Nasce Uma Estrela | Crítica

by - março 02, 2019

Foto: Google

Oi, gente!

Como estão hoje? Espero que muito bem! 

Se você acessou a internet em algum momento ao longo dessa semana, sabe muito bem que no último domingo, dia 24 foi ao ar a 91ª edição do Oscar, prêmio de maior prestígio para a indústria do cinema mundial que celebra os melhores diretores, atores e filmes do ano. Se por acaso você assistiu a cerimônia, sabe que o momento mais comentado e mais emblemático da noite foi a apresentação de Lady Gaga e Bradley Cooper com a música Shallow, tema do filme Nasce Uma Estrela, que concorria a categoria de melhor filme. Na mesma noite, a música venceu e levou a estatueta para casa. O filme, apesar de concorrer em oito categorias (incluindo Gaga e Cooper que concorreram nas categorias de melhor atriz e ator), recebeu apenas a estatueta de música original. 

O longa lançado em outubro emocionou a todos por seu ótimo roteiro e atuações. Na véspera do Oscar assisti novamente ao filme e posso dizer que mais uma vez o filme conseguiu me emocionar e causar aqueles momentos de reflexão, então resolvi trazer uma crítica (mesmo que tardia) do filme aqui pra vocês. Espero que gostem!

Ps: Parece destino, mas enquanto escrevia essa crítica, saiu uma notícia que Nasce Uma Estrela será relançado nos cinemas com 12 minutos extras e uma música nova. Meu coração não aguenta desse jeito!




Título Original: A Star Is Born
Direção: Bradley Cooper
Ano de Lançamento: 2018
Gênero: Romance, Drama
Distribuidora: Warner Bros
Duração: 2h15min
Sinopse: Jackson Maine (Bradley Cooper) é um cantor no auge da fama. Um dia, após deixar uma apresentação, ele para em um bar para beber algo. É quando conhece Ally (Lady Gaga), uma insegura cantora que ganha a vida trabalhando em um restaurante. Jackson se encanta pela mulher e seu talento, decidindo acolhê-la debaixo de suas asas. Ao mesmo tempo em que Ally ascende ao estrelato, Jackson vive uma crise pessoal e profissional devido aos problemas com o álcool.

Que Lady Gaga canta muito bem todos nós já sabemos. Até aí não existe nada de novo. A artista, apesar de visuais loucos, roupas extravagantes e clipes excêntricos, transborda talento com seus vocais poderosos e interpretação única, além de tocar piano maravilhosamente bem. Apesar de aos poucos Gaga estar se consolidando também como atriz (para quem não sabe a mesma ganhou um Globo de Ouro em 2016 por sua participação em American Horror Story), foi ao lado de Bradley Cooper que ela finalmente encontrou seu espaço no cinema e ouso dizer que ela chegou para ficar. O longa que foi dirigido e produzido pelo ator não é totalmente novo. A história já foi contada outras três vezes ao longo das décadas, mas chega em 2018 com uma carinha nova e um estilo renovado, utilizando a música country e pop para contar a história entre Jackson e Ally. O artista se encontra no auge da sua carreira, faz enorme sucesso por todo mundo e é reconhecido mundialmente. Apesar da fama e do dinheiro, o cantor sofre com um sério problema com o abuso de álcool e outras substâncias. Em uma dessas noites de bebedeira, ele conhece Ally, uma aspirante a cantora que trabalha de dia em um restaurante e de noite se apresenta em um bar de drag queens. Jackson rapidamente se encanta pelo timbre grave da cantora e ele resolve transformá-la na mais nova estrela da música. Juntos embarcam em uma turnê por todo país enquanto Ally começa a dar seus primeiros passos em sua carreira solo. 

Realmente, até aí não existe nada de novo ou nenhum elemento que pudesse destacar Nasce Uma Estrela em meio a tantos filmes do gênero. É muito comum que cantoras utilizem dessa mesma sinopse para fazerem suas estreias nas telonas (Como Beyoncé, Britney ou Mariah), porém, o grande destaque do longa vai para a atuação de Lady Gaga. Por várias vezes me surpreendi com a naturalidade e o peso da atuação da mesma em cenas que muitas vezes atrizes consagradas deixam a desejar. Bradley também tem todo o mérito, uma vez que, além de dirigir o longa e participar do roteiro, aprendeu a cantar e a tocar guitarra para viver o músico. Sua atuação é mais do que emocionante e a química e entrosamento entre os dois protagonistas passa uma credibilidade que há muito tempo não se via em filmes do gênero.

Foto: Google

Nasce Uma Estrela possui toda uma vibe vanguardista (talvez até seja uma homenagem para suas versões anteriores) e possuem cenas lindíssimas e bem enquadradas, como a da foto que você confere acima. Gostaria de destacar também a cena em que Ally e Jackson traçam os primeiros acordes da música que se tornaria tema do filme em um estacionamento de supermercado. O momento é tão íntimo e marcante para o longa que só a cena em si merecia um Oscar. Bradley e Gaga brilham durante o filme inteiro e transbordam talento em cenas de conflito, como as diversas brigas que o casal enfrenta por conta da dependência de Jackson e a fatídica cena da entrega do Grammy (se vocês assistiram, sabe como é de partir o coração). Como já se espera de um filme que retrata o mundo da música, a trilha sonora do filme é totalmente excepcional. A soundtrack mescla algumas músicas antigas, como La Vi En Rose, interpretada brilhantemente por Gaga (sim, a mulher ainda fala múltiplos idiomas e canta em francês, ainda por cima) e canções autorais, feitas exclusivamente para o filme. Nesse ponto, a grande supresa atende pelo nome de Bradley Cooper. O ator fez diversas aulas de canto e aprendeu de verdade a tocar guitarra para compor o personagem e adivinhem: Seu timbre é realmente muito bom. Destaco as canções Black Eyes, Maybe It's Time e Alibi. Na voz de Gaga, vale muito a pena ouvir Always Remember Us This Way e a tocante I'll Never Love Again (a melhor, na minha opinião). Percebam que eu nem preciso citar o dueto feito para Shallow. A música ganha uma dimensão imensa durante a trama e é um dos meus momentos favoritos de todo o filme. Em suma, se ainda não fizeram, ouçam a trilha sonora inteira, é maravilhosa. Infelizmente, por conta das diretrizes do Oscar e calendários de lançamento, a soundtrack não pôde concorrer em 2019, mas aguardem em 2020.

Nasce Uma Estrela é uma jornada sensacional pelos bastidores do mundo da música. É tocante em diversos aspectos e muito reflexivo, principalmente com as discussões sobre como as mulheres são tratadas nesse meio, principalmente com relação a sua aparência. O filme também discute questões sérias como o alcoolismo e uso de drogas, além de apresentar os desafios de um relacionamento a dois. Com certeza foi um dos meus filmes favoritos do ano passado e fiquei muito feliz do mesmo ter sido reconhecido pela academia e ter concorrido a tantos prêmios, apesar de só ter levado apenas uma estatueta para casa. O filme é muito competente e entrega tudo que foi vendido através de trailers, entrevistas e apresentações, porém, minha única ressalva vai para alguns detalhes do roteiro. Em alguns momentos achei que eles aceleraram muito o ritmo com que as coisas iam acontecendo. Obviamente já é um filme bem extenso e é necessário fazer cortes e acelerar passagens para não ficar aquela coisa monótona, porém, acho que algumas cenas poderiam ter sido menores para acrescentar mais cenas de transições entre os eventos chaves do filme.

Foto: Google


O final do filme é de partir o coração e de você se jogar na cama, agarrar os travesseiros e chorar até dormir. Mais uma vez contamos com o talento dos atores e a magnífica interpretação de Gaga ao passar a mensagem de I'll Never Love Again. Não importa quantas vezes assista esse filme, irei me emocionar e chorar em todas elas. Isso só demonstra todo o profissionalismo e capacidade de imersão da artista e espero vê-la em muitos outros longas pelos próximos anos.


Nota: 4,0/5,0 


É isso, gente. Espero que vocês tenham gostado, eu sei que não é uma resenha relativamente nova, mas quis deixar aqui no Cores a minha homenagem para esse filme que foi muito especial e tocante. Se você já assistiu, deixa aqui nos comentários o que achou a respeito do longa e me conta também a sua música favorita. Se você ainda não viu, espero que com essa resenha tenha despertado a vontade de assistir. 

Aproveitem muito o carnaval de vocês, pra quem for ficar em casa, bom descanso, boas leituras e bons filmes e séries (me enquadro nesse grupo), para que for para os bloquinhos ou desfiles, divirtam-se muito, aproveitem muito, tomem cuidado e bebam muita água! 

Juízo, hein?

Nos vemos por aí. 







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