Marionete | Resenha

by - agosto 31, 2019


Olá, tudo bem?

Não faz muito tempo que trouxe para o site a resenha de Boneco de Pano, do autor Daniel Cole e publicado aqui no país pela editora Arqueiro. Nós recebemos em parceria com eles a continuação do thriller intitulado Marionete e hoje vou contar para vocês um pouquinho sobre essa obra alucinante!

Vamos lá?


Autor(a): Daniel Cole
Editora: Arqueiro
Gênero: Thriller, Suspense
Número de Páginas: 344
Sinopse: Muitos meses se passaram, mas a detetive Emily Baxter ainda lida com as cicatrizes do chocante caso Boneco de Pano e com o desaparecimento de seu amigo William Fawkes, o Wolf.Apesar da relutância em se envolver em outra investigação horrenda, ela é convocada para uma reunião com o FBI e a CIA, onde é surpreendida com fotografias macabras de um corpo retorcido em uma pose familiar, pendurado na ponte do Brooklyn, com a palavra “isca” entalhada no peito. Logo em seguida, uma nova vítima surge em condições idênticas. Só que, dessa vez, o corpo do assassino também se encontra na cena do crime, com a palavra “marionete” entalhada no tórax. Quando a pressão da mídia e da opinião pública se intensifica, Baxter recebe a ordem de cruzar o Atlântico e ajudar na investigação. Enquanto as mortes se multiplicam tanto em Nova York quanto em Londres, a força-tarefa se vê impotente e Baxter precisa vencer o medo que a paralisou no último ano para impedir o sacrifício de mais vidas.

É muito complicado falar sobre um livro que é uma sequência sem revelar muitos detalhes de sua obra anterior. Ainda que Marionete não seja uma continuação direta de Boneco de Pano, durante a narrativa somos apresentados a diversos elementos em que o  autor opta por retomar alguns elementos de seu livro anterior para a construção de seu novo thriller que possui um ar de produção hollywoodiana. Como eu fiz a leitura em sequência, não me senti prejudicado ou perdido durante a narrativa de Marionete, no entanto, caso você não tenha lido Boneco de Pano, recomendo que o faça antes, uma vez que o autor faz em diversos momentos da trama relações com o macabro caso do Boneco de Pano.Em Marionete, temos mais uma vez a detetive Emily Baxter na pele da protagonista e centro de todo o caos. Devido aos desdobramentos do caso do Boneco de Pano no qual fez parte das investigações, Emily agora é detetive chefe de seu departamento, mas não se sente totalmente satisfeita com sua nova posição por conta dos acontecimentos relacionados ao caso passado. Muitos meses se passaram e a detetive começa a colocar sua vida nos eixos, quando a descoberta de um corpo pendurado na ponte do Brooklyn com a palavra "isca" entalhada no peito revive todos os traumas que a detetive não conseguiu superar. A partir daí, uma sucessão de assassinatos brutais acontecem em Londres e Nova York e a detetive começa a reunir provas de que as novas mortes estão ligadas diretamente com o caso do Boneco de Pano e com o desaparecimento de seu antigo colega de trabalho, Wolf. Novamente envolvida em uma trilha de sangue e mistérios, a detetive precisa solucionar o caso, encontrar a verdade sobre a identidade do assassino e confrontar seus traumas para enfim conseguir seguir com sua vida.

Boneco de Pano é, sem sombra de dúvidas, uma obra muito original e envolvente. Daniel possui uma escrita muito precisa e arrebatadora, ele sabe exatamente guiar o leitor pela narrativa e trazer quebras de narrativa pertinentes e arrebatadores em que são utilizadas para a inserção de muitas reviravoltas. Como eu citei na resenha anterior, o livro primeiramente foi desenvolvido para ser uma série de TV e isso justifica sua narrativa ser altamente visual. O mesmo acontece em Marionete e a escrita do autor é tão precisa que as cenas praticamente se materializam em sua frente. Uma outra característica que se mantém no novo livro do autor é o sangue a violência: Se em Boneco de Pano, já ficamos perturbados com a quantidade de sangue e de mortes "excêntricas", em Marionete, Daniel não perde tempo e dá mais um show de criatividade. Todas as cenas do crime são macabras, sombrias e descritas com detalhes. As mortes são chocantes e arrebatadores bem ao estilo "Seven", emblemático filme estrelado por Brad Pitt e Morgan Freeman.

Como um bom thriller que se preze, a narrativa de Marionete se divide entre as descobertas dos novos assassinatos e todo o desdobramento das investigações por parte da polícia na tentativa de interromper os assassinatos, descobrir a identidade do assassino e entender o motivo para tanto banho de sangue. Baxter está no centro de tudo que se vê pessoalmente afetada pelas mortes e que muito se relaciona aos mistérios não desvendados do caso do Boneco de Pano. Nesse ponto, a narrativa se abre para explorar muitos outros temas e se aprofundar em detalhes do livro passado e mais uma vez o autor soube criar uma história que fosse ao mesmo tempo original e criativa, sem utilizar as mesmas soluções. Durante o livro, há alguns debates bem fortes sobre religião e a forma como as pessoas se relacionam com conceitos sobre Deus, Diabo, céu e inferno, etc. O resultado é uma história altamente rica em detalhes, mas sem deixar de lado o suspense, a ação e o mistério principal.

E se houver Deus?
E se houver paraíso?
E se houver inferno?
E se... E se... todos nós já estivermos lá?

Muitos personagens estão de volta, como o carismático Edwards, uma das peças principais para o avanço das investigações. O mesmo já possuiu certo destaque em Boneco de Pano, no entanto, em Marionte o mesmo ganha o merecido foco, sendo um dos pontos fortes de toda a trama. Uma das minhas reclamações em Boneco de Pano foi com relação a personalidade infantil de Baxter, mas a mesma se mantém chata e sem carisma algum. Com relação a toda a história, acho uma personagem fraca e mal construída e por várias vezes ficava muito entediado ao ler. Acredito que a investigadora poderia ser um pouco mais bem explorada e possuir um desenvolvimento mais interessante, no entanto, mesmo a mulher sendo chata, você consegue manter a leitura em um bom ritmo. O livro também possui uma boa dose de humor, principalmente nas cenas que envolvem os investigadores, o que soa um pouco estranho e destoa um pouco do clima de suspense criado, mas ambos são carismáticos e se torna algo até bem interessante depois que se acostuma.



Em uma obra que facilmente poderia ser adaptada para um blockbuster, Emily se divide entre viagens para Londres e Nova York e Daniel consegue construir muito bem essa ponte, trazendo um enredo mais uma vez envolvente e com um desfecho arrebatador, deixando um gostinho de quero mais para os leitores. Nas páginas finais do livro, há uma entrevista com o autor que já se encontra escrevendo o terceiro volume da série. Vou deixar aqui embaixo algumas perguntas respondidas pelo autor, caso se interessem. Marionete é tudo que um fã de thrillers policiais pode querer e eu já estou ansioso para ler o terceiro volume. É uma decisão um tanto quanto inusitada, não vemos muitas séries do gênero, no entanto, Daniel já provou ser capaz de criar histórias que fogem totalmente da caixinha que, de Londres a Nova York, nos deixa embasbacados.


Nota: 4,0 / 5,0

* Livro cedido em parceria com a editora Arqueiro*


Foi difícil escrever uma história ligada a Boneco de Pano, mas também alcançar novos leitores?
Muito difícil. Eu estou escrevendo estes (primeiros?) três livros do Boneco de Pano como uma trilogia. Eles estão todos interligados e se sobrepõem, fazendo referência uns aos outros. Não há como contornar o fato de que as pessoas vão aproveitar muito mais este livro se lerem Boneco de Pano, mas Marionete também funciona como uma história independente. É um equilíbrio difícil trazer novos leitores, lembrar leitores mais distraídos de certas coisas de Boneco de Pano e, ao mesmo tempo, não afastar os fãs que já conhecem muito bem esses personagens. Esse é, evidentemente, o dilema enfrentado por todas as sequências já feitas, seja qual for o meio.

O humor tem um papel importante em Boneco de Pano. Como você tece esse humor em Marionete?
Exatamente da mesma forma. Eu diria que há ainda mais humor em Marionete, mas acredito que teria mesmo que haber para equilibrar o aspecto sombrio e o desespero. Realmente passei esses personagens pelo moedor de carne nesse livro, mas isso torna as faíscas de cordialidade genuína, de camaradagem e de afeto ainda mais marcantes.

Você escreve de um modo cinematográfico. Se inspira no cinema e na TV?
Sim, e não acho que esses livros funcionariam de outra forma. Não gosto de preocupar com as restrições de realidade e acho que, embora terríveis, esses são momentos de "carnificina de filmes B". O objetivo desses livros é entreter, e não perturbar ou chatear ninguém.

Você começou o terceiro livro? Sabe como a série vai terminar?
Eu comecei o terceiro livro Como mencionei anteriormente, planejei esses livros como uma trilogia, portanto, tenho uma boa ideia de como quero que termine. Depois da trilogia, quem sabe?



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7 comentaram

  1. Oi Gabriel,
    Espero ler Boneco de Pano em breve, considerando que suspense é uma das minhas tramas favoritas e a obra tem tido uma boa recepção. Não sabia que tinha uma continuação, mas admito que fiquei mais interessada em ler essa obra que a anterior. Mesmo com a investigadora com personalidade infantil, a resolução do crime e tudo que a envolve me deixam animada para leitura.
    Beijos.
    Blog: Fantástica Ficção

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  2. Oi, Gabriel. Faz tempo que não leio um livro do gênero, e justamente hoje me peguei pensando sobre resolver este problema. Já estou montado minha lista de thrillers para ler, e acabo de acrescentar Boneco de Pano/Marionete a ela. Recentemente vi Mindhunter, da Netflix, e durante a sua resenha consegui enxergar alguns paralelos com a série, principalmente a pressão de se descobrir um assassino em série tão compulsivo. Fiquei um pouco preocupada pelo fato da protagonista não ser lá tão carismática, mas mesmo assim, gostaria de dar uma chance a essa trilogia. Ótima resenha, beijos!

    http://abducaoliteraria.com.br/

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  3. Oi.
    Será que é mal de investigador ter essa personalidade? Ao ler a série do Cormoran Strike escrita pela J K Rowling, fiquei com muita vontade de dar uns socos no Cormoran, muito mimizento, mas foi melhorando.
    Curto muito o gênero, ainda mais quando a escrita do autor é vívida 😊 ainda não li nada do autor, mas fiquei interessada na série, irei adicionar a minha lista. Obrigada pela dica 😘

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  4. Ei Gabriel,

    Já tinha interesse de ler Boneco de Pano e agora fiquei ainda mais motivada. Gosto quando o autor sabe detalhar bem a história e achei bacana saber que a trama foi escrita inicialmente para TV. Amo filmes e séries do gênero e aprecio a forma que o suspense é desenvolvido nas telinhas, portanto esse foi um ponto que me despertou bastante curiosidade. Outro ponto que me interessou foi esse lado mais sombrio da trama, eu ameeeei esse exemplo maravilhoso que você deu, adoro Seven, quero ler esses livros para ontem <3.

    Bjokas!
    http://cronicasdeeloise.blogspot.com/

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  5. Estou precisando ler um suspense, faz tempo que não leio um. Esse com uma dose de humor com certeza é ótimo, me anima para ler em breve.

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  6. Eu sou extremamente apaixonada pelo suspense, tentar descobrir as coisas em cada página e ficar apreensiva esperando a solução!
    Ainda não tive a oportunidade de ler , mas com certeza quero ler Boneco de Pano e Marionete logo mais!

    Bisou bisou , Isa! ❤

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  7. Hey, Gabriel!
    Menino, eu já tinha visto esse livro, mas não tinha lido muitas resenhas sobre ele. Eu simplesmente amo thrillers policiais, acompanhar os personagens na busca por respostas e ser enganada (porque sempre sou em livros do gênero). Vou colocá-lo na lista. E vou seguir sua dica de ler primeiro Boneco de Pano.
    Beijos

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