todd

Sinopse: Tessa tenta esquecer Hardin, o jovem caótico e revoltado que partiu seu coração em vários pedaços. Mas ela está prestes a descobrir que alguns amores não podem ser superados. Como apagar da memória as noites apaixonadas em seus braços, ou a eletricidade de seu toque? Hardin sabe que cometeu o pior erro de sua vida ao ter magoado Tessa tão profundamente. Ele não acha que merece tê-la de volta, mas se recusa a deixá-la partir. Neste livro, Hardin vai lutar com toda a sua força para reconquistar o grande amor da sua vida. Ao longo do caminho, os seus mais profundos segredos serão revelados. Depois da verdade, será que o amor de Tessa e Hardin resistirá?


Páginas: 608 | Autor(a): Anna Todd | Editora: Editora Paralela | Gênero: New Adult 
Série: After #2 

Para ler a resenha do primeiro livro da série After, uma história que teve início com uma fanfic publicada no Wattpad com a boyband One Direction, clique aqui. Os livros não podem ser lidos em qualquer ordem já que possuem ligações.

Decidi que a melhor forma de resumir a história para vocês antes de dar a minha opinião é escrevendo um super resumão de como foi o primeiro livro para seguirmos para o segundo. Pretendo fazer isso nas próximas resenhas da série, então se vocês puderem me contar o que acharam dessa maneira, seria muito útil :)

After é uma série que conta a história de Tessa e Hardin, duas pessoas opostas (completamente opostas!) que estão tentando levar um relacionamento, apesar de todas as diferenças. No primeiro livro nós conhecemos Tessa, uma menina que é o clichê em pessoa: Inteligente, tímida, recatada e por aí vai. Também conhecemos Hardin: Babaca, badboy, ousado, com um passado problemático, quase um Christian Grey (olá 50 Tons!). E apesar de conhecermos apenas um pouco sobre esses dois, a ligação que sentimos pelos personagens é enorme, e por isso o primeiro livro consegue nos pegar de jeito. A história de duas pessoas que não se batem tem muitas reviravoltas, muito vai e vem, muito problemas, mas é viciante, por isso terminar o livro de mais de 500 não é difícil. Muitas vezes não pego a segunda história para ler, pois é complicado a autora nos prender de tal forma para ligar a obra anterior com a seguinte, contudo, esse não é o caso de After. Anna Todd fez um final avassalador que destruiu o coração de todos que leram. Leia aqui a resenha do primeiro livro da série. 

Depois de um final apavorante que aconteceu graças a uma grande (enorme!) besteira de Hardin, o romance dos dois está mais abalado do que nunca, e é assim que começamos o segundo livro dessa série que faz nossa cabeça pirar!

"Eu não sei se o tempo irá me curar ou não. Mas eu sei que se isso não acontecer, eu não vou sobreviver."

Se existe algo que não podemos duvidar, isso é a ardência que eles sentem, percebam que eu não estou falando sobre amor aqui, mas eu explicarei sobre isso em outra publicação. Apesar de toda a merda que Hardin fez, é impossível acreditar que ele não sente que ama Tessa. Mas amor não é tudo nesse início de livro quando ambos estão completamente abalados. Hardin, nosso anti-herói, perdeu o amor de sua vida e Tessa teve seu coração destruído. Mas não vai achando que o segundo livro é apenas sobre essa tentativa de volta dos dois, nessa história a gente compreende o passado dos personagens: Tessa com o pai que a abandonou e Hardin com suas confusões do passado graças a alguns traumas de infância. Além disso, obviamente, temos mais idas e vindas, afinal, estamos falando do casal mais maluco de todo gênero New Adult. 

"Apesar de todas as brigas e da tensão entre nós, existe paixão.Tanta paixão que quase me afoga, me puxa para baixo. E ele é minha tábua de salvação, o único que pode me salvar, apesar de ser também quem me afoga."

Quanto mais eu leio esse livro, mais eu penso que After é uma versão pirada da trilogia 50 Tons de Cinza. Ah! E mais eu penso que quanto mais a história passa, nada muda. De verdade, a gente continua com a mesma maneira. Tessa ainda é a personagem "fraca" que não consegue se levar a sério e a gente ainda tem o mesmo vai e vem do casal. Hora eles estão juntos e hora eles estão brigando, mas em Depois da Verdade, tudo é mais enlouquecedor. Porque eles não chegam a ficar muito tempo juntos, normalmente é um dia para logo depois surtarem.

O problema em si é que enquanto Hardin está em processo de mudança e não age como um babaca (até chegar ao final do livro e ele estragar tudo, novamente...), Tessa está em conflito consigo mesma: "Será que devo perdoa-lo?" E, prometo para vocês, ela se perguntou tantas vezes isso e por tantos problemas diferentes que eu cheguei a surtar com ela. Minha vontade era de entrar dentro da obra e sacudir Theresa.

"Não posso prometer que não vou te magoar novamente, mais posso prometer que vou te amar até o dia da minha morte."

Existe um triângulo amoroso, que na verdade não é tão assim, porque Tessa e Hardin ainda se "amam" intensamente, mas confesso que isso deixou a história com mais conflito do que já tinha antes. Teve um momento em que eu não soube mais em quem acreditar, já estava desistindo da história e minha vontade era mandar Tessa largar todo mundo e se mudar para longe de todos. 

Diferentemente da obra anterior, eu mesma não sabia o que fazer, não aguentava mais tanta confusão, tanta briga, tanto choro, eu cansei da história. Mas a sorte de Anna (autora) é que ela consegue ligar o leitor na obra de uma forma chocante, você quer ler o livro até sugar o máximo dele, você quer o final feliz, o momento em que o casal consegue se livrar de todo os problemas. Se não fosse por todo esse anseio, juro que essa série não teria a quantidade de leitores e fãs que ela tem. Ah! E se não fosse pelos finais, ninguém leria a obra seguinte. 

O final de Depois da Verdade não é ligado ao casal de uma forma negativa, na verdade, o final do livro é ligado ao passado de Tessa, o que é surpreendente, e é por isso que eu quero a continuação, porque eu preciso de respostas, mesmo que essa série me deixe louca.

"Jamais poderia ter imaginado isso - nem em meus sonhos mais insanos imaginaria que sofreria desse jeito. Acho que é isso que chamam de dor da perda. Nunca tive nada, nem ninguém para amar, nunca senti a necessidade de ter uma pessoa que fosse completamente minha. Nunca quis me apegar a alguém dessa forma."

Além dos conflitos que já estamos acostumados, essa história nos mostra os medos de Tessa em relação ao futuro e as divergências de opinião entre ela e Hardin. Eu já até solucionei o problema dos dois: Eles estão em um relacionamento abusivo (em ambos os lados) e ninguém quer abrir a mão de nada. Eles não possuem um equilíbrio e quanto mais um tenta, parece que o outro já cansou e as coisas não funcionam, sabe?! Surtei!

O livro continua na mesmice, o que incomoda, mas não faz com que a obra perca o nervosismo que sentimos ao lermos. Ele me lembra muito mais uma fanfic do que o anterior e, eu sei que era uma fanfic, mas eu li tantas críticas (de sites importantes especializados em reviews) falando que seria completamente diferente, que foi decepcionante. Eu gostei muito do primeiro livro (escrevo isso do fundo do meu coração), mas mesmo querendo continuar, fico me perguntando por qual motivo a autora prolongou tanto essa história que poderia ter saído de uma forma brilhante se não fosse uma enrolação por tanto tempo. 

After: Depois da Verdade é uma decepção enorme, é o livro que me faz perguntar pra mim mesma por qual motivo eu li. Não vou dizer que foi uma perda de tempo, pois é uma obra viciante que mesmo com muitas páginas a gente pode ler rapidamente e, nenhum livro é perda de tempo (mesmo ele sendo horrível), então ele não foi uma perda de tempo. Mas sim, eu surtei na obra... Surtei porque tudo me pareceu errado e cansativo, no final só fiquei triste, pois essa história poderia ter sido brilhante. 

Apesar de todos os meus comentários (negativos em boa parte) quero continuar a série, tentarei ler brevemente e resenhar todos os livros. Entretanto, isso pode não acontecer caso eu desista, pois só de ler a sinopse das próximas obras eu fico imaginando que lerei uma repetição das duas anteriores e isso não me anima muito, mesmo que o final do segundo livro tenha me empolgado um pouco. 

Por fim, preciso constar que After não é para todos. Você não precisa ser inteligente para entender, é uma obra fácil e bem simples, mas não é para todos, pois é sobre um relacionamento abusivo e é uma história sobre um casal com tantas idas e vindas que supera novela Mexicana. 

Espero, no fundo do meu coração, que eu consiga ler as continuações e que eu leve um tapa na cara da autora, pois eu falei que seria mais uma mesmice, mas no final, ela conseguiu fazer obras maravilhosas de fazer qualquer um se apaixonar. 

"De alguma forma, ele se transformou no pilar que sustenta o meu mundo e, sem ele, só o que me resta é o entulho daquilo que um dia foi a minha existência."

Nota: 2/5 ♥ 

Compre After: Depois da Verdade | Amazon | Saraiva 

Um beijo e paz no coraçãozinho de vocês! ✩

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Foto: Gabriel Ferrari
Olá, pessoas? Tudo bem com vocês? 

Espero que sim.

Trago novidades: É com grande prazer que anuncio que agora nós temos um clube do livro! A ideia partiu do meu melhor amigo que não tem muito o costume de ler mas já não me aguenta mais me ouvir falando a respeito dos livros (É sério, eu já falei de Nova Jaguaruara com ele algo em torno de 72 vezes) e resolveu montar esse clube juntamente com alguns amigos próximos para que possamos ler coisas diferentes do que geralmente estamos habituados e para que ele possa se aproximar um pouco desse universo que tanto amamos e não vivemos sem. Cada membro do clube indicou duas obras, dos mais variados gêneros e estilos e as mesmas serão sorteadas ao longo do ano e lidas pelos membros para que posteriormente possamos discutir a respeito em um bate papo regado com muitas guloseimas. Como se o leitor que vos fala já não tivesse metas o suficiente para cumprir em 2019 (fora os compromissos da vida adulta), embarquei de cabeça já pensando em como faria para conciliar tudo. Felizmente, fui recompensado: Os ventos estavam ao meu favor e o livro sorteado para o mês de janeiro foi exatamente um indicado por mim e que já estava em minha lista particular de leituras para o ano e lemos Objetos Cortantes, da maravilhosa Gillian Flynn. Hoje trago para vocês as minhas impressões a respeito da obra, cuja adaptação da HBO faz um enorme sucesso. Lembrando que a Thalita Schinaider fez um post especial falando só sobre a série e caso tenham interesse, é só clicar aqui.

Objetos Cortantes - Gillian Flynn 

Título Original: Sharp Objects 
Autor(a): Gillian Flynn 
Editora: Intrínseca
Publicação Original: 2006
Gênero: Thriller, suspense 
Número de Páginas: 256
ISBN: 858057658X
Sinopse: Objetos cortantes narra o retorno da repórter Camille Preaker, recém-saída de um hospital psiquiátrico, à sua cidade natal para investigar o brutal assassinato de uma menina e o desaparecimento de outra. Desde que deixou a pequena Wind Gap, no Missouri, oito anos antes, Camille quase não falou com a mãe neurótica, o padrasto e a meia-irmã que praticamente não conhece. Hospedada na casa da família, a jornalista precisa lidar com as memórias difíceis de sua infância e adolescência. E à medida que as investigações para elaborar sua matéria avançam, Camille passa a desvendar segredos perturbadores, tão macabros quanto os problemas que ela própria enfrenta.


Confesso que sempre tive uma imensa curiosidade em ler as obras de Gillian, conhecidas principalmente por suas ótimas adaptações para o cinema e televisão. Até então nunca havia lido nada da autora e apenas assisti ao filme de Garota Exemplar, que se tornou um dos meus filmes favoritos da vida. Resolvi, então, iniciar a leitura por seu romance de estreia, lançado em 2006 e trazido primeiramente para o Brasil pelo selo da editora Rocco sob o nome de Na Própria Carne (título bem condizente com a história, em minha opinião), porém, foi relançado pela editora Intrínseca em 2015 como Objetos Cortantes, tradução do título original e com uma jacket exclusiva com a capa da mini série estrelada por Amy Adams. Em Objetos Cortantes somos apresentados a Camille Preaker, que trabalha como jornalista em Chicago e precisa retornar a Wind Gap para investigar o desaparecimento e assassinato de duas jovens. O problema é que por falta de recursos, Camille precisa se hospedar na casa que outrora fora sua, porém agora a mãe divide com o padrasto e sua meia irmã de treze anos, Amma. A relação entre Camille e sua mãe, Adora é conturbada e bem esquisita e até hoje a jornalista luta para ter uma vida normal, apesar dos conturbados eventos ocorridos em sua infância.


 Eu culpo minha mãe. Uma criança criada com veneno considera dor um consolo.


A receita trazida por Gillian para o enredo de Objetos Cortantes é funcional e é tudo que nós leitores amamos em um livro: Tem suspense, crimes, mortes, drama familiar e uma reviravolta surpreendente. Em uma escrita crua e extremamente precisa, Gillian vai narrando e construindo sua história de uma maneira muito envolvente e sedutora. A personagem principal é ambígua e extremamente complexa, fugindo totalmente do padrão de "mocinha indefesa" que tanto vemos nos livros por aí. Apesar de seus traumas, Camille é livre, decidida e forte e, pelo que pude perceber, a construção de mulheres com personalidade forte se tornou marca registrada pela autora. Além de Camille, sua mãe Adora e sua meia irmã Amma foram brilhantemente construídas, a mãe, controlada e obsessiva, e a filha, perfeito reflexo da criação que recebeu. Eu devo dizer que eu a odiei desde sua primeira aparição e se tornou uma das personagens que mais detesto em minha vida, garotinha simplesmente insuportável. O drama familiar em Objetos Cortantes é tão bem escrito e desenvolvido que é capaz de desviar o foco do leitor do desparecimento das outras meninas para saber mais a respeito dos eventos do passada de Camille envolvendo sua outra irmã, Mariam. O livro é repleto de diálogos poderosos entre mãe e filha e frases que marcam muito pelo peso das palavras. Aos poucos vamos sendo apresentado aos fatos e conseguimos perceber que todos os traumas desenvolvidos por Camille ao longo dos anos se deu justamente pela criação que recebeu de sua mãe, que, dentre outras coisas, exercia (e ainda exerce, no caso de Amma), forte controle parental. Eu não posso falar mais muita coisa a respeito da relação entre as três pois coincidem diretamente com o desfecho da história, mas acreditem, vale muito a pena e é extremamente perturbador. 


- Sempre que as pessoas me dizem que eu era bonita, pensava em todas as coisas feias remexendo sob minhas roupas.


Não preciso dizer novamente que o livro é extremamente bem escrito e isso é só a cereja do bolo para coroar uma narrativa impecável. Objetos Cortantes levanta temas extremamente delicados e difíceis de serem discutidos, mas Gillian coloca o dedo na ferida e vai a fundo, trazendo uma narrativa carregada de simbologias que incomoda o leitor, tamanha verdade e crueldade com que os fatos são narrados. Obviamente, o foco do livro é a cobertura jornalística a respeito dos misteriosos eventos da cidade e a partir da metade do livro, Gillian imprime um ritmo frenético de acontecimentos e mantém o clima de tensão nas alturas, até que, nas páginas finais da obra, há a revelação sobre a identidade do assassino e suas motivações. Confesso que havia criado algumas teorias a respeito e o livro vai seguindo por esse caminho até virar a mesa novamente e comprovar que eu estava totalmente errado. Construir uma boa história de suspense que mantenha o leitor motivado e curioso e mesmo assim ainda ser capaz de supreendê-lo é extremamente difícil, mas para Gillian parece ser um exercício de jardim de infância, introduzindo pistas tão sutis que nem o leitor mais atento desconfia e, depois ao reler, você percebe que a verdade esteve sob seu nariz o tempo todo. Eu simplesmente amo essa sensação e até hoje poucos livros foram capazes de despertar esse sentimento em mim. 

 Tentei me lembrar de respirar direito, de acalmar minha pele. Mas ela queimava. Algumas vezes minhas cicatrizes pensam sozinhas.

Comecei o pé direito com Gillian e já coloquei em minha meta todos os outros livros da autora, incluindo Garota Exemplar. Mesmo tendo visto o filme, estou curioso para saber quais surpresas Gillian guardou apenas para o livro. Objetos Cortantes se tornou um dos melhores Thrillers que li nos últimos anos e ouso dizer que foi o melhor livro que li em janeiro, que traz tudo de melhor em uma narrativa de suspense, além de ótimos momentos de reflexão a repulsa mediante a sociedade em que vivemos e a forma em que as mulheres são tratadas e a visão que elas possuem de si próprias. Os pensamentos de Camille são muito crueis e extremamente humanos. Acima de uma obra de suspense, categorizo Objetos Cortantes como um drama de uma personagem marcada por terríveis traumas e não consegue enxergar seu valor. O fato de ser uma história de suspense (e muito bem contada, por sinal), torna a experiência ainda mais enriquecedora e envolvente. 

 Quando eu entro em pânico eu as digo a mim mesma em voz alta. Eu estou aqui. Não costumo sentir que estou. Sinto como se uma rajada de vento quente pudesse soprar em minha direção e me fazer desaparecer para sempre, nenhuma ponta de unha deixada para trás. Alguns dias acho essa ideia reconfortante.; em outros, ela me dá arrepios.


Nota: 4,5/5,0 


É isso, gente, eu espero imensamente que vocês tenham gostado do texto de hoje e me conta aqui nos comentários se você já leu o livro, viu a série, ou ambos. Confesso que agora que li o livro, tenho ainda mais vontade de assistir e irei fazer assim que possível. Mal posso esperar!



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Foto: Cecília Justen

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :) 

Como vocês podem ver pelo título dessa publicação, precisei juntar dois recebidos para que ela finalmente saísse. Estou muito empolgada para que vocês saibam o que chegou aqui em casa e o que as Editoras parceiras estão lançando nesse mês de Janeiro!


Lançamentos de Janeiro 


Editora Arqueiro
     No Meu Sonho Te Amei - Abbi Glines
Sinopse: Na noite da formatura, Vale McKinley sofre um terrível acidente de carro. Junto com ela está Crawford, seu namorado, que acaba entrando em coma. Eles pretendiam aproveitar o verão fazendo planos para a universidade, com um futuro brilhante cheio de possibilidades. Agora, Vale passa longos dias no hospital, à espera de que Crawford acorde. Lá, ela encontra por acaso com Slate Allen, colega de faculdade do seu irmão. O garoto aparece regularmente para visitar o tio, que está internado. Quando se esbarram, Vale não consegue negar a atração proibida entre eles. Ela tenta ignorar seus sentimentos, mas não é imune ao charme de Slate. Aos poucos, os dois se aproximam. Depois de muito relutar em sair do lado de Crawford, Vale cede aos apelos da família e vai para universidade, pensando que o namorado gostaria que ela tocasse a vida. Só que agora a garota está no território de Slate e a história dos dois vai sofrer uma grande reviravolta.
     Um Marido de Faz de Conta - Julia Quinn
Sinopse: Enquanto você dormia… Depois de perder o pai e ficar sabendo que o irmão Thomas foi ferido durante uma batalha nas colônias, Cecilia Harcourt tem duas opções igualmente terríveis: se mudar para a casa de uma tia solteira ou se casar com um primo vigarista. Então ela cruza o Atlântico, determinada a cuidar de seu irmão pelo tempo que for necessário. Só que, após uma semana sem conseguir localizá-lo, ela acaba encontrando seu melhor amigo, o lindo oficial Edward Rokesby. Ele está inconsciente, precisando desesperadamente de cuidados, e Cecilia promete salvar a vida desse soldado, mesmo que para permanecer ao lado dele precise contar uma pequena mentira... Eu disse a todos que era sua esposa Quando Edward recobra a consciência, não entende nada. A pancada na cabeça o fez esquecer tudo que aconteceu nos últimos três meses, mas ele certamente se lembraria de ter se casado. Apesar de saber que Cecilia Harcourt é irmã de Thomas, eles nunca foram apresentados. Mas, já que todo mundo a trata como esposa dele, deve ser verdade. Quem dera fosse verdade… Cecilia coloca o próprio futuro em risco ao se entregar completamente ao homem que ama. Mas quando a verdade vem à tona, Edward talvez também tenha algumas surpresas para a nova Sra. Rokesby.

Recebido em Novembro

Desejo e Escândalo - Lorraine Heath
Resenha aqui. Sinopse: Mick Trewlove é o filho bastardo do duque de Hedley, mas ninguém sabe disso. Mesmo depois de se tornar um empresário de sucesso, ele ainda busca vingança contra o homem que o abandonou. E qual a melhor forma de fazer isso do que seduzir a noiva do filho legítimo do duque? Lady Aslyn está noiva do conde Kipwick, filho único do duque de Hedley, mas se vê, inesperadamente, apaixonada pelo misterioso bilionário Mick Trewlove. Durante os passeios pelos parques de Londres, ela começa a desconfiar de que algo se esconde por trás do sorriso sedutor, mas não tem certeza. Quando os segredos são revelados, uma reviravolta inesperada surpreende Mick, que terá que escolher entre manter seu plano de vingança ou ser feliz.
Recebidos em Dezembro

De Repente Esclerosei - Marina Mafra
Sinopse: Mitali Montez possui um arquivo pessoal de mágoas. Protege e ama incondicionalmente Aurora, sua melhor amiga e única família. É surpreendida pelo destino ao conhecer Dimitri Mifti, um moço com habilidades para derreter o seu coração gelado. O retorno misterioso do pai muda a perspectiva do seu passado, mas é através da adaptação com o diagnóstico de Esclerose Múltipla que ela percebe a necessidade do perdão para encontrar a paz que não sabia que precisava.
A Última Madrugada - J.P. Cuenca
Sinopse: A imaginação peculiar de João Paulo Cuenca numa coletânea de crônicas. Considerado um dos jovens autores mais destacados da América Latina, João Paulo Cuenca presenteia os leitores com uma reunião de suas melhores crônicas, publicadas em jornais entre 2003 e 2010. Nelas, Cuenca narra fatos reais ou não, descreve pessoas, situações corriqueiras ou espetaculares e revela, entre uma linha e outra, pensamentos e crenças que moldaram sua visão de mundo. Em “A última madrugada” o leitor descobre, entre outras histórias, o drama de um garoto que não quer perder seus pensamentos e por isso teme morrer, um carnaval sem cores de alegria, os conselhos que Stendhal daria a um artilheiro do Flamengo, ou toda a emoção que um simples corte de cabelo pode carregar.






Um Acordo Pecaminoso - Lisa Kleypas
Sinopse: Lady Pandora Ravenel é muito diferente das debutantes de sua idade. Enquanto a maioria delas não perde uma festa da temporada londrina e sonha encontrar um marido, Pandora prefere ficar em casa idealizando jogos de tabuleiro e planejando se tornar uma mulher independente. Mas certa noite, num baile deslumbrante, ela é flagrada numa situação muito comprometedora com um malicioso e lindo estranho. Gabriel, o lorde St. Vincent, passou anos conseguindo evitar o casamento, até ser conquistado por uma garota rebelde que não quer nada com ele. Só que ele acha Pandora irresistível e fará o que for preciso para possuí-la. Para alcançar seus objetivos, os dois fazem um acordo curioso, e entram em uma batalha de vontades divertida e sensual, como só Lisa Kleypas é capaz de criar.






Por Dentro da Gestapo - Rupert Butler
Sinopse: O título aborda toda a estrutura de organização da política secreta nazista: os perfis dos líderes, métodos brutais e seu fim entre as ruinas de uma Alemanha nazista derrotada. Os relatos de testemunhas que revela, em detalhes as técnicas e os meios da gestapo com o uso rotineiro de informantes, tortura, execução e deportação para campos de concentração. Uma obra ilustrada com 120 fotos de personagens importantes, acontecimentos principais e vítimas dos 12 anos do reinado de terror da gestapo.








Amor e Memória - Ayelet Waldman
Sinopse: Em 1945, na Áustria, os vitoriosos soldados americanos capturam um trem repleto de riquezas indescritíveis – objetos que haviam sido confiscados dos judeus pelos nazistas. Entre os tesouros estão pilhas de relógios de ouro; montanhas de casacos de pele; porta-retratos de prata; castiças de Shabat e heranças de família repassadas por gerações. Encarregada de devolver a joia à mulher da foto, Natalie deve mergulhar num submundo sombrio de negociantes de arte para descobrira história por trás do medalhão. Mas se surpreende ao aprender sobre a vida fascinante de uma mulher feminista que lutou pelo direito de voto no final do século XIX em Budapeste.Uma história de personagens brilhantes, Amor e memória é o melhor romance de Ayelet Waldman:uma obra ricamente detalhada que levanta questões delicadas sobre o valor das lembranças em um momento em que a própria vida parece sem valor e sobre as correntes invisíveis que nos prendem aos sofrimentos e às paixões do passado.



Esses foram os lançamentos e recebidos dos últimos meses. Espero que tenham se interessado por alguma história, gênero ou autor. As resenhas sairão em breve.

Um beijo e paz no coraçãozinho de vocês! ✩

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Foto: Gabriel Ferrari
Olá, pessoas, tudo bem com vocês?

Frustração. Esse é o sentimento que tive ao ler A Verdade Sobre O Caso Harry Quebert, do escritor Joel Dicker. Eu sei que não é uma maneira muito positiva de começarmos uma resenha, e também não quero que pensem que o livro é um desastre completo. Há pontos bem favoráveis e que serão citadas ao longo da resenha, mas digo que fiquei frustrado pois mergulhei na leitura repleto de expectativas com relação a história, já que muitos dos meus amigos simplesmente amam a história e sempre me recomendavam e eu ficava me perguntando o motivo de ainda não ter tido a oportunidade de ler esse que é um dos trhillers policiais mais elogiados e conhecidos dos últimos anos. Não me entendam mal, é uma leitura com muitas coisas positivas, mas existem alguns pontos bem problemáticos que merecem ser destacados na obra escrita por Dicker no ano de 2012. Lembrando que tudo que irei dizer nessa resenha nada mais é que um conjunto das minhas impressões com relação a história e podem ou não condizer com a sua opinião a respeito da obra.  Caso o livro esteja na sua meta para 2019, não desanime, leia mesmo assim para ser capaz de formar a sua própria opinião a respeito e depois conta aqui pra mim nos comentários o que achou e se você concorda com o que vou dizer. Vamos lá?

A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert - Joel Dicker 

Título Original: La verité sur l'affaire Harry Quebert 
Autor(a): Joel Dicker 
Editora: Intrínseca
Publicação Original: 2012
Gênero: Thriller Policial, Suspense
Número de Páginas: 565
ISBN: 9788580575118
Sinopse: Marcus Goldman viu sua vida se transformar radicalmente. Com apenas vinte e oito anos, publicou um livro que se tornou um best-seller e o alçou ao status de celebridade, com direito a um apartamento chique em Manhattan, um carrão, uma namorada estrela de TV e presenças constantes nos tapetes vermelhos, além de um contrato milionário para um novo romance. E então foi acometido pela doença dos escritores: a síndrome da página em branco. A poucos meses do prazo para a entrega do novo original, pressionado por seu editor e por seu agente, Marcus não consegue escrever nem uma linha sequer. Na tentativa de superar seu bloqueio criativo, Marcus recorre a seu amigo e ex-professor Harry Quebert, um dos escritores mais respeitados dos Estados Unidos, que vive numa bela casa à beira-mar na pequenina cidade de Aurora, em New Hampshire. Às voltas com sua dificuldade em escrever, Marcus é surpreendido pela descoberta do corpo de uma jovem de quinze anos, Nola Kellergan — que desaparecera sem deixar rastros em 1975 —, enterrado no jardim de Harry, junto com o original do romance que o consagrou. Harry admite ter tido um caso com a garota e ter escrito o livro para ela, mas alega inocência no caso do assassinato. Com a mídia inteira contra Harry, Marcus se lança numa investigação particular, seguindo uma trilha de pistas através dos livros de seu mentor, dos bosques, das praias e das áreas isoladas de New Hampshire em busca da história secreta dos cidadãos de Aurora e do homem que mais admira. Uma teia de segredos emerge, mas a verdade só virá à tona depois de uma longa e complexa jornada. Para salvar Harry, sua carreira literária e a própria pele, Marcus precisa responder a três perguntas, todas misteriosamente conectadas: quem matou Nola Kellergan? O que aconteceu no verão de 1975? E como escrever um romance verdadeiramente bem-sucedido?


- Eu gostaria de lhe ensinar a escrever, Marcus, não para que você saiba escrever, mas para que se torne um escritor. Porque escrever livros não é nada: todo mundo sabe escrever, mas nem todo mundo é escritor.
- E como vou saber que sou um escritor, Harry?
- Ninguém sabe que é escritor. São os outros que nos dizem isso.


Como a sinopse acima nos mostra, em A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert nos leva por uma narrativa quase jornalística sobre as investigações do desaparecimento da jovem Nola Kellergan, na cidade de Aurora no verão de 1975, após o corpo da jovem ter sido descoberto enterrado no quintal do célebre escritor Harry Quebert. A história começa a ser narrada a partir da visão do jovem autor Marcus Goldman, que se encontra em um terrível episódio de bloqueio criativo e sofre muita pressão para repetir o sucesso de seu livro anterior. Na tentativa de furar esse bloqueio, Marcus se refugia na casa de seu antigo mentor Harry quando o corpo da jovem é descoberto e Quebert é preso, em 2008. Marcus é convicto da inocência de seu mestre e amigo e ele resolve provar para a cidade inteira realizando uma investigação particular para descobrir o que de fato aconteceu em 1975 e escrever um livro contando sobre tudo que aconteceu.

Joel, na minha opinião, é um dos melhores escritores da atualidade e olha que li apenas um livro seu; resolvi começar por Harry Quebert justamente por tantos comentários positivos com relação a história. Analisando o livro como um todo, a narrativa é morna do início ao fim e um pouco confusa, mas preciso destacar a precisão com que Joel escreve: Apesar de ser um grande calhamaço com suas quase 600 páginas, a escrita do autor é objetiva e extremamente fluída, praticamente jornalística em que Joel se atenta muito as datas e lugares, com boas descrições e uma excelente ambientação. É um livro impecável com relação a sua construção e é uma obra que ganha o leitor a partir de seus detalhes. É necessário ter um pouco de cuidado e ter atenção ao ler A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert, pois o romance é construído a partir de flashbacks de 1975 e as investigações, que acontecem em 2008 e por isso é necessário prestar atenção na data em que o capítulo está sendo narrado, pois pode confundir um pouco o leitor. O ponto negativo que gostaria de destacar com relação a escrita foi a construção de alguns diálogos extremamente machistas e preconceituosos de alguns personagens, principalmente do advogado contratado para cuidar do caso de Harry e da mãe de Marcus que, na minha opinião, nem precisava ter existido no livro. Não sei se é um traço da escrita de Joel ou se fazem parte apenas da construção de personagens específicos, mas eu cheguei a pular algumas frases ditas por eles por serem simplesmente detestáveis.

- Harry, de todos os seus ensinamentos, se tivesse que escolher apenas um, qual seria?
- Devolvo a pergunta.
- Para mim, seria a importância de saber cair.
- Concordo plenamente. A vida é uma longa queda, Marcus, O mais importante é saber cair.
A construção do livro é algo muito curioso e gostaria de destacar aqui para vocês: O livro é todo "montado" de trás para frente e os capítulos são organizados de maneira decrescente, ou seja, do último até o primeiro. Achei uma boa jogada do autor, uma vez que o livro narra também todo o processo de escrita de um autor na construção de seu livro e cada capítulo se inicia com uma dica dada por Harry à Marcus, como se fosse um "manual de escrita". Nesse ponto, senti que Joel bebeu um pouquinho da fonte do mestre Stephen King e seu icônico Misery, trazendo esse universo do processo de criação literária e bloqueio criativo para a história. Assim como King, Joel soube retratar muito bem o bicho papão dos escritores e confesso que ficava ansioso para começar um novo capítulo para saber a próxima dica. Uma coisa que me incomodou no livro é que os capítulos são imensos, cerca de 40 a 50 páginas, com algumas quebras de narrativa. Eu, particularmente, prefiro capítulos menores, torna a leitura mais dinâmica, uma vez que eu odeio interromper a leitura no meio de um capítulo já iniciado, mas isso é apenas um toc meu e talvez você não se incomode, mas eu simplesmente odeio iniciar um capítulo e largar o livro sem finalizá-lo. Ainda falando sobre referências ou homenagens a obras conhecidas, também senti um ar de Lolita de Vladimir Nabokov na parte em que trata do relacionamento proibido entre Harry, com 34 anos e Nola, com 15. Em alguns momentos achei a romantização do casal bem exagerada e fiquei incomodado de ler. Não sei se de fato Joel se inspirou em duas obras muito conhecidas e tentou homenageá-las de alguma forma, ou simplesmente seja piração da minha cabeça, algo totalmente plausível. 


- Está tentando me fazer falar de amor, Marcus, mas o amor é algo complicado, muito complicado. É ao mesmo tempo a coisa mais extraordinária e a pior coisa que pode acontecer. Você descobrirá isso um dia. O amor pode machucar muito. Mas nem por isso deve ter medo de cair, muito menos de cair de amores, pois o amor, embora muito bonito, é igual a todas as outras coisas bonitas, nos deixa deslumbrados e ofusca nossos olhos. É por isso que costumamos chorar quando chega ao fim.

Além de abordar o relacionamento entre Harry e Nola, o processo de criação do livro de Marcus e as investigações sobre o fatídico 30 de agosto de 1975, Joel foi muito ambicioso em abordar outros temas secundários, como o lado negro do mercado editorial e corrupção no mundo policial. Tais temas interrompem a narrativa e servem como um balde de água fria, esfriando o clima de suspense investigativo do livro. Acho interessante que haja outros pontos de vistas e assuntos na narrativa ainda mais em uma obra com quase 600 páginas, é importante a inserção de outros temas para que não fique monótono, porém, o excesso de capítulos que falam sobre esses temas secundários cortam por completo a experiência investigativa do livro. O excesso de plot twists também me incomodou demais: A narrativa do livro vem se desenvolvendo sem muitas surpresas e nada de muito avassalador, porém, nas páginas finais, Joel parece que quer, de uma maneira ou de outra, surpreender o leitor e acaba criando uma sucessão de reviravoltas questionáveis e sem muita coesão com a história criada até então. São tantas viradas de mesa que são inseridas nas últimas 50 páginas que quando de fato o mistério é esclarecido, o leitor já está de saco cheio de ser "enganado" e acaba tirando por completo o brilho do final.


Foto: Letter Of Winter


A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert foi um livro que prometeu demais, mas infelizmente para mim não funcionou. Contudo, recomendo para as pessoas por sua excelente escrita. Para os escritores (e projetos de escritores, como eu), o livro tem ótimas lições e mostra como um livro deve ser construído. Infelizmente como thriller deixa a desejar e me decepcionei um pouco com o autor, mas pretendo realizar outras leituras para ver se ele consegue me surpreender. Colocando em uma escala, o livro passa despercebido e certamente não irá constar na lista das minhas melhores leituras de 2019, porém, vale pelos ensinamentos e pela diversão.


Nota: 3,0 / 5,0 



E você? O que acha do livro? Não esquece de contar aqui pra mim nos comentários, eu tô de olho. Tenham todos um bom final de semana e nos vemos no próximo sábado!




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Foto: Cecília Justen

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

Falar sobre Ken Follett é sempre um desafio para mim, tanto por causa do autor (que é um dos meus favoritos, mas tenho ressalvas a fazer) quanto pelo livro em questão. Follett escreve no meu gênero literário favorito, o Romance Histórico, e foca no Século XX boa parte do tempo, seja período das Grandes Guerras ou Guerra Fria, este último é o caso de Contagem Regressiva, um livro eletrizante que vai trazer ansiedade para o seu corpo enquanto você não tiver as respostas. 

Contagem Regressiva - Ken Follett 

Sinopse: Certa manhã, um homem acorda no chão de uma estação de trem, sem saber como foi parar ali. Não faz ideia de onde mora nem o que faz para viver. Não lembra sequer o próprio nome. Quando se convence de que é um morador de rua que sofre de alcoolismo, uma matéria no jornal sobre o lançamento de um satélite chama sua atenção e o faz desconfiar de que sua situação não é o que parece. O ano é 1958 e os Estados Unidos estão prestes a lançar seu primeiro satélite, numa tentativa desesperada de se equiparar à União Soviética, com seu Sputnik, e recuperar a liderança na corrida espacial. À medida que Luke remonta a história da própria vida e junta as peças do que está por trás de sua amnésia, percebe que seu destino está ligado ao foguete que será disparado dali a algumas horas em Cabo Canaveral. Ao mesmo tempo, descobre segredos muito bem guardados sobre sua esposa, seu melhor amigo e a mulher que ele um dia amou mais que tudo. Em meio a mentiras, traição e a ameaça real de controle da mente, Luke precisa correr contra o tempo para conter a onda de destruição que se aproxima a cada segundo.


Foto: Andrea Justen

Páginas: 320 | Autor(a): Ken Follett | Editora: Editora Arqueiro | Gênero: Romance Histórico 

Antes de começar quero falar novamente que esse é um Romance Histórico, é claro que a leitura se torna mais prazerosa se você gostar de história, ou pelo menos o período retratado. Entretanto, Ken Follett mistura o gênero com o policial, o que pode empolgar ainda mais quem não gosta de livros com história como plano de fundo. Ademais, a leitura se complementa se você entender um pouquinho sobre, nesse caso, Guerra Fria. 


Luke acorda misteriosamente em uma estação de trem, mas ele não tem ideia do motivo. Não tem nenhuma memória, então não sabe o que aconteceu no dia anterior e em toda sua vida, sua única pista é de um homem que o chamara de Luke, porém, nem essa certeza ele possui. Ao passar o dia, ele percebe que possui dons para áreas exatas, fala língua estrangeira e alguns homens estão o espionando. Assustado, decide que sua única solução é descobrir o que aconteceu, mas isso o levará para mais dúvidas, principalmente quando ele reencontra o amor de sua vida e descobre que é casado com outra. Além disso, Luke se surpreende ao perceber que o foguete prestes a ser lançado, e que fará com que os Estados Unidos passasse a concorrer pelo espaço com a União Soviética, teve total influência sua e ele é uma das pessoas mais importantes da corrida espacial. 

Entre mortes e fugas, Luke precisa entender toda a sua vida em três dias e ainda salvar a missão que mudará o rumo dos Estados Unidos e, por consequência, o rumo da humanidade. 

"O que havia acontecido na noite anterior? Não conseguia lembrar. O medo histérico começou a retornar quando percebeu que não conseguia se lembrar de nada."

Como é gostoso falar sobre um livro que vai te agradando aos poucos e quando você termina não quer largar mais. Contagem Regressiva foi uma relação de amor e ódio, porque eu sentia a necessidade de saber sobre os mistérios, principalmente os que envolvia Luke, mas Follett só foi entregar tudo para o final, mas falarei melhor mais para frente. 

Luke é quem você confia, o problema é que para nós, seres humanos, a nossa memória é tudo, logo, Luke não tem nada, então como confiar nele? Entretanto, é impossível não se afeiçoar por ele, ainda mais quando o autor constrói o passado do personagem com o presente na medida em que ele vai descobrindo sobre sua vida. 

Isso tudo vai acontecendo em um cenário muito importante para a história: a Guerra Fria. Uma guerra ideológica entre comunismo da União Soviética e capitalismo dos Estados Unidos. Atualmente, alguns historiadores acreditam que a gente ainda passa pela Guerra Fria, mesmo com a queda do símbolo (o Muro de Berlim), mas é óbvio que a gente pode afirmar que esse período nos dá influência direta na sociedade atual. 

Esse livro nos traz a pergunta: e se a União Soviética tivesse ganhado a Guerra? Além disso, a gente entende o quão importante a corrida espacial foi, por isso é muito legal o que Ken Follett faz em todo o seu livro. Ele também consegue ligar as Guerras Mundiais com a Guerra Fria, o que é interessante já que muitas pessoas não conseguem associar a história como algo continuo. E ele ainda traz personagens incríveis. 

Foto: Andrea Justen

Quem é o vilão em uma Guerra? Pergunta difícil, não é?! Imagina você ler um livro em que se passa nesse período, é impossível saber em que lado você está quando o lado do bem não existe. Em uma Guerra cada um luta pelo seu lado, pelos seus ideais, e é isso que o autor traz para o leitor. 

Nós temos Luke, que com certeza é americano, mas pode estar do lado da União Soviética como um espião, assim como os outros personagens. É tudo um mistério, e o maior foco é mostrar que seu ideal é tudo para você, mas isso não quer dizer que você seja uma pessoa ruim por ser capitalista e não comunista, e vice-versa. 

Além disso, é impossível não gostar e torcer por cada um, principalmente se for Luke, porque o maior foco da trama está nele e a maior vontade é que ele descubra sobre sua vida, porque aí nós iremos descobrir também. 

Personagens femininas também se destacam, sendo fortes e mostrando que as guerras do Século XX não foram protagonizadas apenas por homens. 

Ademais, Follett tende a romantizar a relação de Luke com Billie, o amor da vida dele, e é muito legal porque foge um pouco da tensão que a obra carrega. Isso porque parece que Ken Follett ligou no 220 e decidiu escrever sua história, de tão eletrizante que ela é. 

O livro é muito ágil, mas não achem que isso seja um problema ou que muitos assuntos passam depressa, isso não acontece de forma alguma. A história só é veloz e muito emocionante, por isso você se empolga tanto com a leitura.

Foto: Andrea Justen

Ken Follett, como eu disse anteriormente, é um dos meus autores favoritos, eu amo sua escrita e acredito que é a importância que ele dá para os detalhes que faz com que suas obras sejam completas. Não consigo achar erros, mas minhas ressalvas estão relacionadas com a "imparcialidade" dele. Em alguns momentos dessa obra eu senti que ele focou muito em um lado da história e fez com que ela parecesse a certa, mas é a certa para quem? Não sei se vocês conseguem entender meu ponto. 

Felizmente, isso não é algo que tenha me incomodado, porque no total a obra é tudo o que você precisa para entender a Guerra Fria ao mesmo tempo em que você ganha muitos ensinamentos para a vida. 

"Mais uma vez Luke pensou se estava imaginando coisas. Tinha acordado num mundo desconcertante onde qualquer coisa podia ser verdade."

A obra é narrada em terceira pessoa, com maior foco no protagonista, e se intercala entre presente e passado. Esse é um lado ótimo para o aspecto histórico do livro, porque ao mesmo tempo em que temos a Guerra Fria nós também temos um pouco do contexto da Segunda Guerra Mundial. 

A trama se desenrola aos poucos. Um ponto muito interessante do autor é que ele nunca vai revelar o grande mistério como uma parede que aparece em sua frente, na verdade, ele encaminha o leitor para que ele ache que descobriu tudo sozinho, então toda a solução dos problemas vão sendo apresentadas aos poucos e você não vai se assustando, mas sim presumindo o que irá acontecer. A trama, no entanto, não é previsível, Follett só tenta fazer com que o leitor pense para que ele dê as respostas corretas e não o livro, e eu amo isso. 

Esses dois pontos resultam em um final que é intercalado entre a narração em terceira pessoa de cada personagem, nós temos muitos acontecimentos ao mesmo tempo e isso vai dando velocidade, mesmo que você já saiba o que irá acontecer.

Foto: Andrea Justen

Terminei a leitura com uma sensação de algo completo e que se finalizou da melhor maneira possível, por isso gosto tanto do Follett e de suas histórias. Não foi uma obra grande, mas todos os aspectos necessários para que um Romance Histórico existisse estavam presentes nas páginas. 

Indico para todas as pessoas sem nenhuma restrição. É muito legal que você goste de história, mas mesmo que esse não seja o caso, a obra é tão energizada que vale a pena só para sentir um pouco da emoção do que é viver em um período tão importante para o mundo.

"– A guerra me ensinou que nada é tão importante quanto a lealdade.
– Que besteira. Você ainda não aprendeu que, quando as pessoas estão sob pressão, todas estão dispostas a mentir.
– Até para quem elas amam?
– Mais ainda para quem amam, porque se importam demais com essas pessoas. Por que você acha que dizemos a verdade aos sacerdotes, psiquiatras e estranhos que conhecemos no trem? Porque nós não os amamos, por isso não nos importamos com o que eles porventura pensem."

Nota: 5/5 ♥ 
*Livro cedido em parceria com a Editora*

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Um beijo e paz no coraçãozinho de vocês! ✩

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Foto: Andrea Justen

Ei! Tudo bem?
Espero que sim :)

Finalmente chegou o momento tão aguardado por mim em 2018: finalizar a leitura de After The Fall. Isso, porém, só aconteceu em 2019, mas fico imensamente feliz por estar trazendo a continuação da história de Quinn e James, os vencedores do meu Oscar literário de casal mais problemático.

O primeiro livro foi uma surpresa e tanto, meu coração parecia que ia explodir e sair de minha boca. Foi também meu primeiro contato com Amanda Maia, uma autora independente muito querida e que merece todo reconhecimento do mundo, seus livros são inspiradores.

Mas chega de enrolação, não me aguento mais de ansiedade, preciso compartilhar o que eu achei da segunda obra da trilogia The Fall.

After The Fall - Amanda Maia

Sinopse: Quatro anos depois da verdade ser revelada, Quinn está em seu penúltimo ano da faculdade enfrentando seus demônios do passado e tentando seguir em frente com sua vida depois de James a ter devastado completamente. Além de ter que lidar com as mentiras, ainda precisa encarar o que seu pai fez e como aquela desonra mexeu com tudo a sua volta, inclusive com sua vida social. As pessoas não olham para ela da mesma maneira, a veem como uma aberração e herdeira de uma completa catástrofe. Devido ao que aconteceu, Quinn se tornou uma garota fechada que evita contatos íntimos. James ainda está aprendendo a lidar com a culpa. Nada parece tão pesado e doloroso quanto a lembrança do último olhar que Quinn lançou a ele: desprezo. Ele aprendeu, desde que trabalha para o governo, que o seu coração jamais poderia estar acima de sua razão ou isso lhe custaria vidas inocentes. Mas, apesar de tudo, seu coração insiste em ser mais forte que qualquer motivo racional para se manter longe. James está convencido de que Quinn nunca fora a regra, mas a exceção, que o levou a trilhar o caminho inverso ao que sua profissão mandava. A história que ambos achavam ter ficado no passado está mais presente do que nunca. A missão que James achara ter terminado havia apenas começado e a queda que eles viveram, não era nada comparado ao que estava prestes a conhecer.


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Ainda perdida e ainda tentando achar luz em textos alheios e palavras autorais. Amante de café, literatura, fotografia, cinema, viagens e amor.

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